«Esta é uma acção de protesto que se enquadra na luta destes trabalhadores pelo direito à contratação colectiva, depois de a empresa ter feito caducar a anterior e se opor à aplicação de qualquer outra», assim como à negociação de um novo acordo, informa, em comunicado enviado ao AbrilAbril, o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura, e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabaco de Portugal (SINTAB/CGTP-IN).
Os trabalhadores decidiram em plenário, esta quinta-feira, «endurecer a sua luta» por melhores salários, direitos e condições de trabalho. Para dia 17, agendaram uma greve de 24 horas. Num comunicado a que o AbrilAbril teve acesso, o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura, e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabaco de Portugal (Sintab/CGTP-IN) afirma que os trabalhadores da empresa integrada na logística do Porto de Leixões consideram «insuficientes» os aumentos processados em Maio, à revelia da negociação com a organização sindical. Ficam «muito longe da reivindicação de 200 euros, que, ainda assim, não cobriria a perda de rendimentos decorrente de mais de 12 anos sem actualização salarial», refere o texto. No caderno reivindicativo remetido pelo Sintab à administração da Silos de Leixões, constam, além dos aumentos salariais, exigências como a «universalidade do subsídio de pó (que a empresa processa apenas a alguns)», a melhor organização dos horários e a regulamentação do recurso à isenção de horário, a semana de trabalho de 35 horas e 25 dias de férias. Esta reivindicação – explica o documento – assenta ainda na aplicação do contrato colectivo de trabalho para a indústria das moagens, acordado entre a Associação Portuguesa da Indústria de Moagem (APIM) e a federação sindical Fesaht, na vertente «apoio e manutenção», cuja portaria de extensão alarga o âmbito e a aplicabilidade à actividade da Silos de Leixões. O Sintab recorda que estes trabalhadores «não possuem contratação colectiva» desde 2012, por afastamento do acordo de empresa da Silopor, após a cedência de concessão à empresa Silos de Leixões, do Grupo Champalimaud. Desde então, os trabalhadores perderam direitos e rendimentos, passando a ser-lhes aplicado o Código do Trabalho, denuncia. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Trabalho|
Trabalhadores da Silos de Leixões em luta por salários e direitos
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Através da caducidade da contratação colectiva, a Silos de Leixões, empresa do sector da logística agro-alimentar, que em tempos já pagou a prestação de trabalho suplementar em dias de descanso ou feriado com acréscimo de 200% (o triplo do valor normal), «remete-se agora à aplicação do Código do Trabalho, que apenas determina o acréscimo de 50% do valor por hora normal».
Perante uma empresa, e uma administração, apostada em não valorizar os próprios trabalhadores, cumprindo o mínimo obrigatório, (e «é importante lembrar que a Silos de Leixões esteve 12 anos sem processar qualquer aumento salarial»), os funcionários têm protagonizado intensos momentos de luta no passado, algo que se prolongará no futuro.
Nesse sentido, o SINTAB declarou, dando expressão à vontade dos trabalhadores «greve a toda a prestação de trabalho suplementar, a partir do dia 8 de Outubro, e por tempo indeterminado». Todos os trabalhadores da Silos de Leixões, com sede em Leça da Palmeira, estão abrangidos.
De igual forma, ficou decidida na reunião plenária «manter a luta reivindicativa por melhores salários e melhores condições de trabalho, aproveitando o mês de ação e luta definido pela CGTP, que culmina com a manifestação nacional, em Lisboa e no Porto, no dia 15 de Outubro».
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