O povo venezuelano expressa assim, também, o seu apoio às políticas levadas a cabo pelo presidente Nicolás Maduro e responde à chamada «Tomada de Caracas», mobilização convocada para esta quinta-feira pela oposição, liderada pela coligação Mesa da Unidade Democrática (MUD), alegadamente com o propósito de promover, ainda este ano, um referendo revogatório contra o chefe de Estado.
Ontem, militantes e simpatizantes do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) iniciaram uma vigília na Praça Venezuela, onde se pronunciaram, já de madrugada, contra a ingerência da Organização de Estados Americanos (OEA) e a Administração norte-americana nos assuntos internos da Venezuela, informa a Prensa Latina.
Atentos às tentativas de desestabilização
Dirigindo-se aos presentes, o primeiro vice-presidente do PSUV, Diosdado Cabello, afirmou a necessidade de «trabalhar e lutar pela paz», sublinhando que «das ruas não nos tiram nem o imperialismo, nem a direita, embora não devamos cair em provocações beligerantes».
Cabello disse que o Governo estará alerta perante as tentativas de desestabilização, pois tem «razões para acusar a direita de, por trás da convocatória da marcha, esconder propósitos golpistas». Neste sentido, explicou que a oposição convocou a mobilização «para exigir a aplicação de um referendo revogatório este ano contra Maduro, mas sabendo que isso é impossível, pois foram eles mesmos que não cumpriram os prazos legais do processo». «E custa-lhes admitir isso perante os seus seguidores e financeiros oligarcas», afirmou.
«O que eles querem realmente são as guarimbas (manifestações violentas) para provocar o caos, fazer correr o sangue do povo e derrubar o legítimo presidente da República», destacou, sublinhando que «não vão deixar que a Revolução Bolivariana seja sequestrada».
Planos golpistas da direita
Um outro dirigente do PSUV, Freddy Bernal, explicou que as condições que propiciaram a mobilização de hoje, conhecida como a «Tomada de Caracas», são idênticas às que estiveram na origem do golpe de Estado de 11 de Abril de 2002.
Bernal revelou três estratégias planificadas por dirigentes da oposição: a «revolução laranja», em que enquadrou a «Tomada de Caracas» convocada pela MUD; a «extracção», que incluiria o sequestro de dirigentes chavistas como Diosdado Cabello, Ramón Rodríguez Chacín e ele mesmo, entre outros; e, por último, o golpe.
Da mesma forma, o ministro para as Relações Interiores, Justiça e Paz, Néstor Reverol, revelou há poucos dias que, em vários arquivos digitais apreendidos ao dirigente opositor Daniel Ceballos, era patente a gestação de um plano desestabilizador, a ser activado no Distrito Capital nesta quinta-feira, informa a TeleSur.
A propósito, estão em curso várias operações e investigações na sequência da apreensão de armas e munições de calibres diversos para atentar contra os manifestantes chavistas.
Solidariedade em Portugal
O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) realizou hoje, em Lisboa, junto à estátua de Simón Bolívar, um acto público de solidariedade com a Revolução Bolivariana e com o direito inalienável do povo venezuelano de seguir o caminho que livremente escolher sem ingerências externas de qualquer natureza. Na ocasião, um representante do CPPC leu um comunicado em que denunciou a «criminosa acção desestabilizadora e de carácter golpista» que «grupos de direita venezuelana, concertados com os EUA, têm vindo a desenvolver».
Por seu lado, o Partido Comunista Português (PCP) emitiu um nota de imprensa em que, «denunciando as manobras contra a República Bolivariana da Venezuela», se associa à Acção Mundial de Solidariedade com a Venezuela e se solidariza «com o povo venezuelano, com o Governo constitucional do Presidente Nicolás Maduro, o PCV, o PSUV e demais forças que defendem os importantes avanços e as históricas conquistas democráticas alcançados e o seu aprofundamento no interesse dos trabalhadores e do povo venezuelanos».
Face à ingerência e agressão externas, os comunistas apelam «à solidariedade com a República Bolivariana da Venezuela», em defesa da sua «soberania e independência», «pelo direito do povo venezuelano a decidir sobre o seu destino».
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