A informação foi avançada esta manhã pelo presidente do Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte (SOCN/CGTP-IN), Alírio Martins, à porta do Tribunal da Feira, onde iria começar a ser julgada a acção de impugnação do segundo despedimento.
«A trabalhadora vai começar a trabalhar no dia 1 de Julho, exercendo as mesmas funções que tinha antes de ser despedida», avançou o dirigente sindical à Lusa, adiantando que as duas partes ainda estão reunidas a ultimar os pormenores do acordo.
Segundo Alírio Martins, Cristina Tavares poderá ainda vir a receber uma indemnização por «danos morais».
Em causa estava a repressão patronal sistemática contra a trabalhadora, depois de ter sido reintegrada em Maio de 2018 por ordem judicial, após um outro despedimento ilegal. A operária foi isolada pela empresa dos colegas e obrigada a «carregar e descarregar os mesmos sacos com mais de 15/20 kg para a mesma palete», num ambiente que atingia «temperaturas muitas vezes superiores aos 40/45 ºC».
A denúncia pública das acções de repressão pelo SOCN, que caracterizou a situação como um «autêntico inferno», gerou uma onda de solidariedade para com a trabalhadora e deu origem a múltiplas contra-ordenações da Autoridade para Condições do Trabalho (ACT) sobre a empresa Fernando Couto Cortiças, no valor global de quase 50 mil euros.
Em Janeiro passado, a empresa corticeira voltou a despedir Cristina Tavares, acusando-a de difamação, dois dias após ter sido multada pela ACT. Desde então a trabalhadora estava a travar uma batalha legal, com o apoio do SOCN, contra a Fernando Couto, exigindo ser reintegrada na empresa nas suas antigas funções de operária corticeira.
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