|Síria

«A Haia terá de explicar o seu apoio a terroristas na Síria», diz diplomata russa

As autoridades neerlandesas terão de dar explicações sobre o apoio do país à chamada divisão Sultan Murad na Síria, grupo terrorista turcomeno apoiado pela Turquia, denunciou Maria Zakharova.

A divisão Sultan Murad, apoiada pela Turquia e acusada de crimes de guerra e terrorismo na Síria, é uma das organizações «rebeldes» ajudadas pelos Países Baixos, que ainda estão a esclarecer as «circunstâncias» 
Créditos / wars in the world

«Os membros do Parlamento holandês descobriram que durante vários anos as autoridades da Haia prestaram ajuda não só aos pseudo-humanitários Capacetes Brancos, como à chamada divisão Sultan Murad» na Síria, escreveu esta semana a representante do Ministério russo dos Negócios Estrangeiros na sua conta de Telegram.

O grupo extremista, que perfilha o pan-turquismo e neo-otomanismo, foi acusado de métodos bárbaros, crimes de guerra e terrorismo na sua luta contra o Exército Árabe Sírio – nomeadamente tortura, assassinato de civis e associação à al-Qaeda – e, segundo dados revelados pela Organização das Nações Unidas (ONU), recrutamento de adolescentes para lutar nas suas fileiras, referiu a diplomata russa, segundo noticia a TASS.

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Assad: «Quanto mais avançamos, mais o Ocidente apoia os terroristas»

Numa entrevista hoje publicada pelo Daily Mail, o presidente sírio afirmou que «não houve ataque» químico em Douma. Foi uma encenação preparada pelos EUA e seus «satélites»: França e Reino Unido.

Os chamados Capacetes Brancos, organização fundada e apoiada pelas potências ocidentais e cuja credibilidade como força de socorro foi posta em causa por diversas instâncias internacionais, foi uma das principais fontes sobre o alegado ataque químico em Douma
Créditos / southfront.org

Na entrevista que o Daily Mail divulgou este domingo e cujo conteúdo está acessível na íntegra no portal da agência SANA, Bashar al-Assad acusa o Ocidente de ter defendido a guerra na Síria desde o início, «apoiando os terroristas que começaram a fazer explodir tudo, a matar tudo e todos, e a cortar cabeças».

Referindo-se concretamente à luta contra o Daesh (o autoproclamado Estado Islâmico), disse que tem sido o Exército sírio a assumir a parte principal dessa luta, com o apoio dos russos e dos iranianos.

Acrescentou que «mais ninguém faz o mesmo, nem sequer de forma parcial», e acusou a aliança militar ocidental liderada pelos norte-americanos de, «na verdade, andar a ajudar o Daesh».

A propósito da presença de tropas estrangeiras em território sírio, o chefe de Estado caracterizou a intervenção norte-americana e britânica como «ilegal» e «ilegítima», e como «uma violação da soberania da Síria – um país soberano». Usou estes termos para a diferenciar da presença militar russa e da iraniana em território sírio, em ambos os casos «legítimas» porque dão sequência a convites feitos por Damasco.

Destacou as boas relações que o seu país mantém «com a Rússia há mais de seis décadas» e o facto de, nesse período, os russos «nunca se tentarem impor, mesmo quando há divergências». Em última instância, «a decisão sobre o que se passa ou o que se vai passar na Síria é uma decisão síria», frisou.

O governante sírio demitiu como infundadas as teses sobre uma suposta coordenação israelo-russa na Síria. «A Rússia nunca se coordenou com ninguém contra a Síria, tanto a nível político como militar, e isso é uma contradição», disse, para perguntar em seguida como é que os russos «podiam estar a ajudar o Exército sírio a avançar e, ao mesmo tempo, estar a trabalhar com os inimigos [da Síria] para destruir o seu Exército».

Ataque químico em Douma: uma «mentira» encenada a três

Sobre o alegado ataque químico em Douma, na região damascena de Ghouta Oriental, Bashar al-Assad afirmou que foi encenado conjuntamente pelos EUA e os seus «satélites» França e Reino Unido.

A este propósito o presidente sírio dirigiu fortes acusações ao Reino Unido, lembrando que este país «apoiou publicamente» e «gastou muito dinheiro» com os Capacetes Brancos, que são «uma ramificação da Al-Qaeda e da al-Nusra em várias partes da Síria», e foram a organização directamente envolvida na encenação e divulgação do ataque químico em Douma, a 7 de Abril último.

