|Afeganistão

Afeganistão: 15 anos de devastação

Há 15 anos, tropas norte-americanas entraram no Afeganistão para combater os seus antigos aliados na guerra contra a República Democrática e o bloco socialista.

Paraquedistas norte-americanos numa operação em Lwar Kowndalan, Afeganistão, em Outubro de 2005
Créditos

A 7 de Outubro de 2001, menos de um mês após os atentados de 11 de Setembro em Nova Iorque e Washington D.C., uma coligação liderada pelos EUA deu início à invasão do Afeganistão. Com o objectivo de capturar Osama Bin Laden, apontado pelas autoridades norte-americanas como responsável pelos ataques, os EUA viravam-se contra os antigos aliados: os mujaidines, que combateram a República Democrática do Afeganistão e tomaram o poder em 1992, com o apoio logístico norte-americano; e os taliban, que tomaram Cabul em 1996 com o apoio militar e financeiro do Paquistão e da Arábia Saudita, ambos aliados dos EUA.

30 mil

Número de afegãos civis mortos durante a invasão e ocupação, de acordo com as estimativas mais conservadoras

A subida ao poder dos mujaidines travou um processo de transformações sociais no Afeganistão, com a promoção da condição da mulher, a construção de centenas de hospitais, novas aldeias ou o fomento da Reforma Agrária.

Nos últimos 15 anos, os EUA gastaram mais de 1 bilião de dólares no Afeganistão, entre as centenas de milhares de tropas enviadas para o terreno (actualmente são cerca de 9 mil, em 2011 eram mais de 100 mil soldados), dos quais mais de 2200 perderam a vida.

Os números assumem proporções avassaladoras quando falamos dos efeitos nas populações afegãs: 2,6 milhões de refugiados, mais de 30 mil civis mortos e mais de 40 mil feridos, como resultado da invasão que dura há 15 anos, de acordo com um vídeo da RT.

Na última década e meia, o Afeganistão transformou-se num dos principais produtores de ópio do mundo. O Gabinete das Nações Unidas para a Droga e o Crime estimava, em 2014, mais de 200 mil hectares de plantações de papoilas para produção de ópio.

«Os EUA vão manter cerca de 8400 soldados no Afeganistão até ao próximo ano»

Barack Obama, 6 de Julho de 2016

A «guerra ao terror», anunciada pela administração norte-americana dirigida por George W. Bush, e continuada por Barack Obama, teve no Afeganistão a primeira de várias intervenções que resultaram na completa desestabilização de vários países, como o Iraque, a Líbia ou a Síria.

Bin Laden viria a ser morto por uma equipa de forças especiais em 2011, em Abbotabad (Paquistão). No entanto, e apesar de formalmente o envolvimento das forças da NATO terem suspendido a sua participação em combates em Dezembro de 2014, os planos para a retirada completa das tropas norte-americanos encontram-se suspensos. O presidente Obama já anunciou que, até ao final do seu mandato (em Janeiro de 2017), se «vão manter cerca de 8400 soldados no Afeganistão».

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui