Na sexta-feira passada, Michel Temer disse aos jornalistas que «deveria ir» à cerimónia de encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, marcada para o próximo domingo à noite, no estádio do Maracanã. Contudo, depois de consultar o Ministério dos Negócios Estrangeiros, o presidente interino tomou a decisão de não comparecer, informa o Brasil de Fato.
A cerimónia contará com a presença do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, e da governadora de Tóquio, Yuriko Koike, na medida em que esta cidade será a sede da próxima edição das Olimpíadas. Mesmo não comparecendo no estádio, em princípio o presidente interino deverá manter um encontro com o primeiro-ministro nipónico.
Evitar a vaia
Oficialmente, Temer decidiu não ir ao Maracanã no domingo porque, segundo revelou a assessoria da Presidência, «não é da praxe os presidentes dos países anfitriões comparecerem ao encerramento e apenas à abertura».
Foi, no entanto, há pouco mais de uma semana que Temer, que assumiu o cargo da Presidência no âmbito do processo de impeachment (destituição) da presidente eleita Dilma Rousseff, foi vaiado, ao declarar abertos os Jogos Olímpicos. E é provável que não queira enfrentar novamente o público no estádio.
A vaia na cerimónia de abertura, mesmo com a quebra defensiva do protocolo – Temer era para ser anunciado mas não o foi –, foi um de muitos protestos ocorridos no dia 5 de Agosto, no estádio e nas ruas do Rio de Janeiro, onde milhares de pessoas se manifestaram sob o lema principal «Fora, Temer».
De resto, esta consigna contra o presidente interino tem-se visto nos vários palcos em que os jogos estão a decorrer, com mais ou menos repressão policial. No domingo passado, os protestos contra o presidente interino e a denúncia do golpe no Brasil foram bem visíveis – até na TV – durante a realização da maratona feminina.
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