«Foi uma mentira; sobretudo depois de libertamos aquela área, os nossos serviços confirmaram que o ataque nunca ocorreu», disse al-Assad, sublinhando que muitos jornalistas visitaram a região após a libertação e não encontraram sinais de ataque algum.

«Não houve qualquer ataque; é aqui que a mentira começa. Mais uma vez, a questão não era o ataque […], mas minar o governo sírio, da mesma forma que eles [EUA, França, Reino Unido] precisavam de mudar e derrubar o governo sírio no início da guerra», disse.

O chefe de Estado sírio sublinhou que irá libertar todo o território do seu país, por mais ameaças que sejam proferidas pelos inimigos da Síria. Questionado sobre o tempo de tal empreendimento, respondeu que sempre disse que o «conflito poderia estar resolvido num ano».

O que complica a questão é «ingerência externa»: «Quanto mais avançamos, mais o Ocidente apoia os terroristas», denunciou, salientando que os EUA, o Reino Unido e a França «irão tentar prolongar» a guerra e tornar «mais distante a solução dos sírios».

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Maria Zakharova indicou que os deputados neerlandeses ainda não conseguiram aferir como se processou exactamente este apoio, quanto custou aos contribuintes dos Países Baixos e quais são os planos para ajudas futuras.

«No entanto, isto não significa que os Países Baixos não tenham de o explicar», disse Zakharova, que deu ainda conta da indignação de alguns deputados neerlandeses, bem como da resposta da ministra holandesa dos Negócios Estrangeiros, de acordo com a qual a questão das crianças soldados e «as circunstâncias» estão a ser esclarecidas.

Não sem ironia, Zakharova disse que o «esclarecimento de circunstâncias causadas por decisões internas» necessita de tempo nos Países Baixos. Se se tratasse da Rússia, «as acusações seriam imediatas», bem como «a exigência de sanções e todo o tipo de maldições lançadas contra Moscovo».

A ajuda «não letal» holandesa aos «rebeldes» anti-regime

Uma comissão parlamentar de investigação foi criada depois de vários meios de comunicação terem revelado, entre 2017 e 2018, que o governo neerlandês tinha atribuído milhões de euros, pelo menos desde 2015, a 22 grupos ditos rebeldes, ao abrigo do conceito de «ajuda não letal», que se opunham ao governo constitucional de Bashar al-Assad.

O governo holandês alegou que ajudava apenas os «rebeldes moderados», que não cooperavam com extremistas e que trabalhavam em prol de uma «solução política inclusiva».

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União Europeia, uma entidade «deslocada» da realidade síria

As celebrações populares, massivas, pela reeleição de Bashar al-Assad entraram por este fim-de-semana dentro. Do Médio Oriente e da Ásia, sobretudo, chegaram mensagens de apoio. A UE renovou as sanções.

Centenas de milhares de pessoas festejaram a reeleição de Bashar al-Assad como presidente da Síria 
Créditos / Prensa Latina

Ruas, praças, cidades universitárias têm sido palco de enormes ajuntamentos populares, em vários pontos do país árabe, para festejar o triunfo eleitoral expressivo de Bashar al-Assad.

Em Homs, o Estádio Bassel al-Assad e a Universidade al-Baath registaram as maiores concentrações humanas desde que a guerra teve início, em 2011. Iniciativas semelhantes, que atestam a afirmação da soberania do povo sírio, tiveram lugar em cidades como Damasco, Alepo, Hama, Latakia e Jableh.

Ao longo destes dias, foram chegando mensagens de felicitação ao presidente reeleito com 95,1% dos votos válidos, sobretudo de dirigentes políticos, partidos, personalidades e intelectuais do Médio Oriente e de outros pontos da Ásia. A agência estatal SANA divulga várias notícias a propósito.

A «falsidade dos valores que a UE alardeia»

No dia 27, subsequente ao do acto eleitoral em território sírio, o Conselho Europeu anunciou, no seu portal, que prorrogava as «sanções contra o regime por mais um ano», sendo que o «regime» era o governo constitucional da Síria.

Em comunicado, o Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros afirmou que o prolongamento dessas «desumanas medidas coercivas unilaterais evidencia a falsidade dos valores que a UE [União Europeia] alardeia e o seu envolvimento na injusta guerra contra a Síria».

De acordo com o texto divulgado pelos meios estatais, «estas representam um dos aspectos da agressão e afectam principalmente a vida e o sustento dos civis», numa «violação flagrante das normas mais básicas dos direitos humanos e dos princípios da lei humanitária internacional».

