A Frente Unitária dos Trabalhadores (FUT), a União Nacional dos Educadores (UNE) e a União Geral dos Trabalhadores do Equador (UGTE) comprometeram-se, esta terça-feira, a mobilizar os trabalhadores para a jornada de protesto.
O presidente da FUT, Ángel Sánchez, disse numa conferência de imprensa que a decisão de avançar para a jornada nacional de luta está relacionada com a resistência do governo a ouvir a voz dos trabalhadores.
A falta de diálogo entre a administração central e sindicatos e organizações sociais é uma das críticas que têm sido feitas ao chamado «governo do encontro», liderado pelo neoliberal Guillermo Lasso.
Outra exigência dos sindicatos é a do congelamento dos preços dos combustíveis, que aumentam cada vez mais, explica a TeleSur, devido à aplicação de um decreto emitido pelo governo do ex-presidente Lenín Moreno e que a actual a administração mantém em vigor.
Em Quito e noutras cidades, trabalhadores, estudantes, desempregados e representantes de várias organizações sociais uniram-se esta quinta-feira para dizer «não» aos acordos do governo com o FMI. Além de exigirem o fim dos pactos celebrados por Lenín Moreno com o Fundo Monetário Internacional (FMI), por colocarem o país em situação de dependência e agravarem as condições de vida dos trabalhadores, os manifestantes centraram as suas críticas na política económica do governo. As marchas, previstas para 17 das 24 províncias do país sul-americano, foram convocadas pela Frente Unitária dos Trabalhadores (FUT), com o apoio de várias outras organizações, como a Federação dos Estudantes Universitários do Equador (FEUE), que reafirmaram as críticas aos cortes orçamentais no ensino superior. Ao convocar a jornada de protesto, o presidente da FUT, Mesías Tatamuez, sublinhou que os trabalhadores vinham para as ruas defender os que estão no desemprego e exigir ao governo que respeite os direitos dos trabalhadores, o fim dos despedimentos, melhores salários e as verbas necessárias para os sectores da Saúde e da Educação, indica a TeleSur. A FUT também reiterou a sua clara oposição à chamada Lei de Apoio Humanitário, que entrou em vigor em Junho último. O dirigente sindical Edwin Bedoya afirmou que essa lei, «promovida pelo executivo para alegadamente fazer frente à crise gerada pela Covid-19, precariza a situação laboral, permite o despedimento imediato, não respeitando os direitos dos trabalhadores, e não cria emprego». Por seu lado, Nelson Erazo, presidente da Frente Unida, sublinhou que «aquilo que o povo equatoriano pede é a adopção de medidas que melhorem a qualidade de vida, e não medidas que geram mais desemprego e miséria» no país andino. Acrescentou que, neste momento, «não vamos dialogar com quem diz que vai resolver os problemas, mas mata à fome o povo equatoriano». Participando na manifestação em Quito, tanto Tatamuez como Erazo criticaram o dispositivo de segurança criado pelas autoridades, que colocou nas ruas mais de 47 mil efectivos, além de barreiras e arame farpado em todos os acessos ao Palácio de Carondelet, sede da presidência da República, refere a Prensa Latina. Na capital, a marcha partiu do Instituto Equatoriano de Segurança Social e dirigiu-se para a Praça Santo Domingo, na zona histórica, onde terminou com cânticos e palavras de ordem contra o neoliberalismo. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Protesto contra o FMI e as medidas neoliberais do governo equatoriano
«Não dialogamos com quem mata à fome o povo equatoriano»
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As estruturas sindicais uniram-se também para denunciar, entre outros aspectos, a falta de emprego e a não aplicação das reformas aprovadas na Assembleia Nacional à Lei Orgânica da Educação Intercultural (LOEI), que incluem aumentos salariais para os docentes e alterações ao programa de bacharelato, abordam questões como a violência e o assédio, reconhecem os anos de carreira dos docentes e os seus direitos à reforma.
A este respeito, Sánchez anunciou que as marchas agendadas para dia 11 marcarão o início de múltiplos protestos contra o que designou como «incumprimento do governo de Guillermo Lasso e do Tribunal Constitucional».
A este último, informa a TeleSur, os sindicatos exigem que se pronuncie face ao pedido de inconstitucionalidade da reforma à LOEI, situação que levou 80 pessoas – professores, estudantes e pais – a entrar em greve de fome, há 23 dias.
Lasso não reverte rumo de Moreno, acusa FUT
Prevê-se que estudantes, agricultores e trabalhadores em geral adiram ao protesto, que visa também denunciar uma eventual privatização do Instituto Equatoriano de Segurança Social e de outras empresas estatais.
Por seu lado, o dirigente da FUT José Villavicencio criticou o governo de Lasso por dar continuidade às políticas impopulares exigidas nos acordos firmados com o Fundo Monetário Internacional (FMI) no tempo de Moreno.
Denunciou igualmente a aplicação da chamada Lei Humanitária, implementada no contexto da pandemia do novo coronavírus pelo governo anterior e que deixou um saldo de 1,2 milhões de trabalhadores despedidos. Os sindicatos, disse, pediram a Guillermo Lasso que mudasse de rumo, mas não obtiveram resposta alguma.
O cumprimento das promessas feitas na campanha eleitoral é outra das exigências dos sindicatos, que pedem ao executivo equatoriano que não use o plano de vacinação contra a Covid-19 – que consideram positivo – como cortina de fumo para tapar os outros problemas que atingem o povo e os trabalhadores.
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