|Espanha

Enorme «Marcha Saarauí» nas ruas de Madrid pela independência do Saara Ocidental

Depois de múltiplas actividades em vários pontos do Estado espanhol, a «Marcha pela Liberdade do Povo Saarauí» juntou milhares de pessoas nas ruas da capital para denunciar a ocupação marroquina.

Milhares de pessoas mobilizaram-se em Madrid, numa acção que foi o ponto culminante de várias actividades integradas na Marcha pela Liberdade do Povo Saarauí, por todo o Estado espanhol  
Créditos / Resumen Latinoamericano

A acção solidária deste sábado em Madrid, convocada e coordenada pela iniciativa Marcha Saarauí e a delegação da Frente Polisário em Espanha, surgiu na sequência do reinício da guerra no Saara Ocidental e, segundo os organizadores, quis mostrar o «apoio firme» dos espanhóis «aos seus irmãos saarauís».

Com palavras de ordem como «Viva a luta do povo saarauí», «Basta de violações dos direitos humanos», «Não ao saque dos recursos naturais do Saara Ocidental» e «Referendo já», a manifestação percorreu as ruas de Madrid entre a Praça de Espanha e a Porta do Sol, onde representantes sindicais, políticos, sociais e da cultura expressaram a sua solidariedade à luta do povo saarauí.

De acordo com o portal insurgente.org, a mobilização serviu para lembrar as «responsabilidades históricas» de Espanha e exigir ao governo espanhol uma atitude «clara e firme» contra a «ocupação ilegal» do Saara Ocidental, reclamar uma «paz justa» para o povo saarauí e pedir à comunidade internacional que intervenha de forma urgente.

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Saara Ocidental: África não será livre enquanto for «ocupada e brutalizada»

Numa conferência virtual, o movimento africano de solidariedade com o povo saarauí instou vários organismos a proteger os civis da repressão marroquina e a acelerar a libertação do Saara Ocidental.

A conferência celebrada esta quinta-feira pelo movimento solidário africano visa também assinalar o 45.º aniversário da proclamação da RASD Créditos / Plataforma Cascais

O apelo às Nações Unidas, à União Europeia (UE), à União Africana (UA) e ao Comité Internacional da Cruz Vermelha foi lançado no contexto da conferência virtual realizada esta quarta-feira para celebrar o 45.º aniversário da proclamação da República Árabe Saarauí Democrática (27 de Fevereiro de 1976).

O evento contou com a participação de dignatários africanos, representantes de partidos políticos, sindicatos, organizações não governamentais, académicos, representantes de organizações juvenis, mulheres e órgãos de comunicação de dezenas de países, que expressaram o seu «apoio firme e inalterável à legítima luta do povo da República Saarauí pela sua independência e liberdade», informa o portal ecsaharaui.com.

O movimento solidário africano fez um apelo «a todos os panafricanistas, amantes da paz e da liberdade para que permaneçam ao lado do povo da última colónia africana, já que África nunca será livre enquanto um dos seus países for ocupado e brutalizado».

Neste sentido, os participantes instaram também os países africanos, os partidos políticos, sindicatos, organizações de mulheres e de jovens, e os meios de comunicação africanos a dar mais visibilidade e atenção «à heróica resistência do povo africano do Saara Ocidental»

«A nova geração de África não pode permitir que os nossos irmãos e irmãs do Saara Ocidental fiquem abandonados nesta luta pela liberdade», lê-se no comunicado final do encontro, que pede à UA que assuma a sua responsabilidade de impor o respeito pela sua Acta Constitutiva e, assim, obrigar Marrocos a pôr fim à ocupação ilegal de partes do território da República Saarauí.

«UE devia fazer parte da solução, não do problema»

No que respeita aos recursos naturais, os participantes pediram «à UE que ponha fim à violação da sentença do Tribunal de Justiça da União Europeia sobre a exploração ilegal dos recursos naturais no Saara Ocidental», considerando que o bloco europeu, ao fazer acordos comerciais com Marrocos, contribui directamente para a ocupação ilegal e as violações dos direitos humanos nos territórios ocupados. «A UE devia fazer parte da solução para o conflito e não do problema», sublinharam.


Sobre os acontecimentos mais recentes e actuais, o movimento africano solidário recordou que «o Saara Ocidental é uma zona de guerra desde 13 de Novembro de 2020, devido à violação marroquina do cessar-fogo e ao ataque contra civis saarauís na região de El Guerguerat, informa a mesma fonte.

Os participantes instam o Comité Internacional da Cruz Vermelha e a Comissão de Direitos Humanos e dos Povos da UA a intervir de imediato para proteger os civis saarauís das «violações sistemáticas de direitos humanos por parte de Marrocos nos territórios ocupados» e, ao abordarem a situação dos presos saarauís nas cadeias marroquinas, solicitaram a «libertação incondicional de todos os presos políticos e lutadores pela liberdade».

Ao assinalar o 45.º aniversário da proclamação da RASD, o movimento africano de solidariedade com o povo saarauí comprometeu-se a continuar a apoiá-lo na «sua legítima luta pela liberdade e a independência», bem como a reforçar a coordenação para «promover todas as iniciativas e acções africanas nesse sentido».

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A mobilização, que contou com uma forte presença saarauí – delegação da Frente Polisário em Espanha, diáspora e organizações de massas –, recebeu o apoio de vários partidos políticos espanhóis, que reclamaram à União Europeia, às Nações Unidas e ao governo espanhol a adopção de medidas face à «violação dos direitos humanos» por parte do ocupante marroquino, bem como o cumprimento das resoluções aprovadas nas Nações Unidas e o exercício do direito à autodeterminação no Saara Ocidental.

Na Porta do Sol, no final da Marcha, foram evocados os 45 anos de ocupação e o «silêncio» que ela impõe ao povo saarauí. Por isso, refere o Sahara Press Service, os organizadores destacaram como fundamental «derrubar o muro mediático que faz com que a última colónia de África ainda seja desconhecida para uma grande parte da população».

Pelo palco passaram personalidades de várias áreas da sociedade e o discurso final coube ao delegado da Frente Polisário no Estado espanhol, Abdullah al-Arabi, que sublinhou a dimensão «histórica» da mobilização e que a luta deve continuar até à libertação total do Saara Ocidental.

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