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Bashar al-Assad ganhou as eleições presidenciais na Síria

O presidente da Assembleia do Povo, Hammouda Sabbagh, anunciou esta quinta-feira que Bashar al-Assad foi reeleito presidente da República Árabe da Síria, com 95,1% dos votos.

Centenas de milhares de sírios festejaram nas ruas o triunfo de Bashar al-Assad 
Créditos / au.bpositivenow.com

«Bashar Al-Assad obteve 13 540 860 votos, correspondentes a 95,1% dos votos válidos», disse Sabbagh numa conferência de imprensa.

O líder do Parlamento sírio acrescentou que exerceram o direito ao voto 14 239 140 de cidadãos, o que corresponde a 78,64% dos 18 107 109 de sírios residentes em território nacional e no estrangeiro que podiam votar nestas eleições, informa a agência SANA.

O segundo candidato à Presidência mais votado foi Mahmoud Ahmad Meri, da oposição, que obteve 470 276 votos (3,3% dos votos válidos). Por seu lado, Abdullah Salloum Abdullah (União Socialista) obteve 213 968 votos (1,5%).

Depois de anunciar os resultados e de acordo com a Constituição do país árabe, Sabbagh declarou a vitória de Bashar al-Assad nas eleições presidenciais celebradas esta quarta-feira em território sírio e no passado dia 20 fora do território nacional.

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Mais de 12 mil mesas preparadas para as eleições presidenciais na Síria

Milhões de sírios votam, esta quarta-feira, em 12 mil mesas instaladas nas 14 províncias do país. As autoridades repudiaram as tentativas de ingerência e desestabilização nas eleições presidenciais.

A campanha eleitoral para as presidenciais sírias decorreu até ontem; o actual presidente, Bashar al-Assad, é o grande favorito 
CréditosFady Marouf / Prensa Latina

O ministro sírio do Interior, Mohammad al-Rahmoun, afirmou esta terça-feira, em conferência de imprensa, que está finalizada a preparação logística necessária ao bom desenvolvimento do processo eleitoral, tendo precisado que este irá decorrer nos mais de 12 mil locais de voto instalados em todas as províncias do país levantino, informa a SANA.

Acrescentou que têm direito a voto, dentro e fora do país, 18 107 109 cidadãos, sendo que os residentes no estrangeiro já votaram – e de forma massiva – na passada quinta-feira, dia 20. Os cidadãos com direito a voto em território sírio podem exercê-lo em qualquer mesa eleitoral da sua província de origem ou de residência, explicou ainda.

O Tribunal Constitucional aceitou três das 51 candidaturas inicialmente apresentadas. De acordo com a Constituição, o presidente eleito da Síria cumprirá um mandato de sete anos.

«Legitimidade do presidente vem do povo e não de potências estrangeiras»

Participando num debate na Universidade de Damasco, Bouthaina Shaaban, assessora do presidente sírio, sublinhou o «carácter interno» das eleições presidenciais, bem como o facto de a legitimidade presidencial «não ser atribuída por potências estrangeiras».

Shaaban disse que o foco ocidental e sionista hostil à Síria, em que se enquadram declarações de vários representantes ocidentais – franceses, norte-americanos, alemães, entre outros – sobre as eleições na Síria, «não tem qualquer importância para nós», indica a Prensa Latina.

Também se referiu ao facto de a Turquia e a Alemanha terem impedido os sírios ali residentes de votarem, «o que mostra a falsidade das suas alegações sobre a democracia».

Apesar dos esforços das forças anti-sírias…

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Bashar al-Jaafari, recebeu ontem uma delegação composta por visitantes de nacionalidades europeias, africanas, norte-americana e canadiana, que se encontram no país árabe para acompanhar as eleições presidenciais.

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Sírios residentes no estrangeiro votam para as presidenciais

Os sírios residentes fora do país votam esta quinta-feira nas eleições presidenciais, tendo sido para tal colocadas urnas em embaixadas e outras missões diplomáticas sírias em várias cidades do mundo.

Os sírios no estrangeiro votam hoje e os residentes em território nacional exercem esse direito no dia 26 
Créditos / Prensa Latina

Imagens difundidas pela televisão estatal mostraram centenas de sírios em filas para votar nas urnas que foram colocadas em representações diplomáticas da Síria em países como China, Rússia, Austrália, Malásia, Indonésia, Índia, Iraque, Koweit, Emiratos Árabes Unidos, Líbano e Espanha, entre outros.

