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Quem ganha com a redução do preço do petróleo?

Os ganhos decorrentes da aquisição de crude a preços muito baixos deverão ser utilizados para alavancar a recuperação económica do País, com o Governo a fixar um preço máximo para os combustíveis.

Trabalhadores recordam que a Galp fechou o primeiro semestre deste ano com lucros de 250 milhões de euros, numa subida de 1% face aos 247 milhões de euros obtidos no mesmo período do ano passado
A Fiequimetal defende que o Governo deve fixar «um preço máximo para os combustíveis, de forma a garantir» que os «ganhos beneficiem os trabalhadores e as empresas» CréditosEstela Silva / Agência LUSA

A redução de produção de combustíveis nas refinarias de Sines e de Matosinhos levanta várias questões relativas à retoma da economia, à soberania energética e à política de combustíveis.

No último mês assistiu-se a uma significativa baixa dos preços do crude, que permitiu à Petrogal/Galp adquirir quantidades de crude para preencher a capacidade de armazenagem disponível nas refinarias.

Nesse sentido, Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas e Eléctricas (Fiequimetal/CGTP-IN) defende, em comunicado, «que os ganhos decorrentes da aquisição de crude a preços muito baixos deverão ser utilizados para alavancar a recuperação económica do País», e que o Governo deverá fixar «um preço máximo para os combustíveis, de forma a garantir que aqueles ganhos beneficiem os trabalhadores e as empresas».

Entretanto, a distribuição de dividendos aos accionistas, nomeadamente na Petrogal, que, depois dos mais de 262 milhões de euros distribuídos em Setembro, se prepara para distribuir hoje mais 314 milhões, num total de cerca de 577 milhões, «representa a retirada de centenas de milhões de euros do País e significa que não há forma de assegurar que esse valor seja investido no País ou de garantir que não sirva para alimentar somente a especulação financeira», acrescenta o comunicado.

A Fiequimetal critica ainda a Petrogal pelo despedimento, no inicio de Março, «de 80 trabalhadores do contrato de manutenção da refinaria de Sines» e sublinha o corte «nos custos e investimentos na ordem de mil milhões de euros», anunciado pela Galp, «o que representa o inverso do que deveria ser a prática de um dos principais grupos económicos do País na ajuda ao relançamento da economia, onde a criação de emprego deverá ser uma prioridade».

A federação sindical considera ainda que «a redução acentuada da procura de combustíveis será temporária» e exige ao Governo uma acção rápida «para assegurar todas as medidas que garantam a rápida retoma económica», a reversão dos despedimentos já ocorridos e o «acompanhamento preventivo da situação laboral na refinaria de Sines», impedindo novos abusos.

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