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Águas de Portugal: adesão à greve e determinação traduzem descontentamento

Num grupo que teve 79 milhões de euros de lucros em 2020, os trabalhadores em greve exigiram aumentos salariais e a construção de um novo regime de carreiras.

Créditos / STAL

Os trabalhadores do grupo Águas de Portugal cumpriram hoje uma greve de 24 horas pela concretização das medidas necessárias à sua valorização profissional e pela resposta imediata às suas reivindicações.

Em declarações ao AbrilAbril, Joaquim Sousa, dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL/CGTP-IN), referiu que esta foi «uma grande jornada de luta» onde a adesão foi acompanhada de uma «grande determinação».

«O sector operativo registou uma grande adesão, sendo que a greve arrancou com adesão total no turno da noite», frisou o dirigente, que destacou as concentrações participadas por centenas de trabalhadores em vários locais, de Norte a Sul do País.

«Houve trabalhadores em férias que retiraram o dia para aderir à greve, e outros que decidiram hoje sindicalizar-se», o que demonstra «um sentimento de grande descontentamento que se traduz em mobilização», sublinhou Joaquim Sousa.

Em comunicado, o sindicato afirma que, com os dados que já conhecidos, se pode afirmar que esta greve é «uma grande resposta dos trabalhadores do grupo AdP, e que, estão mobilizados, organizados e disponíveis para continuar a luta» até que as administrações das empresas do grupo dêem respostas aos seus problemas.

A paralisação tem como objectivos exigir o aumento dos salários em 90 euros por trabalhador, fixando-se como salário mínimo de entrada nas empresas os 850 euros, e a negociação das matérias pecuniárias.

A construção de um novo regime de carreiras, categorias profissionais e funções e a redução progressiva do horário de trabalho para as 35 horas semanais são outras das reivindicações.

Os trabalhadores exigem ainda a atribuição de um subsídio de risco extraordinário, no quadro do surto epidémico do novo coronavírus e a regulação do suplemento de insalubridade, penosidade e risco.

A defesa da gestão pública, o combate ao outsourcing e à precariedade, constam também das exigências desta greve.

As organizações sindicais lembram que o grupo AdP «se vangloria do bom desempenho económico», nomeadamente do «crescimento do volume de negócios, que ascendeu a 715,3 milhões de euros, com um aumento de 3,4% relativamente a 2019»; a «redução de 9% do endividamento líquido»; ou o resultado líquido de «78,6 milhões de euros, que representa uma redução de 5,5% em relação ao exercício anterior, decorrente do impacto da pandemia».

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