Em declarações à agência SANA, Ayman Sousan, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, destacou todo o trabalho logístico realizado pelas várias embaixadas, também com o «contributo notável de instituições de sírios expatriados», de modo que tudo estivesse pronto, hoje, para o normal funcionamento do processo eleitoral.

O representante governamental denunciou que alguns países, como a Turquia e a Alemanha, privaram os sírios residentes nos seus territórios desse direito constitucional, e isso – disse, citado pela Prensa Latina – constitui uma violação do Direito Internacional e da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas.

Num comunicado divulgado pela SANA, o Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros apelou ontem aos compatriotas residentes no estrangeiro a participar nas eleições presidenciais e reafirmar assim a sua livre vontade, a sua integração nacional e o seu contributo para a construção de um país cujo futuro apenas será decidido pelos sírios.

Prevê-se que a votação dos sírios residentes no estrangeiro termine hoje às 19h (hora local de cada país), enquanto os cidadãos no território sírio votam no próximo dia 26.

Três candidatos e uma vitória assegurada

No início deste mês, o Tribunal Constitucional Supremo da Síria anunciou que três dos 51 postulantes a candidatos às eleições presidenciais tinham cumprido os requisitos constitucionais e legais.

Assim, são candidatos Abdullah Salloum Abdullah (da União Socialista), Mahmoud Ahmad Meri (secretário-geral da Frente de Oposição Democrática Síria) e o actual presidente, Bashar Hafez al-Assad.

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Lançada campanha mundial para levantar o bloqueio contra a Síria

O Fórum Árabe Internacional anunciou o lançamento de uma campanha popular, a nível regional e internacional, para pôr fim ao bloqueio imposto pelos EUA e a União Europeia (UE) à Síria.

Vista de Alepo a partir da Cidadela (imagem de arquivo)
Créditos / AbrilAbril

Entre as medidas destacadas do Fórum, organizado pelo Congresso Nacional Árabe e o Centro Internacional Árabe para a Comunicação e a Solidariedade (CAICS) na capital libanesa, Beirute, está o apelo para a realização de uma campanha, árabe e mundial, destinada a acabar com as medidas coercivas unilaterais decretadas contra o país levantino pela UE e os Estados Unidos.

Ao intervir no conclave virtual, em que participaram mais de 250 figuras de diversos estados, partidos políticos, sindicatos e organizações populares, Maan Bashour, director do CAICS, afirmou que «a chamada Lei César imposta à Síria constitui uma violação de todos os valores morais e todas as leis da humanidade», informa a agência SANA.

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Sindicatos do mundo reunidos em Damasco denunciam bloqueio à Síria

Os participantes no III Fórum Sindical Internacional, que começou este domingo, declararam o apoio ao povo e trabalhadores sírios, e condenaram o bloqueio económico imposto pelos EUA à Síria e a Cuba.

Créditos / Vestnik Kavkaza

George Mavrikos, secretário-geral da Federação Sindical Mundial (FSM), declarou na abertura do encontro o apoio dos trabalhadores do mundo à luta do povo sírio contra a ingerência estrangeira e o terrorismo.

«Reafirmamos uma vez mais a posição da FSM de solidariedade com os povos da Palestina, de Cuba, da Venezuela, e condenamos a política de bloqueio que os Estados Unidos impõem contra esses países», afirmou Mavrikos.

O encontro em «Solidariedade com os trabalhadores e o povo sírios, contra o bloqueio económico, as intervenções imperialistas e o terrorismo» teve ontem início em Damasco, organizado pela Federação Geral dos Sindicatos – Síria (GFTU-Síria), em cooperação com a FSM e a Confederação Internacional de Sindicatos Árabes (ICATU).

O secretário-geral da ICATU, Ghassan Ghosn, referiu que o bloqueio e as medidas unilaterais coercitivas impostos à Síria se devem à derrota militar dos Estados Unidos neste país.

Por seu lado, o secretário-geral da Organização da Unidade Sindical Africana, Arzuki Mezhoud, apelou a uma campanha de solidariedade com a Síria, tal como a que foi lançada no caso de Cuba e que levou à condenação internacional do injusto bloqueio económico e comercial imposto à Ilha, informa a Prensa Latina.

Na sua intervenção, o presidente da GFTU-Síria, Jamal al-Qadri, disse que os trabalhadores sírios se aperceberam dos objectivos da investida terrorista e imperialista contra o seu país desde os primeiros dias, e que, ao longo da guerra, foram verdadeiros combatentes, não abandonando os seus postos de trabalho nas fábricas e nas empresas, apesar dos ataques e dos perigos que corriam.

