«Todas as vacinas mantiveram os valores dos anos anteriores e continuam no excelente, apenas com algumas oscilações no grupo dos adolescentes e adultos, mas é pouco significativo (…) e as crianças mais pequenas, na idade em que são mais suscetíveis, estão todas com 99%», explicou à Lusa a directora do PNV, Teresa Fernandes.
A responsável sublinhou ainda a «excelente cobertura» das vacinas até aos sete anos de idade e disse que, mesmo as crianças mais pequenas, «acabam por cumprir e, quando chegam aos dois anos de idade, têm todas a vacina contra o sarampo, papeira e rubéola».
No caso da primeira dose contra o sarampo e contra a doença meningocócica C (aos 12 meses), a responsável considera que é importante que não se verifiquem atrasos. E regista que 84% das crianças fizeram a vacina até aos 13 meses, o que «não se considera atraso».
Segundo o boletim de avaliação do PNV relativo a 2020, apesar da vacinação recomendada até aos 12 meses continuar a ser cumprida, ainda há «uma percentagem importante» de crianças susceptíveis ao sarampo, rubéola, papeira e meningite C, o que, no caso do sarampo, «poderá originar surtos em creches», como alerta a Direcção-Geral da Saúde (DGS).
Teresa Fernandes lembra que o sarampo é uma doença «muito contagiosa» e afirma que se «as coberturas fossem mais elevadas para evitar os surtos, teríamos mais confiança», uma vez que a imunidade de grupo se atinge aos 95% de cobertura.
O boletim aponta ainda para «ténues diminuições» em algumas coberturas vacinais (cerca de 1% a 2%), principalmente na vacinação atempada aos 12 meses de idade e na de adolescentes e adultos. No documento invoca-se a adaptação dos serviços de saúde à resposta à pandemia para justificar esta ligeira redução.
Não obstante, no ano passado a cobertura das vacinas incluídas no PNV manteve-se elevada, atingindo os 95% até aos sete anos de idade, à excepção da vacina tetravalente (sarampo, papeira e rubéola), recomendada aos cinco anos de idade, o que se deve a «esquemas de recurso que, cumprindo as recomendações do PNV, dispensam a 5.ª dose».
A vacinação do tétano e difteria nos adolescentes e adultos mantém-se elevada, chegando aos 96% aos 14 anos de idade e aos 80% aos 65 anos de idade.
A cobertura vacinal da grávida, para proteger o seu filho contra a tosse convulsa nos primeiros meses de vida, continua também elevada, estimando-se que tenha chegado aos 90% no ano passado.
A DGS sublinha que o PNV, «num ano tão exigente como o foi o de 2020», mostrou mais uma vez a sua robustez.
«A pandemia fez-nos valorizar a vacinação como um meio de retomar as relações de proximidade entre as pessoas e o retomar da vida em sociedade, o que contribuiu para o reforço da tomada de consciência da real importância da vacinação no âmbito do PNV», considera a DGS.
Para manter as coberturas vacinais elevadas, a autoridade de saúde defende uma maior presença nas redes sociais «para que se possa combater a desinformação com as mesmas armas, através de informação fiável, de qualidade e transparente».
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