As paralisações desta quinta-feira fizeram-se sentir sobretudo no sector dos Transportes, já que uma das medidas incluídas no «pacote neoliberal» que Moreno anunciou no passado dia 1 – bastante criticada pela população – diz respeito à eliminação do subsídio estatal à gasolina especial e ao gasóleo.
Assim, taxistas, condutores de empresas de transporte urbano e provincial, de autocarros escolares e de camiões pararam as suas actividades e participaram em mobilizações, a que se associaram organizações sociais, sindicatos, trabalhadores de diversos sectores e estudantes, na capital, Quito, e noutras cidades do país andino, informa a Prensa Latina.
O pacote anunciado por Moreno, que se enquadra num conjunto de medidas económicas acordadas com o Fundo Monetário Internacional (FMI), prevê ainda o corte de 20% em remunerações em contratos temporários renovados, a redução do número de dias de férias para os funcionários públicos e a imposição, aos trabalhadores de empresas públicas, do desconto de um dia de salário mensal, refere a mesma fonte.
Este pacote ao gosto do FMI, que o executivo equatoriano caracteriza como «para bem da economia» e com o qual pretende «poupar» 1400 milhões de dólares por ano, teve como resposta uma onda de mobilizações.
Além de transportes parados e escolas encerradas, registaram-se inúmeros bloqueios de estradas com pneus queimados em vários pontos do país, houve cargas policiais em Quito e foram destacados militares para a sede do governo, o Palácio de Carondelet.
Perante este cenário, o presidente equatoriano decretou o estado de excepção, alegando que, com tal medida, pretende «salvaguardar a segurança dos cidadãos e evitar o caos».
Antes de o decreto da situação de excepcionalidade, a nível nacional, ser anunciado, vários ministros reafirmaram, em declarações à comunicação social, que as medidas do «paquetazo» não irão ser alteradas.
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