Al-Qadri revelou que mais 9000 trabalhadores sírios perderam a vida e que 14 mil ficaram feridos, enquanto outros 3000 foram sequestrados pelos terroristas.

Uma guerra sem precedentes contra a economia síria

No primeiro dos dois dias de duração do evento, em que participam representantes de cem organizações sindicais de todo o mundo, o primeiro-ministro sírio, Imad Khamis, afirmou que «a Síria enfrentou um terrorismo e uma guerra económica sistemática sem precedentes na história», sendo que as estimativas preliminares apontam para perdas no valor de mais de 80 mil milhões de euros só ao nível dos danos sofridos pelas instituições estatais, indica a Prensa Latina.

Khamis disse que mais de 28 mil edifícios governamentais e cerca de 188 fábricas e empresas industriais estatais foram destruídos total ou parcialmente pelos terroristas e os países que os patrocinam.


Acrescentou que, das 39 centrais de produção de energia eléctrica que a Síria tinha antes da guerra, 15 foram destruídas totalmente e dez parcialmente. No que se refere à rede de distribuição eléctrica – segundo Imad Khamis, a melhor da região, com cerca 48 mil quilómetros de extensão –, metade foi destruída.

«Desde o início da guerra, mil locais e instalações petrolíferas foram alvo de ataques do terrorismo e da coligação internacional comandada por Washington, e a produção diminuiu de 383 mil barris de crude por dia para zero», disse o primeiro-ministro. No entanto – acrescentou –, graças às vitórias do Exército e à libertação de extensas áreas do território sírio, foi possível recuperar uma parte dessa extracção e, actualmente, o país produz 24 mil barris por dia.

A cultura foi também alvo de ataques sistemáticos por parte dos grupos terroristas, tendo o chefe do executivo sírio precisado que mais de 1194 sítios arqueológicos sofreram acções de vandalismo e saque.

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Bashour, que destacou a rejeição desta «lei injusta» e a «importância» de lançar uma campanha popular para a levantar, afirmou que a pandemia do novo coronavírus impediu a implementação de muitas decisões tomadas na reunião preparatória do Fórum, em Junho de 2019, incluindo o lançamento da iniciativa contra o bloqueio, indica a Prensa Latina.

«Decidimos formar um organismo popular para enfrentar o assédio à Síria e criar comités nacionais em cada país árabe e noutros países dos cinco continentes para activar a campanha de solidariedade com a Síria», frisou, tendo acrescentado que o lema da iniciativa é «Unidos contra o assédio à Siria».

Não há razões que justifiquem o silêncio

Intervindo neste evento por videoconferência, a assessora especial da Presidência da República Síria, Bothaina Shaaban, considerou não existirem motivos que justifiquem o silêncio de qualquer governo ou partido perante as punições colectivas exercidas contra palestinianos, sírios, iemenitas e iraquianos.

Afirmou ainda que as medidas coercivas unilaterais impostas pelos Estados Unidos a milhões de civis inocentes na Síria não possuem nenhuma legitimidade ou estatuto legal, constituindo uma injustiça cometida por uma potência dominante que recorre ao bloqueio para subjugar todo um povo.

«Os Estados Unidos, como potência ocupante no Nordeste da Síria, continuam a roubar trigo e petróleo sírios, em plena luz do dia, privando dessa forma o povo sírio dos seus recursos, que são seu direito exclusivo, tendo em conta as leis internacionais e humanitárias», disse Shaaban.

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Em virtude da Constituição aprovada no referendo popular de 2011, o presidente pode ser eleito para dois mandatos consecutivos, cada um de sete anos. Estas eleições são as segundas multipartidárias, depois das celebradas em 2014, que o actual presidente venceu com mais de 88% dos votos.

No final de Abril, o Parlamento da Síria emitiu um comunicado em que informava ter convidado a participar como observadores representantes de Argélia, Omã, Mauritânia, Rússia, Irão, Arménia, China, Venezuela, Cuba, Bielorrúsia, África do Sul, Equador, Nicarágua e Bolívia.

Para as autoridades de Damasco, o processo eleitoral é em si mesmo um êxito – mesmo com as pressões e a rejeição antecipada dos resultados por parte dos EUA e seus aliados –, «uma vitória institucional» que, destaca a Prensa Latina, «não é menos importante que a militar alcançada no terreno sobre terrorismo».

