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China sanciona empresas americanas por venderem armas a Taiwan

A China anunciou sanções contra os presidentes executivos das norte-americanas Raytheon Technologies e Boeing Defense pelo seu envolvimento na venda de armas a Taiwan, exigindo que seja revogada.

CréditosFrederic J. Brown / Pool

Segundo avança a Prensa Latina, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning, defendeu esta sexta-feira que a medida é necessária para proteger os interesses do país, representando também uma rejeição da insistência da Casa Branca.

O diplomata exortou Washington a respeitar seriamente o princípio de uma só China e as disposições dos três comunicados conjuntos sino-americanos, bem como a suspender as vendas de armas a Taiwan, tendo ameaçado com «contramedidas». 

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O ricochete da múmia

Pelosi e os outros participantes na romaria da moda a Taipé violam muito mais do que uma norma de boa educação ao deslocarem-se a casa de alguém sem ser convidados.

CréditosMichael Reynolds / EPA

A visita provocatória da múmia política norte-americana Nancy Pelosi a Taiwan esfumou-se num ápice na enxurrada de mensagens que alimenta a propaganda global.

Pelosi, uma eminência parda da seita neoconservadora que assumiu as rédeas do partido único do regime norte-americano, teve a ideia de escrever um guião arcaico de Hollywood, uma fita de Far West (de Far East, neste caso), para tentar conter a derrocada eleitoral que ameaça os democratas e os neoconservadores democratas e republicanos na consulta parcial para o Congresso a realizar em Novembro próximo.

Imaginou que durante um passeio caprichoso nas barbas de um grande inimigo a mocinha cairia em mão de índios malvados e então a heróica cavalaria iria salvá-la para mostrar quem continua a mandar nas pradarias globais, obrigando os indígenas a morder o pó da derrota. Finalmente, uma grande vitória dos cowboys susceptível de fazer esquecer a vergonha das campanhas no Afeganistão, na Síria e agora na Ucrânia.

Os índios, porém, não respeitaram o roteiro. Em vez de darem luta, como é da tradição, acobardaram-se e limitaram-se a enviar mensagens de fumo ameaçadoras, é certo, mas inconsequentes para a fabricação da pretendida imagem de heroicidade. A mocinha, um pouco desgastada para estes papéis tal como o seu chefe do clã gerontocrata, deu o passeio, recitou as barbaridades canónicas, regressou serenamente a casa e a cavalaria não teve de recorrer às munições. Uma vitória com resultados pífios, mas ainda suficientes para mostrar quem fala mais grosso e quem manda.

Seja por esta relativa insuficiência ou porque as ameaças por sinais de fumo e postas parcialmente em prática merecem, afinal, ser levadas a sério, a delegação do Congresso norte-americano que dias depois seguiu as pisadas de Pelosi até Taiwan resolveu ser mais discreta, ou mesmo clandestina, para continuar a missão conspirativa.

Entretanto, uma ministra-adjunta de um anão báltico resolveu imitar os patrões para fazer em Taipé «exigências» ao governo de Pequim como uma pulga que ameaça um elefante pulando no dorso de um dinossauro. A criatividade de La Fontaine foi insuficiente para antecipar algumas bizarrias do mundo actual.

Uma única nação chinesa

Taiwan é parte da China. Existe uma única China como reconhecem as Nações Unidas e os próprios Estados Unidos através de três documentos conjuntos assinados com Pequim. A China Popular e Taipé reconheceram em 1992 a existência de «uma única nação chinesa», decisão que tem um peso absoluto à escala planetária e se insere na política de «um país dois sistemas», um pilar da reintegração de Macau e Hong Kong na República Popular da China. Poucas situações que internacionalmente ainda são consideradas polémicas ficaram tão esclarecidas como esta, por ser obra das partes directamente envolvidas e sem intermediários. Não sobraram dúvidas: Taiwan é território da China e um assunto exclusivamente chinês.

