O avanço do Exército Árabe Sírio (EAS) contra os terroristas da Al-Qaeda no sul da província de Idlib e a iminência da queda da estratégica cidade de Khan Sheikhoun alarmaram as autoridades de Ancara, que transferiram apressadamente para a zona uma força de choque de 14 mil combatentes jihadistas experimentados.
A movimentação foi feita entre as províncias de Alepo e de Idlib, ambas parcialmente ocupadas pela Turquia ou por grupos jihadistas controlados por Ancara.
As forças incluem veteranos jihadistas das operações «Escudo do Eufrates» e «Ramo de Oliveira», desenvolvidas pela Turquia no norte da Síria, e cerca de seis mil membros do Jund al-Aqsa, do Estado Islâmico (Daesh), refere a agência iraniana Fars a partir de fontes do Centro de Documentação Síria (em árabe).
A batalha por Khan Sheikhoun é «vital e decisiva para os grupos terroristas» e «Ankara está a fazer os maiores esforços para evitar a sua queda», segundo fontes sírias citadas pela Fars.
A cidade, desde 2014 nas mãos da Al-Qaeda, encontra-se praticamente deserta, segundo a France 24, e é considerada uma «chave» para a libertação por Damasco da região de Idlib, o maior bastião nas mãos dos jihadistas depois libertação de Alepo em 2016 pelas forças governamentais.
Na quinta-feira passada as «Forças Tigre», unidade ofensiva de elite do EAS, capturaram a cidade de Madaya após «ferozes combates com os jihadistas», tendo estabelecido, segundo fontes militares citadas pelo libanês Al-Masnar, «a sua primeira presença a noroeste de Khan Sheikhoun» desde 2014, com o exército sírio e aviões russos «a atingirem das linhas de defesa rebeldes com fogo pesado».
Objectivos do acordo EUA-Turquia sobre «zona segura» tornam-se claros
Esta transferência de combatentes é a primeira consequência prática do acordo assinado entre os EUA e a Turquia sobre o estabelecimento de um «centro conjunto de operações», em território turco, para coordenar e gerir a criação de uma alegada «zona segura» na Síria.
Tanto os EUA como a Turquia mantêm, nas zonas por si ocupadas, largos milhares de combatentes jihadistas afectos à Al-Qaeda ou ao Daesh, que movimentam em diversos cenários de guerra de acordo com os interesses de Ancara ou Washington, com o silêncio da maioria da comunidade internacional.
O governo sírio rejeitou categoricamente «o acordo anunciado pelos ocupantes norte-americanos e turcos sobre a criação da chamada zona segura», sublinhando que constituiu uma «violação flagrante da soberania e integridade territorial da Síria», bem como «dos princípios do direito internacional e da Carta das Nações Unidas».
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