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CDS-PP insiste em entregar a Saúde aos privados

O CDS-PP insiste na desvalorização do Serviço Nacional de Saúde (SNS), privilegiando o sector privado, nomeadamente a indústria seguradora, na prestação de cuidados de saúde. 

CréditosMiguel Pereira da Silva / Agência Lusa

A proposta de que os utentes do SNS possam ser atendidos em consulta de especialidade no sector privado ou social, apresentada hoje no final das jornadas parlamentares do CDS-PP como «sensata» e em nome dos utentes «que não têm nada para além do SNS [Serviço Nacional de Saúde]» – leia-se seguros de saúde –, é a primeira do programa dos centristas para as legislativas de Outubro.   

Ignorando o sub-financiamento crónico a que o SNS foi votado, em particular nos anos da troika e do governo PSD/CDS-PP, que se traduz, entre outros prejuízos, nas longas listas de utentes para consultas de especialidade, Assunção Cristas fixa tempos máximos de espera como critério para encaminhar os utentes para os hospitais privados.

Em termos de custos, e quando se sabe que aos bolsos dos privados vão parar anualmente cerca de 40% do orçamento total do SNS, os centristas iludem ao afirmar que a medida «não significa um aumento de despesa». Os hospitais privados ou sociais escolhidos seriam reembolsados de acordo com a tabela de preços em vigor, enquanto as despesas de transporte seriam asseguradas pelo SNS nos casos de comprovada insuficiência económica.

Apesar de na intervenção de encerramento das jornadas parlamentares, no Porto, Assunção Cristas ter afirmado que os centristas não vêem o País «com uma única lente», pelo menos no que respeita à Saúde é isso que parece acontecer.

Recorde-se a proposta do CDS-PP para uma Nova Lei de Bases da Saúde, na qual propunha haver «concorrência» entre os sectores público, privado e social, substituindo o «Serviço Nacional de Saúde» por um «Sistema de Saúde». Na prática, um serviço público desvalorizado e outro apoiado nos seguros de saúde e na prestação privada de cuidados. 

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