Pelosi e os outros participantes na romaria da moda a Taipé violam muito mais do que uma norma de boa educação ao deslocarem-se a casa de alguém sem ser convidados. Têm responsabilidades, representam Estados e instituições oficiais, vão dar alento a posições políticas e militares que afrontam as normas nacionais e internacionais sobre a unidade chinesa. Foram dar gás às correntes intrinsecamente beligerantes que, graças sobretudo aos apoios estrangeiros, com os Estados Unidos à cabeça, se batem pela independência de Taiwan.

«A China Popular e Taipé reconheceram em 1992 a existência de "uma única nação chinesa", decisão que tem um peso absoluto à escala planetária e se insere na política de "um país dois sistemas", um pilar da reintegração de Macau e Hong Kong na República Popular da China.»

Nos termos das normas internacionais seria difícil ao regime de Washington – e à própria União Europeia, que também não é inocente nesta matéria – explicar como se conjugam os compromissos sobre a existência de uma «única China» e os apoios oficiosos e conspirativos aos independentistas de Taiwan, de que a actual presidente Tsai Ing-wen é uma representante. As suas tendências separatistas não se manifestam tão abertamente como desejaria porque dois terços da população se consideram chineses «de uma só nação»; tal como dois terços qualificaram a visita de Pelosi como «desestabilizadora».

Para os Estados Unidos, porém, a contradição entre a teoria e a prática em relação a Taiwan nada tem de incongruente e até de absurdo quando se pensa o mundo em termos de «ordem internacional baseada em regras» na qual as decisões imperiais avulsas tomadas em Washington se sobrepõem ao direito internacional e aos compromissos internacionais assumidos ao nível estatal.

A assinatura do presidente dos Estados Unidos em documentos bilaterais, multilaterais e em tratados internacionais deixou de funcionar como garantia à luz das práticas actuais de Washington. Não admira, por isso, que os presidentes da China e da Rússia coincidam na opinião segundo qual «não faz sentido esperar que os Estados Unidos respeitem a diplomacia e o direito internacional».

Fascismo e «liberais»

A propósito da visita de Pelosi foi frequente ouvir e ler que Taiwan é o território «mais livre entre os livres». Nada como martelar um soundbite como ponto de partida para uma mistificação.

A propaganda deixou de olhar a meios. A casta dirigente secessionista de Taiwan é a herdeira política do regime implantado pelo Kuomintang, a organização do ditador Chiang Kai-shek derrotada em 1949 pelo Exército de Libertação Popular da China e reagrupada em Taiwan, como último reduto, com o apoio dos fascistas japoneses derrotados na Segunda Guerra Mundial.

«A assinatura do presidente dos Estados Unidos em documentos bilaterais, multilaterais e em tratados internacionais deixou de funcionar como garantia à luz das práticas actuais de Washington. Não admira, por isso, que os presidentes da China e da Rússia coincidam na opinião segundo qual "não faz sentido esperar que os Estados Unidos respeitem a diplomacia e o direito internacional".»

O regime ditatorial de Chiang Kai-shek foi apoiado pela CIA e a sua antecessora OSS, além de outros serviços secretos ocidentais, principalmente os britânicos, que ainda não tinham perdido (será que já perderam?) as ilusões de uma China colonizada e miserável como no século XIX e princípio do século XX.

O regime de Taiwan e o próprio Chang Kai-chek hospedaram a Liga Anticomunista dos Povos da Ásia, organização fundada pela OSS/CIA a seguir à Segunda Guerra Mundial, depois transformada em Liga Anticomunista Mundial, a que se juntou como dirigente o nazi ucraniano Yaroslav Stetsko, colaboracionista de Hitler, protegido dos Estados Unidos e um dos venerados antecessores dos nazis que constituem a coluna vertebral do actual regime de Kiev.

A questão de Taiwan tem, afinal, afinidades mais profundas e mais antigas com o totalitarismo nacionalista ucraniano; actualmente convergem numa plataforma dos esforços imperiais para travarem a ordem multipolar de que a Rússia e a China são pilares.

«O regime ditatorial de Chiang Kai-shek foi apoiado pela CIA e a sua antecessora OSS, além de outros serviços secretos ocidentais, principalmente os britânicos, que ainda não tinham perdido (será que já perderam?) as ilusões de uma China colonizada e miserável como no século XIX e princípio do século XX.»

