A adesão à greve de quatro dias, que teve início no sábado meia-noite e terminou ontem à mesma hora, obteve uma elevada adesão na maioria dos 49 Estabelecimentos Prisionais (EP) espalhados pelo País.
De acordo com os dados do SNCGP, a greve afectou os três turnos de serviço dos guardas prisionais em diversas prisões, tendo atingido uma adesão total no Estabelecimento Prisional (EP) de Guimarães, EP de Angra do Heroísmo (Açores) e EP da PJ Porto.
Dados adicionais apontam as seguintes adesões: Braga (94,70%), Caxias (94,80%), Covilhã (95,50%), Faro (91%), Guarda (98%), Leiria para reclusos jovens (97,50%), Lisboa (98,80%), Montijo (92,80%), Paços de Ferreira (98,20%), Sintra (91,30%), Santa Cruz do Bispo/masculinos (91,10%), Torres Novas (93,30%), Vale de Judeus (94%) e Viana do Castelo (94,70%).
Por outro lado, as adesões mais baixas ocorreram nos Estabelecimentos Prisionais de Ponta Delgada (34,60%), Setúbal (40%) e Chaves (41,20%).
Jorge Alves, presidente do SNCGP, adiantou que o sindicato vai realizar uma vigília, entre das 18h de quinta-feira e as 10h de sexta-feira, junto à Presidência da República. O objectivo é pedir a intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa, face à recusa do primeiro-ministro António Costa, que a 22 de Novembro disse que não autorizava a negociação do estatuto.
Por sua vez, os guardas prisionais exigem a retoma imediata das negociações com o Governo sobre o estatuto profissional, que aborda matérias importantes como a revisão do horário de trabalho, o descongelamento das tabelas salariais, o cumprimento da equiparação ao estatuto da PSP e o pagamento do subsídio de turno.
Guardas prisionais rejeitam culpa por motim em Lisboa
Em declarações à Rádio Renascença, Jorge Alves rejeitou a responsabilidade pelo motim registado na Ala B do Estabelecimento Prisional de Lisboa, referindo que já ocorreram outras situações similares ao longo do ano e que nada tiveram a ver com plenários.
«A Direção-geral [de Reinserção e Serviços Prisionais] está a aproveitar a situação para atirar a responsabilidade para cima do sindicato e do corpo da guarda prisional, o que é lamentável. Não reconhece que o novo horário criou muitos constrangimentos aos visitantes e aos reclusos visitados», afirmou.
«Existe um excessivo número de visitantes para entrar, que têm de ser revistados e controlados, registando-se casos em que as pessoas só entram 15 minutos antes de a visitar acabar. Existe uma guarda feminina para revistar 400 mulheres por dia e isto é todos os dias, não é por causa do plenário», acrescentou.
O presidente do SNCGP frisa ainda que é «triste» considerar que o plenário está na origem da situação. «A direção-geral não invocou o plenário nas últimas quatro ou cinco vezes que a Ala B se amotinou. Desde que o novo horário de trabalho entrou em funcionamento, em Janeiro, o EPL foi o local onde os reclusos mais se manifestaram», salientou.
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