«Considerando as consequências da pandemia e o inerente agravamento do contexto económico e social, em Portugal e no mundo, e em face da séria situação de incerteza quanto à retoma da normal actividade económica, o Conselho de Administração da Corticeira Amorim reuniu, ponderou e decidiu manter a proposta de aplicação de resultados», refere a empresa em comunicado à CMVM.
«Tendo como base a sua solidez financeira e a adequada estrutura de capitais da Corticeira Amorim, o Conselho de Administração propõe manter a proposta de distribuição de um dividendo de 18,5 cêntimos por acção». Esta proposta será votada na assembleia geral que a empresa agendou para 26 de Junho.
Mantendo a proposta para o dividendo ordinário, o Conselho de Administração decidiu «não propor, no corrente ano, a atribuição de um dividendo extraordinário em Dezembro (como vinha acontecendo desde 2012)».
Assim, há estabilidade para distribuir lucros mas as reivindicações dos trabalhadores continuam por responder, nomeadamente no que concerne aos longos horários e aos baixos salários.
A Federação Portuguesa Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (Feviccom/CGTP-IN) declarou em Julho de 2019 que a distribuição da riqueza no sector corticeiro é «profundamente desequilibrada», já que o aumento de 17,06 euros corresponde a 56,8 cêntimos por dia. Dava o exemplo da Corticeira Amorim, cujos lucros em 2018 aumentaram 6%, o que corresponde a um valor de 77,4 milhões de euros.
Se em 2009 o peso das remunerações na riqueza criada era de 62,3%, em 2016 diminuiu para 41%, lia-se numa nota. «Os corticeiros estão a empobrecer a trabalhar: a sua produtividade e esforço têm vindo a aumentar, mas o peso dos seus salários tem vindo a cair face à riqueza criada!», denunciava a Feviccom.
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