A Liga Anticomunista Mundial, com sede em Taiwan, serviu de apoio às manobras terroristas do regime de Washington para implantação de governos fascistas na Ásia e na América do Sul. Posteriormente, no início dos anos noventa do século passado, travestiu-se em Liga Mundial para a Liberdade e a Democracia, financiada pelos serviços secretos de Taiwan e mantendo a sede nesta ilha.

Tal como a criação da Liga Anticomunista Mundial foi financiada por criminosos de guerra japoneses que fundaram o Partido Liberal – o partido-Estado que coloniza o Japão a rogo dos Estados Unidos – a Liga Anticomunista converteu-se ao «liberalismo». Como observamos nos tempos que correm, cada vez com maior evidência, o «fascismo» e o «liberalismo» casam muito bem, um é a conveniente transformação semântica do outro, a mentalidade fascista impõe-se gradualmente através de mecanismos de condicionamento das sociedades conjugados com as aparências e as formalidades da democracia e da liberdade. Uma significativa demonstração dessa realidade é o facto de os «liberais» ou «democratas progressistas» da actual presidente, no poder em Taipé, serem na prática ainda mais secessionistas do que o Kuomintang oficial, na «oposição».

«Como observamos nos tempos que correm, cada vez com maior evidência, o "fascismo" e o "liberalismo" casam muito bem, um é a conveniente transformação semântica do outro (...).»

No tal território de Taiwan «mais livre entre os livres» a actual presidente não deixa, portanto, de ser uma herdeira política do fascista Chiang Kai-shek e, como tal, acarinhada pelas instituições norte-americanas e do chamado Ocidente. Um apoio político e militar cada vez mais interventivo, fazendo cair por terra as proclamações de respeito pelo princípio de «uma só nação chinesa».

Armar brutalmente Taiwan, como acontece sob os nossos olhos na Ucrânia, traduz inequivocamente uma provocação e uma perspectiva de guerra.

A cowboiada de Pelosi e a romaria de outros valentões ocidentais rumo a Taipé são actos inseridos nessa operação; os quais, por mais «defensivos» e «solidários» que sejam apresentados, tentam acender um qualquer rastilho servindo de pretexto para uma declaração de independência, início de um confronto de consequências imprevisíveis.

A resposta está em curso

Pequim não se guia por roteiros de Hollywood e dita o seu próprio tempo para a política e a diplomacia, ignorando agendas alheias.

Houve resposta imediata à provocação de Pelosi, a realização de exercícios militares de grande poder e envergadura, mas não aquela que Washington pretendia para consumo global. Um desvio do avião em que a senhora viajava, susceptível de ser apresentado como «sequestro», ou mesmo «rapto», a que se seguiria uma histérica campanha global de propaganda (como os nossos «especialistas» estariam ansiosos…) seriam o desfecho mais desejado. E o que mais adiante se veria como manobra de diversão para os problemas da NATO na Ucrânia e incentivo às ambições dos democratas de Washington na perspectiva das eleições de Novembro.

«A cowboiada de Pelosi e a romaria de outros valentões ocidentais rumo a Taipé são actos inseridos nessa operação; os quais, por mais "defensivos" e "solidários" que sejam apresentados, tentam acender um qualquer rastilho servindo de pretexto para uma declaração de independência, início de um confronto de consequências imprevisíveis.»

Ser apoucado por ter «mordido o pó da derrota» ou não passar de um «tigre de papel» foi o menor dos incómodos do governo de Pequim.

A provocação de Pelosi, porém, vai ter resposta – já está a ter. Colectando declarações de dirigentes chineses e da imprensa oficial ou oficiosa de Pequim percebe-se que a reacção está em curso e não ficará pelas medidas assumidas na crise de 1996 – em que a República Popular da China não tinha o poder político, diplomático, militar e, sobretudo, económico de que dispõe actualmente. Muita água passou sob as pontes desde então, para o engrandecimento chinês e também no sentido do aprofundamento da crise norte-americana e imperial.

O jornal oficioso chinês Global Times considerou, em editorial, que a provocação de Pelosi será «um ponto de viragem na posição da China em relação aos Estados Unidos».

