A militância juvenil do MAS pediu apoio para a greve de fome que membros de diversas organizações sociais estão a realizar frente ao Supremo Tribunal Eleitoral (STE), na capital da Bolívia, em defesa da democracia e contra o governo golpista de Jeanine Áñez.
Quando passam nove meses sobre a consumação dos golpe de Estado que levou à renúncia do presidente Evo Morales, a direcção departamental da Juventude do MAS em La Paz instou as forças regionais e grupos universitários a acompanhar o protesto junto do STE, em repúdio pela «manipulação das eleições gerais».
Na sua conta de Twitter, o candidato à presidência da Bolívia pelo MAS, Luis Arce, denunciou as ameaças, intimidações e agressões sofridas pelos jovens em greve de fome, perpetradas por grupos de choque violentos.
A greve de fome junta-se às mobilizações convocadas pela Central Obrera Boliviana (COB), em que se incluem os cortes de estrada, promovidos também por diversas forças sociais do país sul-americano, que não se limitam a reclamar uma data fixa para as eleições, mas exigem a demissão da presidente autoproclamada Jeanine Áñez.
Ameaças e agressões dos grupos de choque fascistas
Ontem, um dos dirigentes destacados do golpe de Estado na Bolívia, o fascista de Santa Cruz Fernando Camacho, ameaçou lançar uma onda de paramilitares contra os manifestantes pró-democracia, revela a Kawsachun News, tendo enviado uma carta aberta a Áñez em que a intima a «esmagar os protestos imediatamente».
A mesma fonte refere que, na sequência dos ataques aos manifestantes, grupos de «Waris» de Warisata, no departamento de La Paz, se juntaram aos protestos. Por seu lado, os conhecidos Ponchos Rojos convocaram camponeses de outras províncias a marchar de forma massiva até à cidade de La Paz, visando cercar a sede do governo, informa a Prensa Latina.
Habitantes e organizações sociais do município de Zudañez (departamento de Chuquisaca) denunciaram que grupos paramilitares atacaram com projécteis um grupo de pessoas que participavam numa mobilização em que se exigia eleições gerais.
Na região de andina de Cochabamba as manifestações mantêm-se há sete dias consecutivos e, segundo as organizações promotoras, o bloqueio vai «radicalizar-se» a partir de hoje, no quilómetro 128 da rodovia que liga Cochabamba a Oruro.
Ontem, o grupo paramilitar armado Resistencia Juvenil Cochala atacou manifestantes em Quillacollo, no departamento de Cochabamba. À noite, a conhecida Unión Juvenil Cruceñista – grupo fascista de Santa Cruz – lançou uma mensagem a apelar ao confronto directo com os manifestantes mobilizados em defesa da democracia.
Apesar das ameaças crescentes, a Federación Sindical Única de Trabajadores Campesinos de Pando (departamento amazónico boliviano) lançou críticas ao governo golpista de Áñez e anunciou a sua adesão à greve geral em curso.
Também este domingo, os golpistas fracassaram na tentativa de resolução do conflito e ficaram a falar consigo mesmos, uma vez que a COB, o Pacto de Unidade, o MAS, o candidato Luis Arce e diversas autoridades não compareceram à mesa de diálogo convocada por Áñez, revela a Kawsachun News.
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