Publicada pela Editorial do Estado Plurinacional da Bolívia e apresentada este domingo na Feira Internacional do Libro (FIL) de La Paz, a obra percorre as ideias do venezuelano Simón Rodríguez (1769-1854), preceptor de El Libertador Simón Bolívar, e do pedagogo, filósofo e educador brasileiro Paulo Freire, refere a Prensa Latina, sublinhando o facto de que o livro constitui «um contributo para o desenvolvimento do pensamento crítico sobre uma base autóctone».
A nossa «editora compareceu na FIL 2024 com 13 novas propostas e todos os dias apresentámos uma obra para a colocar à disposição do povo boliviano», afirmou na sessão de apresentação a gestora da empresa estatal, Estela Machicado.
A responsável disse que, entre os esforços desenvolvidos em prol da cultura plurinacional, esteve a apresentação na FIL deste ano de O Principezinho, a icónica obra do francês Antoine de Saint-Exupéry, traduzida para aimará, quéchua e guarani.
Outro resultado importante, no sentido da promoção da leitura entre os educandos, destacou a apresentação de 20 histórias escritas por alunos das escolas primárias bolivianas, incluídas na série «Contos Mágicos».
Referiu-se igualmente aos ensaios e investigações reunidos em «Recuperando a memória dos avós», escritos por estudantes do ensino secundário.
Por seu lado, o director executivo do Observatório Plurinacional da Qualidade Educativa, Jiovanny Edward Samanamud, destacou os contributos do autor de Educação Popular para o fomento do pensamento nosso-americano, com as suas investigações no campo da pedagogia.
Samanamud afirmou que Marcos Raúl Mejía, fiel seguidor do pensador brasileiro Paulo Freire, não se limita a copiar o modelo educativo europeu ao dar prioridade à ciência, à tecnologia e ao conhecimento objectivo.
Como dizia Freire, «não há ensino sem investigação e esta é inerente ao facto de ensinar», explicou, ao referir-se ao autor da obra.
No último dia da FIL, que decorreu em La Paz de 31 de Julho a 11 de Agosto, tendo o Brasil como país convidado de honra, Marcos Raúl Mejía interveio via zoom na apresentação da sua obra a partir da Colômbia.
O autor de Educação Popular. Raízes e travessias de Simón Rodríguez e Paulo Freire, insistiu nos contributos dados pelo preceptor de El Libertador, tendo afirmado que as suas concepções têm validade hoje, e por isso é um paradigma da educação popular.
Licenciado em Filosofia e Letras, mestre em Educação e Desenvolvimento, o colombiano recordou, entre outros aspectos, que o preceptor de Bolívar insistiu, no século XIX, na necessidade de dar prioridade ao ensino do quéchua em detrimento do latim, tendo em conta que neste continente era uma língua activa e importante para o desenvolvimento independente e inclusivo.
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