E Ding Gang, editorialista sénior do jornal oficial Diário do Povo escreveu que «o resultado será que a defesa da China contra as provocações ofensivas dos Estados Unidos se transformará num contra-ataque estratégico».

Para o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, «a

reunificação de Taiwan com o continente é uma inevitabilidade histórica». Palavras que o «Livro Branco» do Gabinete de Taiwan no governo de Pequim completa declarando que «agora passámos a um estado de coisas qualitativamente novo e a resolução da "questão de Taiwan" está activamente em movimento».

Se os Estados Unidos e os países satélites deduzirem que estas posições não passam de um bluff de Pequim estarão a cometer um erro crasso.

Os exercícios militares realizados nos dias posteriores à provocação de Pelosi revelaram traços efectivamente novos na situação regional e na aplicação do princípio oficial de que a questão de Taiwan é um assunto interno chinês e no qual «nenhum país é juiz». As manobras das forças armadas chinesas demonstraram que Pequim pode fazer um bloqueio total e durante o tempo que quiser à ilha e no Estreito da Formosa – o que, neste caso, aconteceu apenas durante algumas horas mas já com impacto na vida do território; a imprensa oficiosa chinesa sublinhou significativamente que os exercícios realizados, e que podem acontecer com muito maior frequência do que até agora, afirmam os princípios de que não existem águas internacionais no Estreito da Formosa, são exclusivamente chinesas, e que Pequim não reconhece a «linha mediana» ou quaisquer limites fronteiriços que possam ser invocados por Taiwan.

«As contramedidas visam fundamentalmente promover o processo de reunificação nacional», escreve o Global Times em editorial. As instituições nacionais foram entretanto encorajadas a acelerar a unificação da ilha com o continente, devendo elaborar um cronograma para a respectiva concretização e estabelecer a “tolerância zero” para actividades secessionistas.

As acções definidas por Pequim depois da visita de Pelosi incluem pela primeira vez sanções que atingem directamente Taiwan e os seus patrocinadores norte-americanos.

Em relação à ilha, a China cancelou a exportação de areia, decisão com efeitos pesados em termos económicos. Taiwan é um território eminentemente rochoso e a importação de areia do continente representa 90% das necessidades da construção civil e de sílica, elemento fundamental na produção de chips ou semicondutores, actividade estratégica para a economia da ilha. Os preços do imobiliário vão subir em flecha; Taiwan pode importar areia de outros mercados, forçosamente bastante mais longínquos, implicando preços de frete muito mais elevados.

Às restrições impostas à indústria de semicondutores soma-se o facto de a China Popular ter deixado de importar 300 mil milhões de chips, substituídos por produção própria e tecnologicamente avançada – significando esse facto que Taiwan, Coreia do Sul e Japão terão de encontrar novos clientes. O contexto é delicado: talvez também por isso Tóquio e, sobretudo, Seul foram reservados em relação às visitas de Pelosi. O presidente e o primeiro-ministro da Coreia do Sul estiveram indisponíveis para recebê-la.

A China deixou também de importar peixe e fruta de Taiwan. O território perdeu aquele que é de longe o seu maior mercado nos dois sectores.

«O contexto é delicado: talvez também por isso Tóquio e, sobretudo, Seul foram reservados em relação às visitas de Pelosi. O presidente e o primeiro-ministro da Coreia do Sul estiveram indisponíveis para recebê-la.»

Os bloqueios marítimos e do espaço aéreo passarão a ser mais frequentes, segundo as autoridades de Pequim, afectando a vida na ilha e também a navegação comercial no Estreito da Formosa. Este ano, segundo responsáveis do sector citados pela estação Al-Jazeera, cerca de metade das frotas de contentores do mundo e 90% dos seus maiores navios passaram pelo Estreito da Formosa. A imprensa chinesa salienta que os exercícios militares frequentes demonstrarão que Pequim tem a capacidade de provocar uma enorme interrupção nos fluxos comerciais globais se assim o desejar.

