|Novo Banco

Os contribuintes continuam «a pagar» e a administração «a despedir»

O Sindicato dos Trabalhadores da Actividade Financeira considera que o novo pedido de rescisão por mútuo acordo apresentado pela administração do Novo Banco revela «desrespeito» pelos trabalhadores.

O terceiro maior banco nacional é propriedade do Fundo de Resolução, uma entidade pública sob controlo do Banco de Portugal
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Os trabalhadores reagiram depois de ter vindo a público que o Novo Banco (NB) obteve autorização do Ministério do Trabalho para alargar a 310 funcionários o limite previsto para as cessações por mútuo acordo entre 8 de Agosto de 2019 e 31 de Dezembro de 2021.

Em declarações ao AbrilAbril, Rute Santos, coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores da Actividade Financeira (Sintaf/CGTP-IN), lembrou que o plano de reestruturação nunca foi apresentado aos sindicatos, o que mostra o «desrespeito com que a administração trata os trabalhadores e os seus representantes». Confirmou também que estes números ultrapassam o objectivo acordado entre o Estado e a Direcção-Geral da Concorrência europeia. No âmbito deste acordo, o banco teria de reduzir o número de trabalhadores para 4909 até 2021, pelo que faltaria despedir 84 – e não 310.

A dirigente criticou ainda os próprios termos em que se coloca a solução: «Nem é uma solução, nem é mútuo acordo. Aquilo que é apresentado aos trabalhadores é “ou vais ou vais”», explicando que o trabalhador ou aceita as condições de saída ou é forçado a sair por extinção do posto de trabalho.

«Infelizmente, os acontecimentos têm dado razão ao que o Sintaf previa desde o início deste processo. O banco está a ser desmembrado aos bocados, com grandes ganhos para poucos e muitos prejuízos para o País», declarou. «Os contribuintes continuam a pagar e o banco continua a despedir trabalhadores», denunciou, sublinhando que o NB deveria ter ficado na esfera pública, a ser gerido pelo Estado.

O NB, criado em 2014, contava com 674 balcões e até hoje já encerrou 273 (-40,5%). No mesmo período, o número de trabalhadores passou de 7887 para 4993, o que se traduz numa redução de 2894.

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