Discutiu-se ontem, na Assembleia da República, o estado do troço do IP3 que reclama há muito obras urgentes, registando-se ao longo do debate uma convergência dos diferentes partidos no reconhecimento da necessidade urgente dessa requalificação, estando a mesma há muito por concretizar fruto da inacção de vários governos.
Para além da concordância dos grupos parlamentares de que já passou tempo de mais sem as intervenções devidas se concretizarem, Ana Mesquita do PCP afirmou que mais do que constatar é preciso que «a obra se concretize» e que se assegure que o itinerário seja requalificado mas que fique sem portagens. A deputada chamou a atenção para a importância de que, ainda antes do início das obras de fundo, se acautele a colocação de uma divisória central no troço entre Santa Comba Dão e Viseu e que se coloque sinalização de segurança.
Heitor Sousa, do BE, alertou que o projecto de resolução do PSD não afasta uma nova PPP rodoviária.
A discussão ficou ainda marcada pelo anúncio por parte do grupo parlamentar do PS da publicação, pelo Governo, em Diário da República de uma portaria na qual constam as verbas orçamentais de cerca de 12 milhões de euros para a execução, em 2019 e 2020, da obra do troço entre o nó de Penacova e a Ponte sobre o Rio Dão.
Para além de projectos de resolução de PSD, PCP, BE e PEV, a discussão teve por base duas petições, uma da Associação de Utentes e Sobreviventes do IP3 (AUS) e outra que tem como proponentes a Associação Empresarial da Região de Viseu, a Associação Comercial do Distrito de Viseu, a Associação Empresarial de Mangualde, a Associação Empresarial de Lafões e a Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões.
Na petição da AUS reivindica-se a melhoria e o alargamento da via, alertando para que a intervenção não pode ser usada como pretexto para a introdução de portagens, tendo em conta exemplos verificados na região, como é o caso do antigo IP5. Os signatários exigem que se proceda com urgência à reparação do piso e apelam à correcção dos «graves problemas de segurança», dando como exemplo as curvas mais apertadas, inclinações acentuadas, zonas onde se formam lençóis de água e estrangulamentos de via, responsáveis por «muitas colisões e despistes».
Recorde-se que a AUS já tinha criticado as declarações de Pedro Coimbra, deputado do PS, que afirmou que o que impedia a duplicação do traçado do IP3 seriam motivos financeiros e não técnicos porque, segundo aquela Associação, «não são os 134 milhões de euros que o IP3 custará, repartidos por vários anos, que impedem que o Governo invista na Saúde, nos salários ou em obras, mas sim as opções políticas de quem prefere injectar mais de 2200 milhões de euros no Banif para lavar os crimes de quem arruinou a vida de muitas famílias e a economia do País».
O Itinerário Principal (IP) 3, sendo considerada uma via estratégica para a mobilidade e o desenvolvimento da Região Centro, integra a lista das estradas mais perigosas do País, registando-se centenas de acidentes só nos últimos três anos.
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