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Na reunião, em que participaram vários emigrantes sírios nos Estados Unidos, al-Jaafari sublinhou a importância da sua permanência na Síria, para poderem ver in loco o desenrolar do processo constitucional.

O representante governamental afirmou que, apesar de todas as tentativas das forças anti-sírias de interromper o actual processo constitucional, as eleições não serão afectadas, da mesma forma que não será minada a determinação do governo e do povo de preservar a independência da sua decisão, revela a SANA.

Por seu lado, os membros da delegação destacaram os grandes erros cometidos por alguns países ocidentais em relação à Síria, denunciaram a desinformação propagada no Ocidente contra o país árabe e sublinharam a necessidade urgente de uma mudança política e económica, por parte dos executivos ocidentais, no que respeita à Síria.

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Imediatamente a seguir ao anúncio dos resultados, centenas de milhares de pessoas, apoiantes do presidente reeleito, vieram para as ruas de múltiplas localidades celebrar o triunfo, em províncias como Damasco, Alepo, Homs, Sweida, Tartous, Lattakia, Hasaka e Deir ez-Zor.

De acordo com a Constituição síria, o mandato presidencial dura sete anos e o presidente só pode ser eleito para dois mandatos consecutivos.

Responsáveis governamentais sírios foram destacando, ao longo dos últimos tempos, a importância destas eleições, tendo em conta as dificuldades que o país atravessa devido ao recrudescimento do bloqueio e das sanções impostos pelas potências ocidentais, bem como pelo crescendo da hostilidade mediática e política promovida pelos mesmos agentes.

A grande afluência às mesas de voto foi, segundo um representante do Ministério dos Negócios Estrangeiros, a resposta dos sírios às tentativas de ingerência e evidencia o seu compromisso com a soberania.

Entretanto, um porta-voz do Conselho da Federação Russa, Konstantin Kosachev, disse ontem à Sputnik que o posicionamento dos EUA – assim como dos seus acólitos europeus – sobre as eleições sírias já era conhecido de antemão, pelo que qualquer avaliação pós-eleitoral carece de validade e constitui uma interferência nos assuntos internos do país levantino. 

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«A instituição da UE mostrou que está desligada e distanciada por completo da realidade na Síria», acusa o Ministério, acrescentado que a UE «está envolvida na guerra e é responsável pelo derramamento de sangue dos sírios e pela destruição das suas conquistas».

Como o povo sírio e o seu Exército conseguiram derrotar o terrorismo e os seus partidários através da afluência massiva às urnas, agora estão mais decididos a frustrar qualquer intento de pressão ou ingerência externa nos seus assuntos, revela o documento.

Para as autoridades sírias, a UE acumulou «muitos fracassos por causa das suas perspectivas equivocadas e da sua dependência cega da política norte-americana, e perdeu credibilidade e influência na região e no mundo, tendo-se transformado numa entidade gelatinosa sem cor, sabor ou cheiro».

283 pessoas e 70 entidades visadas pelo regime da UE

Num documento intitulado «Síria: Conselho prorroga sanções contra o regime por mais um ano», a UE anunciou o prolongamento das sanções imposta à Síria em 2011, até 1 de Junho de 2022, alegando a «contínua repressão da população civil no país».

A lista punitiva inclui 283 pessoas e 70 entidades, que ficam proibidas de entrar no território dos países que fazem parte do regime da União Europeia, e a quem é imposto ainda o congelamento de bens e activos.

As medidas visam igualmente o congelamento dos activos do Banco Central da Síria na UE e um embargo às importações de petróleo e às exportações de equipamentos e tecnologia.

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No entanto, as investigações mostraram que muitos dos grupos não só cooperavam com extremistas, mas eram extremistas eles mesmos, e perfilhavam ideologias jihadistas.

Alguns dos «rebeldes moderados» ajudados eram inclusive considerados como «organizações criminosas com fins terroristas» pelo Ministério Público dos Países Baixos.

Depois disto, Damasco afirmou que o governo dos Países Baixos – que continuava a debitar sentenças sobre os destinos da Síria – era «a última parte com direito a falar sobre direitos humanos».

Em Dezembro de 2020, quando o primeiro-ministro neerlandês, Mark Rutte, admitiu que tinha intervindo pessoalmente para obstruir as investigações parlamentares sobre o apoio aos «rebeldes» na Síria, Damasco voltou a recordar «a hiprocrisia flagrante das políticas dos Países Baixos e do Ocidente no que respeita às alegações de que lutam contra o terrorismo e protegem os direitos humanos».

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