A estrutura regista num comunicado que, desde o início do século XXI, o número de candidatos à Polícia de Segurança Pública (PSP) tem vindo a cair de cerca de dez mil para pouco mais de 2000.
«Esta redução tem reflectido algumas preocupações com a selecção para ingresso nos cursos para agente de polícia», diz a associação, notando que o ordenado-base é de 791 euros, sendo um salário muito baixo para os requisitos do cumprimento da missão.
Outra razão que, segundo a ASPP/PSP, afasta o interesse dos candidatos está no facto de a responsabilidade estar «exclusivamente centrada no agente», que executa, coordena a ocorrência e responde sobre a sua actuação perante as entidades responsáveis, nomeadamente a Inspecção-Geral da Administração Interna e os tribunais.
A falta de perspectiva de carreira é outro dos motivos apontados pela associação para que a profissão tenha deixado de ser atractiva para os candidatos. «Um agente, apesar de ter avaliações de serviço máximas e um currículo acima da média, pode demorar 15 anos a ser promovido à primeira categoria (agente principal) na carreira de agentes», diz a associação, apontando também «constantes congelamentos das progressões horizontais, o que prolonga as actualizações, ainda que mínimas, na carreira».
São razões, defende a ASPP/PSP, que acabam por «destruir qualquer motivação», às quais se soma o facto de cerca de 90% dos novos agentes serem colocados em Lisboa, a cidade mais cara do País em matéria de alojamento e alimentação, deslocados do seio familiar.
«Tendo em conta o fraco ordenado, [o agente] acaba por não suportar as despesas básicas para poder viver na capital», considera a ASPP/PSP, referindo que um profissional pode estar quase 20 anos para conseguir transferência para o local da sua preferência.
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