Numa conferência de imprensa que ontem deu em Caracas, Jorge Rodríguez, ministro venezuelano da Comunicação e Informação, denunciou as manobras da direita extremista para, através de montagens, tentar construir um cenário afastado da realidade do país sul-americano.
Rodríguez informou que, na sequência da investigação decretada por Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, para apurar a fundo o que se passou em Barquisimeto (estado de Lara), no passado dia 29 de Fevereiro, foi preso um cidadão identificado como Clímaco Medina, El Caracas – indivíduo que aparece numa foto divulgada pela imprensa internacional a apontar um revólver ao deputado da oposição da Juan Guaidó, que é reconhecido pelos Estados Unidos e seus aliados como presidente interino da Venezuela.
Segundo informação facultada pelo detido, gente próxima de Guaidó contratatou-o – por 200 dólares – para que apontasse a arma, sem a disparar, ao ex-presidente da Assembleia Nacional venezuelana.
Jorge Rodríguez disse que os organizadores desta «montagem» tinham como objectivo fabricar uma foto para a enviar a um órgão de imprensa internacional para que fosse publicada. Sublinhou também o facto de, na fotografia, «os presentes agirem com total normalidade». «Ninguém está assustado», frisou, citado pela VTV.
A este propósito, o titular da pasta da Comunicação lembrou que a agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP) já veio informar que não esteve presente na concentração de dia 29 de Fevereiro convocada por Guaidó em Barquisimeto, desmentindo assim que seja a autora da imagem – que lhe foi facultada pela equipa de Guaidó.
Neste sentido, Rodríguez instou a AP e outros meios de comunicação internacionais que fizeram ecoar a montagem a publicar o depoimento de Clímaco Medina e a divulgar a «verdade» dos factos, depois das provas apresentadas.
Guaidó precisa de «fogos de artifício»
O ministro da Comunicação e Informação revelou ainda que a comitiva de Guaidó se deslocou ao estado de Lara a troco de 300 dólares por camião, e, apesar de reduzida, se manifestou de forma violenta numa parte da cidade de Barquisimeto, onde a população local não a recebeu de forma amistosa.
Como Guaidó «é repudiado pelo povo, precisa deste tipo de fogos de artifício, para poder manter a operação», disse Rodríguez, acrescentando que estas manobras se integram nas preparações para as mobilizações que convocou para o próximo dia 10, numa tentativa de «promover a violência nas manifestações».
Guaidó «está desesperado» por não ser capaz de cumprir «o que prometeu ao presidente da Colômbia, Iván Duque, e aos seus chefes gringos», sublinhou ainda Rodríguez.
Esta semana o primeiro vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela, Diosdado Cabello, também denunciou as manobras da extrema-direita, destacando que as informações falsas fazem parte dos planos de desestabilização do país, revela a Prensa Latina.
No entanto, precisou que estas acções se dirigem à «comunidade internacional». «Aqui, na Venezuela, não engana ninguém», afirmou Cabello ao referir-se ao descrédito do sector que Juan Guaidó lidera.
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