O ministro da Educação apresentou, esta terça-feira, o designado «plano para a recuperação de aprendizagens», ainda sem ter marcado, como havia prometido, uma reunião com a Federação Nacional de Professores (Fenprof/CGTP-IN), nem ter enviado qualquer documento com o referido plano, denuncia a estrutura em comunicado.
De acordo com o despacho n.º 3866/2021, de 16 de Abril, a estrutura sindical esperava um plano com «recomendações relativas a medidas a considerar na preparação dos anos lectivos 2021/2022 e seguintes, a partir de um olhar sistémico e multidisciplinar, no âmbito da recuperação e consolidação de aprendizagens e da mitigação das desigualdades decorrentes dos efeitos da pandemia da doença Covid-19».
No entanto, a Fenprof considera que o anúncio do ministro foi apenas o enunciar de «um conjunto de intenções», «pouco claras» e «limitadas no tempo», aplicando-se apenas nos próximos dois anos lectivos. Saem «frustradas as expectativas», afirma a federação, que esperava «medidas de fundo para um problema que não é conjuntural, nem foi criado pela pandemia».
A Fenprof considera positivo, porém, que as medidas não passem pelo recurso às «academias de Verão», à antecipação do início do próximo ano lectivo, ao aumento da carga horária lectiva dos alunos, nem à contratação de docentes já aposentados ou de «indivíduos não qualificados».
Por outro lado, continuam ausentes medidas defendidas pelos professores como a redução do número de alunos por turma, o fim do «sobretrabalho» a que estão sujeitos e o reforço dos docentes de intervenção precoce.
A discrepância de aplicação dos 900 milhões de euros anunciados também merece a crítica da Fenprof, uma vez que 670 milhões serão para infra-estruturas e apenas 140 milhões para recursos humanos.
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