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«A CGTP está onde tem de estar, ao lado dos trabalhadores e das suas lutas»

Um ano após ser eleita como secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha realça muitos dos problemas vividos pelos trabalhadores e que há um aumento de mulheres activas no movimento sindical.

CréditosNuno Veiga / Agência Lusa

Isabel Camarinha, em entrevista à Lusa, referiu que os sindicatos e a central tiveram de adaptar-se «a esta fase de pandemia», para continuar a «fazer o que é necessário para defender os direitos dos trabalhadores e melhorar as suas condições de vida».

A secretária-geral da CGTP-IN explicou que, apesar dos constrangimentos relacionados com a covid-19, tem-se conseguido mobilizar os trabalhadores para acções de luta, estando anunciada uma jornada nacional de luta para o próximo dia 25 de Fevereiro, que terá presença em todo o País.

«Tivemos muitas novas sindicalizações em 2020, porque os trabalhadores sentem necessidade de recorrer aos sindicatos e de se organizarem colectivamente», revelou ainda a dirigente, que apontou críticas à concertação social.


Questionada sobre o aumento, em 2020, da intensidade das reuniões da Comissão Permanente de Concertação Social, Isabel Camarinha confirma-o, mas referindo que «a maior parte delas foram para dar parecer sobre intenções já concretizadas pelo Governo» sobre medidas excepcionais para fazer face à crise associada à pandemia. Neste sentido, o papel da CGTP-IN foi o de participar, mas com o intuito de defender os interesses dos trabalhadores, criticando as medidas incorrectas ou desequilibradas e exigindo alterações.

A líder da central alerta para medidas que são insuficientes e que se traduzem no facto de os trabalhadores estarem «a passar grandes necessidades».

É o caso dos trabalhadores em regime de teletrabalho, sobretudo mulheres, ao mesmo tempo que cuidam dos filhos pequenos. Esta é uma situação incompreensível, na qual o Governo insiste «mesmo só por uma questão de poupança, pois é completamente incompatível conciliar o teletrabalho com o tomar conta de uma criança pequena», aponta.

Recorde-se que a eleição de Isabel Camarinha, há um ano, como secretária-geral da CGTP-IN, tornou-a a primeira mulher na liderança da central, o que, segundo a própria, reflecte o crescimento do número de mulheres no movimento sindical.

Para a sindicalista, tem importância o facto de ter sido escolhida para liderar a CGTP-IN tendo em conta o número de mulheres trabalhadoras e de activistas sindicais. De facto, «sindicalizam-se mais mulheres, são eleitas mais mulheres para delegadas sindicais ou para órgãos de sindicatos, o que significa que há um aumento da participação das mulheres na vida sindical» afirmou, relembrando que as mulheres não estão ainda numa posição de igualdade, nomeadamente ao nível dos salários e das carreiras, o que «precisa de ser corrigido».

A secretária-geral da CGTP-IN assumiu ainda o compromisso de que a central irá continuar a bater-se, junto do Governo e na rua, pela resolução dos problemas dos trabalhadores. «É esse o meu objectivo, conseguir servir o melhor possível os interesses dos trabalhadores», afirmou.

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