|Palestina

Palestiniano não resistiu aos ferimentos sofridos no checkpoint de Qalandiya

Nasser Halawa, que sofria de deficiência auditiva e foi atingido em Agosto por disparos das forças israelitas, faleceu esta sexta-feira – dia marcado por fortes protestos contra os colonatos na Cisjordânia.

Abdel Nasser Halawa, que sofria de deficiência auditiva, foi atingido a tiro no posto de controlo militar de Qalandiya em Agosto último e ontem acabou por falecer
Créditos / english.palinfo.com

Abdel Nasser Halawa, de 56 anos e residente em Nablus, não resistiu aos ferimentos graves resultantes dos disparos efectuados contra ele pelas forças israelitas a 16 de Agosto último, no posto de controlo militar de Qalandiya, a norte de Jerusalém ocupada.

Faten, uma das irmãs de Abdel Nasser, disse ao Palestinian Information Center que ele ia visitar uma outra irmã em Jerusalém ocupada, querendo ainda ir à Mesquita de al-Aqsa. Faten explicou que o irmão sofria de deficiência auditiva e, por isso, não ouviu os soldados israelitas gritarem para ele, nem percebeu a confusão em seu redor quando entrou numa passagem errada.

Os soldados dispararam vários tiros para os pés de Abdel Nasser, provocando-lhe uma desfragmentação grave nos ossos dos pés. Desde então, tinha estado hospitalizado e sofrido quatro intervenções cirúrgicas.

Forte repressão sobre protestos contra expansão dos colonatos

Esta sexta-feira ficou marcada por várias acções de protesto dos palestinianos contra os colonatos israelitas e a sua ampliação na Margem Ocidental ocupada, a que as forças israelitas responderam com grande violência.

Uma das mobilizações teve lugar na aldeia de al-Mughayyir, a norte de Ramallah, onde as forças de ocupação lançaram gás lacrimogéneo e disparam fogo real contra os manifestantes que protestavam contra o projecto de construção de um novo colonato na zona de Ras al-Tin, perto da aldeia vizinha de Kafr Malik, informa a agência WAFA.

Registaram-se confrontos entre jovens palestinianos e as forças de ocupação israelitas. Walid Assaf, director da Comissão da Resistência aos Colonatos e ao Muro, referiu que várias pessoas sofreram dificuldades respiratórias devido ao lançamento de gás lacrimogéneo e sublinhou que os protestos vão continuar até que os colonos judeus saiam da região.

As tropas israelitas também atacaram o protesto semanal que os habitantes de Kafr Qaddum e das aldeias circundantes, perto de Qalqiliya (Norte da Cisjordânia ocupada), realizam há muito contra os colonatos ilegais, tendo provocado dezenas de feridos.

Morad Shtewi, um dos responsáveis pela organização do protesto, disse à WAFA que as forças israelitas entraram na aldeia, subiram aos telhados de várias casas e dispararam balas de borracha e latas de gás lacrimogéneo contra os manifestantes.

Na aldeia de Beit Dajan, a leste de Nablus, pelo menos dois jovens palestinianos foram atingidos com balas de borracha e outros 15 sofreram dificuldades respiratórias devido à inalação de gás lacrimogéneo disparado pelas forças israelitas, depois de estas terem atacado uma marcha agrícola que tinha como objectivo plantar sementes e árvores em terras palestinianas que estão em risco de ser confiscadas por Israel. O chefe da aldeia, Abdul-Rahman Hanini, explicou que os aldeãos foram impedidos de chegar às suas terras.


De acordo com a PressTV, as forças israelitas reprimiram ainda protestos palestinianos contra a ocupação perto da cidade de Salfit, na cidade de al-Khalil (Hebron) e na cidade de al-Bireh.

Mais de 600 mil judeus vivem em cerca de 230 colonatos construídos nos territórios ocupados da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental. Todos são considerados ilegais à luz do direito internacional.

Com o apoio da administração de Donald Trump, Israel intensificou a política expansionista dos colonatos e de anexação dos territórios ocupados da Palestina.

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui