O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, na sua mensagem à 75.ª Assembleia Geral da ONU, divulgada ontem, denunciou as sanções criminosas e ilegais sofridas pelo seu país e pediu aos países participantes que ajudassem a construir um mundo novo e multipolar, livre de ideias imperialistas.
Maduro salientou que a Venezuela «ainda está de pé», apesar de ter vindo a se «vítima de múltiplas formas de agressão» e manifestou a sua determinação em realizar, no próximo dia 6 de Dezembro, eleições legislativas que vão mostrar ao mundo um país democrático, livre e soberano, e convidou o secretário-geral da ONU a enviar uma comissão técnica para «acompanhar o processo eleitoral para um novo parlamento e uma nova Assembleia Nacional».
Nicolás Maduro pronunciou-se por mundo multipolar de diversidade, paz e cooperação, por oposição ao mundo unipolar do imperialismo, e apelou à renovação das Nações Unidas, no 75.º aniversário da sua fundação.
«Ou construímos um mundo multipolar, onde podemos todos existir, ser respeitados, um mundo equilibrado, com total respeito pela ONU e pela lei internacional; ou impomos um mundo hegemónico, dominado por um único [dominador], um mundo unipolar, uma contradição do tempo histórico», declarou.
O presidente da Venezuela manifestou o total apoio do seu país à Organização Mundial da Saúde (OMS) e deplorou os ataques por esta sofridos durante a pandemia de Covid-19, no que foi considerada uma referência à retirada dos EUA da organização por, alegadamente, esta depender da China, onde foi detectado o novo coronavírus.
Lembrando as circunstâncias da criação da ONU, no final da Segunda Guerra Mundial, Maduro afirmou que, se «o mundo ultrapassou o fascismo», também conseguirá ultrapassar «aqueles que querem impor a sua hegemonia» e apelou a «um mundo novo, sem impérios, sem hegemonia sobre os nossos povos», concluindo com os desejos de «vida longa» às Nações Unidas.
A Assembleia Geral da ONU começou ontem em Nova Iorque, com a presença limitada de pessoas na sede, devido à pandemia Covid-19. O debate geral inicia-se hoje de uma forma sem precedentes nos 75 anos da organização, com a totalidade dos discursos de chefes de Estado e de Governo a ser em feitos por vídeos previamente gravados.
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