Saíram dados do INE sobre o 2.º trimestre de 2016

Desemprego cai, mas falta criar mais emprego

Os dados do INE mostram uma tendência de redução da taxa de desemprego. O número de desempregados diminui mas o número de empregados não cresce ao mesmo ritmo.

De acordo com a estimativa para Novembro, a população desempregada atingiu o valor mais baixo desde Janeiro de 2009
Créditos

A taxa de desemprego, segundo os dados do INE hoje divulgados para o 2.º trimestre de 2016, em sentido restrito, caiu de 11,9% para 10,8%, no período homólogo de 2015. No 2.º trimestre de 2015 tínhamos 620,4 mil trabalhadores desempregados, enquanto em 2016 esse número baixou para 559,3 mil, menos 80,9 mil trabalhadores.

A mesma tendência verifica-se no sentido lato, por muitos considerada a taxa de desemprego real, isto é, incluindo os inactivos disponíveis e o subemprego visível. Neste sentido, a taxa caiu de 20,3% para 19,7%. Cerca de um milhão e vinte e três mil trabalhadores portugueses encontravam-se efectivamente desempregados, até Junho deste ano.

A taxa de desemprego dos jovens atingiu no 2.º trimestre do corrente ano os 26,9%, depois de em igual período do ano passado se ter fixado em 29,8%. Ainda assim, é quase o triplo da taxa de desemprego total.

Do lado do emprego verificou-se entre estes trimestres uma criação de 21,7 mil empregos, ou seja, uma variação de +0,5%. Uma vez mais a diferença entre o nível da criação de emprego entre estes dois trimestres (+21,7 mil empregos) e a evolução do desemprego (-61,1 mil desempregados), mostra que à redução do desemprego não corresponde uma criação de empregos do mesmo nível. Neste caso, tendo em conta que a população inactiva se mantem praticamente inalterada, entre o 2.º trimestre de 2015 e o 2.º trimestre de 2016, a diferença reflecte-se na redução da população residente (-33,0 mil), ou seja, a emigração continuou a ser o caminho encontrado por muitos milhares de portugueses para resolver o seu problema do desemprego neste período.

A distribuição do emprego por sectores mostra-nos que entre estes dois trimestres o sector Primário, com realce para a Agricultura, continua a perder trabalhadores, registando-se menos 36,5 mil empregos. Já a Indústria Transformadora e a Construção criaram 16,3 mil e o sector dos Serviços 49,6 mil.

De registar ainda que, se é verdade que entre estes dois trimestres o número de trabalhadores por conta de outrem aumentou em 52,4 mil, também é verdade que 54,1% destes foram contratados a prazo.

Os dados agora divulgados mostram ainda que o rendimento salarial líquido médio dos trabalhadores por conta de outrem era de 838 euros no 2.º trimestre de 2016, mais 13 euros mensais do que em igual trimestre de 2015, o que significou um crescimento de 1,6% nos 12 últimos meses, continuando a predominar os salários baixos.

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