A agência turca Anadolu informou este domingo que um comboio militar norte-americano, em que se seguiam cerca de 30 tropas, chegou no dia anterior à base de Jazira, na região ocidental da província de Raqqa. De acordo com a fonte, o objectivo é reconstruir a infra-estrutura que ali foi destruída.
Foi ainda noticiado que, na sexta-feira, as forças norte-americanas deram início à reconstrução da base militar na aldeia de Sarrin, cerca de 30 quilómetros a sul de Ain al-Arab (também conhecida como Kobane e localizada no extremo Norte da província de Alepo, junto à fronteira com a Turquia). A mesma fonte refere que, também nesse dia, as tropas norte-americanas retomaram as operações de patrulhamento nas imediações dos campos petrolíferos sírios.
Depois de Washington ter anunciado a retirada total das suas tropas do território sírio, na semana passada a Casa Branca afirmou que pelo menos 500 tropas iriam permanecer junto aos poços de petróleo controlados pelas milícias curdas.
O secretário de Estado da Defesa dos EUA, Mark Esper, referiu então que a medida visava proteger os campos petrolíferos dos terroristas do Daesh, mas aquilo que está em causa, segundo Damasco, é o interesse económico que os EUA têm nos recursos da Síria e a continuidade da espoliação e do saque que há muito se verifica – com a cumplicidade das chamadas Forças Democráticas Sírias (FDS) –, num contexto em que o país árabe enfrenta as consequências económicas e sociais das sanções que lhe foram impostas pelo Ocidente.
Governo sírio reforça presença militar na província de Hasaka
A agência noticiosa SANA revelou, este fim-de-semana, que unidades do Exército Árabe Sírio foram colocadas em novas áreas da província de Hasaka, no extremo Nordeste do país, no âmbito das operações de reforço militar junto à fronteira com a Turquia, para lidar com eventuais novas incursões militares turcas e de forças terroristas mercenárias em território sírio.
A SANA acrescenta que as forças governamentais foram colocadas ao longo de vilas e aldeias, num cordão que se estende entre Tal Tamr e al-Darbasiyah, frente à cidade turca de Senyurt.
No passado dia 9 de Outubro, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, decretou o início da operação «Fonte de Paz», com a qual Ancara afirmou querer atingir as Unidades de Protecção Popular (YPG) curdas, que dominam as FDS e são vistas como um prolongamento em território sírio do braço armado do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), igualmente considerado terrorista pela Turquia.
A operação seguiu-se ao anúncio da Casa Branca, confirmado no Twitter pelo presidente dos EUA, Donald Trump, da decisão de retirar as tropas do Norte da Síria e de deixar os curdos – cujas milícias integram maioritariamente as chamadas FDS, até então «apoiadas» por Washington – «por sua conta» face à operação turca.
Damasco, que lembrou a instrumentalização das FDS na «guerra terrorista contra a Síria e o seu povo», caracterizou os «esquemas» revelados pelos EUA em conluio com a Turquia como um novo capítulo da «guerra terrorista» contra o país árabe.
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