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Pelo menos 14 civis mortos após ataque aéreo saudita a mercado no Iémen

Caças da coligação liderada pelos sauditas atacaram esta segunda-feira um mercado cheio de gente na província de Sa'ada, no Norte do Iémen. Pelo menos 14 civis foram mortos, dois deles crianças.

Destroços de um edifício bombardeado pelos sauditas na capital do Iémen, Saná, em Outubro de 2016. Estima-se que 140 pessoas tenham morrido e perto de 600 tenham ficado feridas
Destroços de um edifício bombardeado pelos sauditas na capital do Iémen, Saná, em Outubro de 2016, onde, como noutros locais bombardeados pelos sauditas, foram encontrados fragmentos da bomba MK-82, de fabrico norte-americano Créditos / The Independent

O canal iemenita em língua árabe Al-Masirah informou que os caças atacaram ontem à tarde o mercado de al-Sabet, localizado no distrito de Qataber, na província nortenha referida.

A notícia, a que a PressTV faz referência, indica que, além de tirar a vida a 14 civis, incluindo duas crianças, o ataque aéreo provocou 23 feridos, 11 dos quais também crianças. Por seu lado, o Ministério da Saúde alertou para a possibilidade de o número de vítimas mortais aumentar, uma vez que dez feridos se encontravam em estado crítico.

O Congresso Geral do Povo classificou o «massacre como um crime de guerra» e sublinhou que «o silêncio internacional sobre os crimes contra o povo iemenita contribui para incentivar os agressores a cometer mais», revela a TeleSur.

Guerra de agressão há quase 4 anos e meio

A Arábia Saudita, liderando uma coligação de vários aliados regionais, lançou em Março de 2015 uma grande ofensiva militar contra o mais pobre dos países árabes, declarando serem seus objectivos esmagar a resistência do movimento popular Ansarullah e recolocar no poder o antigo presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi, aliado de Riade.

Para justificar a campanha de bombardeamentos em curso, os sauditas alegam que os seus alvos são os combatentes do movimento Ansarullah. No entanto, os caças da coligação têm sido acusados reiteradamente de atacar alvos civis durante a guerra de agressão contra o Iémen, e o ataque a zonas residenciais e infra-estruturas civis tem sido uma constante. Hospitais, escolas, fábricas, sistemas de captação de água e centrais eléctricas foram destruídas, e tanto casamentos como cerimónias fúnebres foram alvo dos caças da coligação saudita.

Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França e Espanha foram alguns dos países ocidentais fortemente criticados pela venda de armas à Arábia Saudita e aos Emirados Árabes Unidos, cuja agressão ao Iémen, que dura há quase quatro anos e meio, provocou aquilo que as Nações Unidas classificaram como «uma das piores crises humanitárias do mundo».

O mesmo organismo afirma que o país árabe sofre a pior fome do mundo em cem anos. De acordo com um relatório das ONU publicado em Dezembro de 2018, mais de 24 milhões de iemenitas necessitam de ajuda humanitária urgente, incluindo dez milhões que são «severamente afectados pela fome».

Segundo estimativas da ACLED (Armed Conflict Location & Event Data) publicadas em Dezembro do ano passado, só entre Janeiro de 2016 e Novembro de 2018 a guerra de agressão provocou mais de 60 mil mortos no Iémen.

Arábia Saudita e Israel, «maiores assassinos de crianças»

Pelo terceiro ano consecutivo, a coligação militar liderada pelos sauditas que leva a cabo a guerra de agressão ao Iémen foi colocada na «lista negra» dos assassinos de crianças pelas Nações Unidas, revelam a Al Manar e a Reuters.

De acordo com um relatório do secretário-geral da ONU, apresentado na sexta-feira passada, a coligação matou ou feriu 729 crianças em 2018, sendo responsável por quase metade de todas as vítimas menores registadas pelo organismo em conflitos armados.

O mesmo relatório dá conta de que as forças israelitas mataram e feriram mais crianças palestinianas em 2018 do que em qualquer um dos quatro anos anteriores. De acordo com o documento das Nações Unidas, 59 crianças palestinianas foram mortas o ano passado, 56 das quais pelas forças militares de ocupação israelitas, e 2756 foram feridas, informa a Al Manar.

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