Elbridge Colby, ex-militar de alto escalão do Pentágono, comentou ao mesmo meio de comunicação que no caso de isso acontecer os Estados Unidos poderão «desafiar o bloqueio», o que significaria una intervenção em águas territoriais chinesas. De novo a cavalaria pronta a entrar em acção, provavelmente sem pesar as consequências e o respectivo impacto global. Quanto a isso o Gabinete de Taiwan no governo de Pequim limita-se a declarar que «só seremos forçados a tomar medidas drásticas para responder às provocações de elementos separatistas ou forças externas se elas cruzarem as nossas linhas vermelhas». Embora estas não tenham sido pormenorizadas, uma delas será, certamente, qualquer iniciativa no sentido da independência de Taiwan.

As sanções chinesas em relação aos Estados Unidos incluem o corte da cooperação em termos militares e do combate às alterações climáticas e também a aceleração dos processos em curso de cooperação euroasiática no sentido de substituir o dólar como «moeda internacional».

Pode acontecer ainda, segundo declarações veladas de Pequim, que a empresa chinesa CATL, maior fabricante mundial de sistemas de combustível e de baterias de iões de lítio para veículos, instrumentos eléctricos e tecnologia digital de comunicação, adie indefinidamente a construção de uma fábrica nos Estados Unidos avaliada em cinco mil milhões de dólares e susceptível de criar dez mil postos de trabalho. Uma notícia nada agradável sobretudo para a Tesla de Elon Musk e a Ford.

Percebe-se que nada será como dantes na sequência da aventura de Pelosi em Taipé, como Pequim advertira repetidamente por antecipação. "Agora passámos a um estado de coisas completamente novo", lê-se no "Livro Branco" do Gabinete de Taiwan no governo de Pequim.

«Pode acontecer ainda, segundo declarações veladas de Pequim, que a empresa chinesa CATL, maior fabricante mundial de sistemas de combustível e de baterias de iões de lítio para veículos, instrumentos eléctricos e tecnologia digital de comunicação, adie indefinidamente a construção de uma fábrica nos Estados Unidos avaliada em cinco mil milhões de dólares e susceptível de criar dez mil postos de trabalho.»

No entanto, a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, hoje ainda uma influente e manobradora múmia política com uma vasta carreira de corrupção, conspiração e intervencionismo atrás de si, preferiu «desembarcar sorrateiramente na ilha chinesa de Taiwan como um ladrão, detonando a crise que lançou sobre a situação no Estreito de Taiwan e nos laços entre os Estados Unidos e a China», escreveu o Global Times em editorial.

Na espuma dos dias em que vegeta a comunicação/propaganda globalista a história da visita de Pelosi a Taiwan já é história. Pequim «mordeu o pó da derrota» aos pés do império, Biden e a sua troupe irresponsável de neocons cantou vitória.

A hora da China não se rege, porém, pela de Washington. Pequim já fez saber o suficiente para se perceber que a provocação da múmia fará ricochete e que o ricochete já começou.

Então, perante os inevitáveis resultados, os 15% que julgam ter o mundo na mão provavelmente dir-se-ão surpreendidos, escandalizados, revoltados. Ainda não perceberam, de facto, que numa ordem internacional em mudança os actos gratuitos e agressivos têm agora consequências imprevisíveis para os seus horizontes tacanhos.

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A nação asiática responde assim à recente aprovação da ajuda militar a Taipé com vista a reforçar o sistema de mísseis e radares da ilha, com soberania chinesa. Pacote que, refere a Prensa Latina, aprovado pela Comissão de Relações Externas do Senado, prevê a entrega de equipamento militar durante quatro anos por quatro mil milhões e meio de dólares e a imposição de sanções às principais instituições financeiras chinesas.

Inclui ainda a designação formal da ilha como «grande aliado da Organização do Tratado do Atlântico Norte» (NATO) e deve merecer o visto do Senado e da Câmara dos Representantes antes de ser promulgado por Joe Biden. 

As tensões entre as duas maiores potências mundiais agudizaram-se desde Agosto, na sequência de sucessivas visitas de responsáveis norte-americanos a Taiwan, incluindo Nancy Pelosi. Em resposta, lembra o online, a China respondeu com uma combinação de medidas militares, diplomáticas, políticas e comerciais, e advertiu que tais viagens teriam repercussões.

Em 1971, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução que reconhece Taiwan como parte inalienável da República Popular da China. 

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