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Mais de um milhão erguem «alternativa popular» num comício em Calcutá

Um mar de gente juntou-se este domingo em Calcutá, onde o Partido Comunista da Índia (Marxista) sublinhou a importância da unidade das forças de esquerda e seculares para travar a «safronização» do país.

Sitaram Yechury, secretário-geral do PCI(M), dirigindo-se à multidão reunida em Calcutá
Créditos / @cpimspeak

Organizado pelo Partido Comunista da Índia (Marxista) – PCI(M) – e forças aliadas, o comício de ontem na capital do estado de Bengala Ocidental teve lugar no Brigade Parade Ground – o maior espaço a céu aberto na cidade.

Nas redes sociais, o PCI(M) referiu que uma «estimativa conservadora» apontava para um milhão de pessoas – um dos actos políticos com maior adesão no mundo e com uma «mensagem poderosa» para os partidos que governam em Nova Déli e em Calcutá, respectivamente, o BJP (Bharatiya Janata Party) e o TMC (All India Trinamool Congress) – antes das eleições para Assembleia Legislativa em Bengala Ocidental.

O secretário-geral do PCI(M), Sitaram Yechury, sublinhou que a Frente de Esquerda – aliança em que o PCI(M) tem posição de destaque e que governou o estado de Bengala Ocidental por mais de 30 anos – é um adversário à altura de TMC e BJP.

Destacou, além disso, a necessidade de derrotar o TMC, de modo a travar o «rolo compressor» do BJP no estado, alertando que, se não tiver maioria, o TMC poderá voltar a juntar-se à NDA (aliança de direita) para formar governo com o BJP de Narendra Modi.

Yechury lembrou a luta dos agricultores, às portas de Déli, contra as políticas anti-populares para frisar que, também ali, em Calcutá, em Bengala Ocidental, se pode lutar, refere o portal newsclick.in.

Defender os direitos face ao extremismo religioso

No mega-comício, o dirigente comunista falou ainda de corrupção, do modo como a juventude é maltratada no estado – «O governo de Mamata Banerjee está a fazer aos jovens o mesmo que Narendra Modi está a fazer aos agricultores», disse – e da importância da unidade das forças de esquerda e seculares para pôr um travão a BJP e TMC, que usam a religião para afastar as atenções dos problemas das pessoas, no país e no estado.


Falando para a multidão, num evento que pretendia erguer uma «alternativa popular» às políticas de direita, de modo a travar «a safronização, a privatização e a corrupção» do país, o dirigente e deputado comunista Mohammed Salim afirmou: «Enquanto os media se centram nos vira-casacas [os que vão do TMC para o BJP], nós falamos de emprego, democracia, transparência, educação e saúde para todos.»

Por seu lado, o secretário do PCI(M) de Bengala Ocidental, Surjya Kanta Mishra, declarou: «Lutaremos pela garantia de direitos iguais para homens e mulheres de todos os sectores da sociedade, e contra o ataque à expressão do pluralismo.»

As eleições para a Assembleia Lesgislativa em Bengala Ocidental irão decorrer em oito fases, a 27 de Março e 1, 6, 10, 17, 22, 26 e 29 de Abril. Os votos serão contados no dia 2 de Maio, informa o newsclick.in.

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