Ao protesto vão juntar-se trabalhadores da Bélgica, Holanda, Itália, Espanha e Portugal, afirmaram dirigente sindicais na conferência de imprensa, tendo a presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) confirmado também a data à agência Lusa.
A presidente do SNPVAC, Luciana Passo, já tinha confirmado que a paralisação abrange não só os tripulantes de cabine, que têm sido dos mais críticos em relação às regras de trabalho na companhia aérea low cost irlandesa, mas também pilotos e serviços de handling (assistência em terra) da empresa.
Em cima da mesa está a exigência de que os contratos de trabalho da Ryanair sejam feitos segundo a lei laboral nacional de cada país, e não a irlandesa, que tem sido a usada pelo grupo. Os sindicatos contestam ainda o recurso a trabalhadores contratados por empresas de trabalho temporário, que funcionam na órbita da companhia aérea. Estes funcionários acabam por ter condições mais precárias de trabalho.
Em Portugal, os trabalhadores exigem o cumprimento de várias matérias previstas na lei, entre as quais os direitos de parentalidade, a garantia de um ordenado mínimo e o fim de processos disciplinares por motivo de baixas médicas ou contra quem não atinja os objectivos de venda a bordo. É ainda contestada a deterioração das condições de trabalho e os vínculos de trabalho precários, alguns com 10 anos.
A Ryanair tem estado envolvida numa polémica desde a greve dos tripulantes de cabine de bases portuguesas em Abril, por ter recorrido a trabalhadores de outras bases estrangeiras para minimizar o impacto da paralisação. Além de violar o direito à greve, a companhia low cost ameaçou ainda por telefone com despedimento quem não aceitasse a ordem.
Já na última greve europeia, em antecipação a esta, a Ryanair enviou um formulário aos tripulantes de cabine a pretexto de «minimizar os transtornos para os nossos clientes». No email, além de tentar coagir os trabalhadores, a empresa perguntava se tencionavam aderir ou não à greve e, indo mais além, colocava uma outra opção no questionário para quem não esteja escalado: se desejava ser voluntário para trabalhar.
Além da convocação da greve, os responsáveis sindicais anunciaram ainda que esta tarde vão reunir-se com os chefes de gabinete do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e da comissária do Emprego, Assuntos Sociais, Competências e Mobilidade dos Trabalhadores, Marianne Thyssen.
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