Em 2018, se somarmos quase 7000 migrantes registados nos enclaves espanhóis de Ceuta e Melilla, em África, obtemos um total de 120 205 chegadas à Europa, revela o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Segundo o ACNUR, em 2017 o número de chegadas por via marítima foi de 172 301 e 3139 pessoas foram consideradas «mortas ou desaparecidas» na sua tentativa de atravessar o mar para chegar à Europa.
O nível de chegadas também caiu em relação ao pico de 1,015 milhão registado em 2015.
A Espanha tornou-se no ano passado a primeira porta de entrada para a Europa, com 55 756 chegadas por mar (contra 22 103 em 2017).
A Itália, onde o Governo, com discursos anti-imigrantes, fechou os portos aos navios humanitários neste Verão, registou 23 371 chegadas no ano passado, sofrendo uma queda forte em relação a 2017 (119 369); e a Grécia 32 497.
Recorde-se que, no mês de Junho, o ministro do Interior e vice-presidente italiano, Matteo Salvini, recusou a entrada em Itália de um barco com 226 pessoas abordo a quem chamou de «carga humana».
Em 2018, o primeiro país de origem dos migrantes era a Guiné (13 068 pessoas), seguido por Marrocos (12 745) e pelo Mali (10 347). A Síria era o quarto país de origem das chegadas, seguida pelo Afeganistão e pelo Iraque.
Para o ACNUR, em 2019 «é essencial acabar com a actual abordagem de barco por barco», instando os estados a «implementar um mecanismo regional que dê aos comandantes de navio orientações claras e previsíveis sobre como e onde desembarcar refugiados e resgatar migrantes no Mediterrâneo».
Na quarta-feira, as autoridades maltesas concordaram em «abrigar» em suas águas dois navios da ONG alemã que transportavam 49 migrantes resgatados no Mediterrâneo, devido à deterioração das condições a bordo.
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