A jornada de greve desta quinta-feira na Comunidade Autónoma Basca ficou igualmente marcada por outro factor: a imposição de serviços mínimos particularmente elevados, de tal modo que o sindicato ELA, ao referir-se a dados de adesão, coloca a ressalva «entre os que puderam fazer greve». Em muitos serviços da área da Saúde ou nas limpezas das escolas, por exemplo, os serviços mínimos decretados pelo governo de Gasteiz foram de 100%.
Ainda assim, os sindicatos que promoveram a paralisação – ELA, LAB, CCOO, SATSE, ESK e Steilas – consideram que a greve foi um «êxito» e que teve uma adesão «forte» e «generalizada» nos vários âmbitos da administração pública basca.
Nas manifestações da manhã, segundo dados divulgados pelos sindicatos, mais de 18 mil pessoas estiveram presentes nas manifestações que tiveram lugar nas capitais alavesa, guipuscoana e biscainha, sendo a de Bilbau a maior.
Em causa estava, fundamentalmente, a defesa dos serviços públicos, da criação de emprego e da vinculação dos milhares de trabalhadores que, laborando no sector público, não têm estabilidade no emprego.
Mais de 60 mil com contratos temporários
De acordo com o sindicato ELA, cerca de 60 mil trabalhadores do sector público basco têm contratos temporários e a estes é preciso juntar outros 120 mil subcontratados.
Tais números mostram que se está na antecâmara da privatização dos serviços públicos, entende a estrutura sindical, que, em conjunto com as demais organizações, destacou «o escândalo da precariedade», a «situação insuportável que os trabalhadores estão a viver» e «a importância da mobilização para reverter esta situação».
Além de vincarem a necessidade de se levar a cabo um processo de vinculação dos trabalhadores precários nos vários âmbitos da administração pública basca, os sindicatos deixaram claro que os milhares de trabalhadores que estão a aguentar os serviços públicos na pandemia não podem ficar na rua.
«É hora de acabar com a precariedade no sector público»
A secretária-geral do LAB, Garbiñe Aranburu, esteve na mobilização de Bilbau e, em declarações à imprensa, afirmou que «defender os serviços públicos é defender o emprego de qualidade no sector público».
Em seu entender, «é hora de acabar com a precariedade» neste sector e as mobilizações desta quinta-feira servem para mostrar isso mesmo, «especialmente para pedir a vinculação [dos trabalhadores] e a estabilidade no emprego».
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