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Situação da Coelima pode justificar «investigação criminal»

Os trabalhadores estiveram esta segunda-feira reunidos em plenário à porta da empresa, em Guimarães, em luta contra a destruição dos seus postos de trabalho.

Trabalhadores da Coelima participam num plenário sindical no exterior das instalações da empresa em Guimarães, a 31 de Maio de 2021, em defesa dos seus postos de trabalho
CréditosJosé Coelho / Agência Lusa

O coordenador do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes, Francisco Vieira, em declarações à Lusa, afirmou que a insolvência da Coelima pode ser «um caso de polícia que merece uma investigação criminal».

O sindicalista considera que o pedido de insolvência, apresentado em Abril, fazia parte do plano para «matar» a Coelima, uma vez que a administração dos últimos dez anos esteve «sempre a somar prejuízos». Esta conclusão consolida-se com o facto de a administração ter anunciado, na passada quarta-feira, que não quer recuperar a empresa.

Todavia, na sexta-feira apareceu um consórcio que pretende comprar a Coelima, colocando como condição, entre outros pontos, a manutenção dos postos de trabalho, bem como a assunção dos direitos e antiguidade dos trabalhadores. Para o dirigente sindical, «se não tivesse surgido esta proposta, hoje era o último dia da Coelima. Estava tudo planeado para isso, as certidões de óbito [papéis para o desemprego] já estavam elaboradas».

A empresa completa, no próximo ano, 100 anos, e tem mais de 250 trabalhadores. De acordo com Francisco Vieira, a Coelima tem bens avaliados em 15 milhões de euros, além de um «património sem preço», constituído pelo saber e pela experiência dos trabalhadores. Nesse sentido, assegurou que os trabalhadores vão continuar a ocupar os seus postos de trabalho e anunciou que está já agendada, para sexta-feira, uma reunião no Ministério da Economia, para pedir a intervenção do Governo na resolução do problema, uma vez que a Caixa Geral de Depósitos é um dos maiores credores.

No plenário, marcou também presença a secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha, que apelou à união dos trabalhadores e garantiu o recurso a «todas as instâncias» para resolver o problema da empresa e a manutenção dos postos de trabalho.

Recorde-se que, aquando da decisão da declaração de insolvência de 22 de Abril do ano passado, a empresa tinha um passivo de perto de 30 milhões de euros e cerca de 250 credores.

A Coelima é uma das maiores produtoras de roupa de cama e integra o grupo MoreTextile, que em 2011 resultou da fusão com a JMA e a António Almeida & Filhos, e cujo accionista principal é o Fundo de Recuperação gerido pela ECS Capital.


Com agência Lusa

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