A greve em curso foi convocada pelas três associações sindicais representativas dos funcionários da Polícia Judiciária (PJ), prolongado-se até 12 de Fevereiro, num modelo rotativo com horas diferentes por cada sector, num total de três horas por dia.
Os inspectores, seguranças, técnicos e pessoal administrativo da PJ estão em greve contra a crónica falta de recursos humanos e materiais, o atraso na revisão das carreiras e na aprovação da nova lei orgânica desta polícia, e a sucessiva recusa da tutela em promover a reposição dos escalões que foram congelados.
«Não há um plano de contratação que substitua as saídas dos quadros da PJ –não entra um homem para a investigação há cinco anos. Os 120 inspectores em formação foram anunciados mais de dez vezes em todos os discursos de início do ano judicial. A média de idades ronda os 50 anos», lê-se no comunicado.
Questionado sobre o impacto da greve, o presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC/PJ), Ricardo Valadas, afirmou à Lusa que «houve departamentos parados por completo e muitos a quase 100%, como por exemplo Madeira, Vila Real, Portimão e Coimbra, e em praticamente todos os outros departamentos houve uma adesão superior a 80%».
Quadros da PJ sentem-se desvalorizados
Em 26 de Janeiro, à saída da reunião com a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, o dirigente da ASFIC/PJ afirmou que em causa está «uma carreira muito sacrificada, porque a única valorização que temos é a subida de escalões, que está congelada».
Segundo as estruturas, o problema está a levar à desmotivação dos quadros e ao abandono da PJ pelo «sector privado», visto que «um inspector que acabe de ingressar nos quadros da PJ recebe o mesmo vencimento que um elemento com dez ou 20 anos de serviço»
Sobre os serviços mínimos decretados, Ricardo Valadas realçou que, em termos de investigação, a prioridade será para os crimes contra as pessoas. Todavia, em outras áreas não foi possível cumprir, pois os departamentos de S. Miguel (Açores), Portimão, Braga e Vila Real não têm seguranças, «logo não podem cumprir os serviços mínimos».
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