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Venezuela alerta para «incursões de mercenários» no seu território

Em entrevista à TeleSur, Freddy Bernal, do PSUV, denunciou que os EUA preparam um «novo tipo de guerra» contra o seu país, com recurso a «paramilitares, mercenários e alguns traidores».

Forças de segurança e civis na Ponte Internacional Símon Bolívar fogem da tentativa de atropelamento realizada por três elementos afecto a Guiadó
Acção de violência provocada pelos sectores golpistas, no dia 23 de Fevereiro, numa das pontes que ligam Norte de Santander a Táchira Créditos / RT

Bernal, que assume as funções de protector do estado fronteiriço de Táchira, afirmou que se concentram e organizam no vizinho departamento colombiano de Norte de Santander «grupos irregulares de mercenários e de paramilitares», tendo como propósito realizar incursões na Venezuela.

De acordo com o dirigente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), estão neste momento em três hotéis da cidade fronteiriça de Cúcuta cerca de 435 indivíduos de nacionalidade venezuelana, entre eles alguns desertores e militares afastados por ocorrências irregulares.

Na entrevista ontem dada à TeleSur, Freddy Bernal acusou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) de financiar estes elementos, coordenados pelo general (na reserva) Cliver Alcalá Cordones, e instou o organismo da ONU a pronunciar-se sobre o facto.

«Perante a comunidade internacional, quero alertar que se prepara um novo tipo de guerra contra Venezuela, que visa provocar o caos interno, através da incursão de paramilitares, mercenários e alguns traidores», disse Bernal, que responsabilizou a administração dos EUA por esses planos.

O dirigente do PSUV afirmou ainda que estão em curso os preparativos para atacar alvos civis e militares em território venezuelano, com o propósito de gerar o caos e a desestabilização, um tipo de agressão que inclui o assassinato selectivo de dirigentes políticos e funcionários castrenses.

O protector do estado de Táchira, que acusou o governo da Colômbia de também apoiar esses grupos paramilitares, garantiu que, depois da violência ocorrida no fim-de-semana passado, no âmbito de uma suposta operação de «ajuda humanitária» – que Caracas denunciou sempre como uma tentativa de ingerência e de intervenção –, a fronteira com o país vizinho (Colômbia) se encontra «inteiramente controlada» do lado venezuelano.

Manobras de Washington para provocar uma «guerra indirecta e mercenária»

Na quinta-feira passada, o embaixador do país caribenho nas Nações Unidas, Samuel Moncada, denunciou perante o seu Conselho de Segurança as manobras da administração norte-americana com vista a provocar uma «guerra indirecta e mercenária» no seu país, recorrendo para tal a «grupos irregularidades armados».

Em conferência de imprensa, o diplomata venezuelano acusou os EUA de estar a armar opositores venezuelanos fugitivos com o intuito de formar um chamado «exército de libertação» para invadir o país e sublinhou que tais «esforços fazem parte dos planos dos EUA para levar a cabo uma operação clandestina contra a Venezuela», indica o portal almanar.com.lb.

«Os organizadores deste grupo armado criminoso fazem alarde público nos órgãos de comunicação da Colômbia com inteira impunidade», denunciou Moncada, que criticou o facto de o território do país vizinho estar a ser usado como uma plataforma para a agressão a Caracas.

O embaixador venezuelano junto da ONU afirmou que o seu país se encontra numa situação de paz, possível graças ao governo de Nicolás Maduro, e reafirmou que as ameaças contra a Venezuela vêm de fora.

A este propósito, Moncada exigiu ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que aprove uma resolução a condenar o recurso à força militar contra a Venezuela e reclamou respeito pela soberania, independência e autodeterminação do país sul-americano.

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