O dirigente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) Diogo Dias afirmou à Lusa que «vários tripulantes estão a apresentar queixa-crime contra a empresa, porque [esta] não está a declarar. Faltam meses por inteiro de descontos na Segurança Social», referindo-se tanto à Ryanair como à Crewlink, a empresa subcontratada para a qual muitos tripulantes trabalham, e que tem como único cliente a companhia aérea irlandesa.
O dirigente sindical afirmou que «os tripulantes, quando consultam a sua carreira contributiva, vêem que há meses que simplesmente não estão declarados», algo que, segundo o sindicalista, a Segurança Social «também não sabe explicar».
«O trabalhador tem o recibo de vencimento» no qual «estão explanados os descontos para a Segurança Social, e isso não está reflectido» nas respectivas carreiras contributivas, de acordo com o dirigente do SNPVAC.
Atropelos à lei multiplicam-se
Na quarta-feira, o mesmo dirigente sindical já tinha adiantado que o SNPVAC vai processar a Ryanair por assédio laboral e discriminação, exigindo a restituição de créditos laborais, após a resolução de contratos por justa causa.
O sindicato denunciou ainda que mais de 30 trabalhadores da Crewlink, que tripulam os aviões da Ryanair, estão a ser convidados para os quadros da companhia com remunerações base abaixo do salário mínimo, tendo como alternativa a relocalização no estrangeiro já em Setembro.
«A empresa constantemente atropela a lei [em vários países europeus] e, em Portugal, está a atropelar a lei há mais de dez anos. Se todos os trabalhadores abdicassem de créditos laborais como a empresa quer, estamos a falar de cinco milhões de euros», disse Ricardo Penarroias do SNPVAC.
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