O evento, inaugurado a 9 de Agosto no âmbito das celebrações do Dia Internacional dos Povos Indígenas, irá decorrer até 30 de Setembro em formato misto, com actividades presenciais – em diversos locais – e várias iniciativas em formato virtual.
Organizada pelo Instituto Nacional de Línguas Indígenas (Inali), a Feira inclui debates, mesas temáticas, conferências magistrais, apresentações artísticas e culturais, e será uma montra para expor bens, produtos e serviços destas culturas ancestrais, bem como o seu artesanato e gastronomia tradicional.
«Olhar o infinito: as línguas indígenas nacionais no Decénio Internacional de Línguas Indígenas [DILI]» será o tema desta edição, com a Feira a funcionar como plataforma de discussão sobre planificação linguística comunitária e a definição das estratégias a integrar no Plano de Acção Nacional que será concretizado no âmbito do DILI 2022-2032, explica o portal inali.gob.mx.
Num dia marcado pelo içar da bandeira tricolor no Panteão Nacional, em Caracas, será ainda tributada uma homenagem ao comandante Hugo Chávez. Também há cerimónias de carácter nacional na Bolívia, cujo presidente denunciou o «neocolonialismo imperialista». Nesta quinta-feira, feriado nacional na Venezuela, as comemorações do Dia da Resistência Indígena tiveram início às seis da manhã com o içar da bandeira tricolor no Panteão Nacional, num acto que contou com a presença do ministro da Defesa, Vlamidir Padrino López, e da ministra para os Povos Indígenas, Yamileth Mirabal Calderón, informa a Prensa Latina. Entre as actividades previstas para hoje, destaca-se uma homenagem ao comandante Hugo Chávez, no Quartel da Montanha, em Caracas, «para reafirmar o juramento ao líder socialista da lealdade dos povos indígenas da Venezuela com a Revolução e a defesa do seu legado». Pelo Twitter, o presidente venezuelano reivindicou o papel assumido pelos povos originários «face ao genocídio perpetrado pelo império espanhol no continente», salientando os «525 anos de luta pela sua dignidade, a sua cultura e o reconhecimento dos seus direitos», indica a AVN. A Constituição da República Bolivariana da Venezuela, aprovada em 1999, consagrou os direitos dos povos indígenas. No artigo 119.º afirma-se que «o Estado reconhecerá a existência dos povos indígenas, a sua organização social, política e económica, as suas culturas, usos e costumes, idiomas e religiões, bem como os seus territórios e direitos originários sobre as terras que ancestral e tradicionalmente ocupam e que são necessárias para desenvolver e garantir as suas formas de vida». Antes da Revolução Bolivariana, neste dia assinalava-se a chegada de Cristóvão Colombo ao continente americano – ou seja, o início da colonização espanhola destas terras e o extermínio da sua população indígena. Vingava a noção de «descobrimento» ou «descoberta», e 12 de Outubro chegou a ser celebrado como «Dia da Raça». Contudo, na Venezuela revolucionária, um decreto do presidente Hugo Chávez, datado de 10 de Outubro de 2002, instaurou o Dia da Resistência Indígena. Desde então, a 12 de Outubro assinala-se a gesta heróica dos povos aborígenes da América e o reconhecimento da luta pela sua dignidade, diversidade cultural e humana. Também na Bolívia se assinala a resistência dos povos indígenas. No Dia da Descolonização (12 de Outubro), além do reconhecimento aos que foram mortos durante a colonização, o Estado Plurinacional boliviano promove actividades destinadas a fomentar, divulgar e implementar políticas públicas de descolonização, informa a TeleSur. O chefe de Estado boliviano, que em múltiplas ocasiões instou os governantes mundiais a empreender acções colectivas para defender o direito dos povos indígenas ao desenvolvimento, mantendo a sua cultura e costumes, denunciou o facto de «actualmente ainda se esconderem os crimes do imperialismo contra os povos indígenas». No Twitter, Evo Morales criticou o facto de «se chamar "descobrimento" ao que na verdade foi uma invasão» e denunciou a existência dos «muros segregacionistas» erguidos pelo «neocolonialismo imperialista», que «procura dividir-nos com o racismo e alienar-nos com o consumismo», disse, citado pela TeleSur. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Venezuela celebra Dia da Resistência Indígena
Evo Morales condena «neocolonialismo»
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Outro aspecto em destaque na FLIN é a abordagem da estreita ligação existente entre as línguas indígenas e os têxteis, que constituem uma forma de preservar conhecimentos, cosmogonia e linguagem das comunidades indígenas; além disso, o certame pretende dar a conhecer inovações dos criadores.
A Feira organizada pelo Inali permitirá também conhecer diversas dimensões relacionadas com as vidas das mulheres indígenas, que vão da sua ligação à oralidade até à experiência das que se conseguiram destacar em diversas actividades da vida comunitária, social e cultural no seu meio.
Tendo como ponto de partida a importância da língua como instrumento de comunicação e identidade, e mantendo como premissa central «Nada para nós sem nós», a Feira é um espaço de mostra daquilo que as línguas indígenas expressam, criam e inovam, promovendo a valorização, preservação e utilização das 68 línguas indígenas existentes no México.
Povos originários do México querem a reforma constitucional
A Alianza por la Libre Determinación y la Autonomía, integrada por 48 comunidades e organizações de povos originários, camponeses e civis, pediu ontem ao governo mexicano que avance com a reforma da Constituição, saldando a «dívida histórica relativa ao cumprimento dos acordos de 1996 sobre direitos e cultura indígena» e «dando um passo para uma relação de respeito e igualdade sobre direitos», informa a Prensa Latina.
No pedido reiterado por ocasião do Dia Internacional dos Povos Indígenas, os organismos integrantes da Alianza pediram ao presidente Andrés Manuel López Obrador, ao Instituto Nacional dos Povos Indígenas e ao Congresso que esta iniciativa seja apresentada no início da próxima legislatura e que assuma o estatuto de tema prioritário.
As organizações destacaram ainda as ameaças e a violência a que estão sujeitas as formas de governo dos povos originários, os seus sistemas normativos, a integridade dos seus territórios e os seus bens, refere a fonte.
Para os povos indígenas é «inadmissível» que, ainda hoje, o México não tenha plasmada na sua Constituição a condição de nação pluricultural, que permanece como uma «promessa vazia».
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