O presidente do PSD é contra os aumentos de 0,3% para os trabalhadores da administração pública com o argumento de que há desempregados. Aliás, será essa a razão pela qual, desde 2009, não havia aumentos na administração pública e que terá também levado o governo PSD/CDS a cortar nos rendimentos, no subsídio de férias e no 13.º mês, e à estagnação do Salário Mínimo Nacional. Utilizar os desempregados como argumento para limitar aumentos e direitos aos trabalhadores levaria a que estes nunca pudessem acontecer.
O problema é que para Rui Rio, para o grande patronato e não só, os aumentos salariais na administração pública, ainda que com pouca expressão, são um mau exemplo, e não querem que se aplique ao sector privado. O que não querem é que o Estado cumpra, como se lhe exige, o seu papel de vanguarda na melhoria das condições de vida dos seus trabalhadores e, por arrasto, dos trabalhadores do sector privado.
Nesta situação de crise resultante do surto epidémico, alguns dos que na tribuna parlamentar e nas televisões papagueiam elogios e batem palmas aos trabalhadores da saúde, da limpeza e dos lixos, e aos profissionais das forças de segurança são os mesmos que agora (e quase sempre) lhes negam aumentos salariais e melhoria das suas condições de vida.
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