O encontro nacional Ciência 2019, iniciativa onde os cientistas portugueses são desafiados a falar e a mostrar o que fazem nos laboratórios, começa na segunda-feira com protestos dos investigadores precários.
A Associação de Bolseiros de Investigação Científica (ABIC) promove, a par dos sindicatos, as acções de contestação sob o lema «Pelo fim da precariedade laboral e pela dignificação das carreiras científicas».
As acções visam reclamar a implementação da carreira de investigação científica, a substituição de bolsas por contratos efectivos de trabalho, a regularização dos vínculos laborais precários e o reforço do investimento público na Ciência, até ao valor prometido de 3% do PIB.
Em declarações ao AbrilAbril, Bárbara Carvalho, vice-presidente da ABIC, disse que esta acção vem no seguimento dos protestos dinamizados no encontro da Ciência de 2018. «O que mais espanta é que tudo se mantém igual e as reivindicações são praticamente as mesmas do ano passado», afirmou a dirigente.
«As taxas de aprovação do PREVPAP são baixíssimas, o que prova que as declarações do ministro sobre o pleno emprego não correspondem à realidade», acrescenta. A dirigente considera que «o entendimento do Ministério é de que a precariedade se combate com um contrato a termo, logo, temos entendimentos diferentes sobre o combate à precariedade na Ciência».
Durante as intervenções, na sessão inaugural, do primeiro-ministro, António Costa, e do ministro da Ciência, Manuel Heitor, os bolseiros farão ouvir a sua voz. Na terça-feira, o protesto decorrerá no exterior do Centro de Congressos de Lisboa. No último dia do encontro, os investigadores deslocam-se às galerias do parlamento, onde será debatido o Estado da Nação.
No encontro nacional Ciência 2019 são esperados, ao longo de três dias, mais de quatro mil participantes, entre investigadores, empresários e alunos de doutoramento.
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