A Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo, abrangendo mais de 40 organizações sociais, lançaram juntas, esta terça-feira, a Plataforma Emergencial para Enfrentamento da Pandemia do Coronavírus e da Crise Brasileira, com mais de 60 propostas «para proteger a saúde, os rendimentos e o emprego».
O lançamento foi anunciado no programa «Bom Pra Todos», da Rede TVT, num debate que contou com a participação de Carmen Foro, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Guilherme Boulos, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Iago Montavão, da União Nacional dos Estudantes (UNE), e João Pedro Stedile, do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST).
«Esta plataforma expressa uma força política muito grande; quer dizer que nós estamos avançando na unidade popular e na organização de um campo que representa a maioria do povo brasileiro», afirmou a dirigente sindical Carmen Foro.
Em seu entender, trata-se de um momento de «vida ou morte» e «o movimento social optou por lutar pela vida, ao contrário do governo Bolsonaro, que optou pela morte, ao ir na contramão de tudo aquilo que o mundo está implantando e orientando diante da pandemia», informam o Brasil de Fato e a Prensa Latina.
No decorrer da apresentação, ficou-se a saber que a plataforma tem mais de 60 propostas para defender os trabalhadores, opondo-se assim a um governo que promove a desinformação e ataca repetidamente a saúde pública tanto nos discursos como nas atitudes.
Para a dirigente da CUT, a vida e a saúde da população brasileira têm prioridade, mas a isso associa-se a reivindicação fundamental de mudanças estruturais na economia do país, de modo a garantir postos de trabalho, salários, rendimentos e alimentação.
João Pedro Stedile, do MST, defendeu que o projecto representa a união das forças populares, acrescentando que o objectivo é dialogar com a sociedade, com a base social e os movimentos sociais «um sentido único de actuação para enfrentar as crises», revela o Brasil de Fato.
Bolsonaro «sem capacidade» para ultrapassar a situação
A denúncia de que o governo de Jair Bolsonaro não assumiu «medidas eficazes» contra a propagação do novo coronavírus no Brasil e se tornou a «principal ameaça» para a segurança e o bem-estar da população brasileira atravessa o manifesto que estrutura a plataforma.
Neste sentido, Guilherme Boulos, do MTST, sublinhou que Bolsonaro «não respeita a saúde e os brasileiros» ao pedir que as pessoas voltem para as ruas com normalidade.
«Esta plataforma vem dizer ao povo brasileiro que a falsa alternativa que o Bolsonaro coloca de as pessoas irem para a rua desrespeitando a quarentena ou ficarem em casa e morrer de fome é uma falácia», denunciou Boulos, frisando que as propostas dos movimentos sociais têm em conta tanto a saúde como a protecção da população diante da crise económica e da pandemia.
As organizações que integram a plataforma entendem que o governo de Bolsonaro não tem capacidade para ultrapassar a actual situação e, por isso, pedem a saída do presidente, considerando que a sua permanência é «uma questão de saúde pública», como definiu Guilherme Boulos.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui