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Despedimento colectivo de 48 trabalhadores da Central de Cervejas

O recuo nos resultados líquidos de 2020 não impediu a Heineken, detentora da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas, de acabar o ano com lucro. Despedimento surpreendeu trabalhadores.

Créditos / Passeio Livre

Uma das primeiras medidas de luta decididas pelos trabalhadores da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas é a greve, que já está convocada para o próximo dia 25 de Novembro. A greve abrange todos os 300 trabalhadores da unidade de produção da Vialonga, em Vila Franca de Xira.

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Greve na Central de Cervejas prossegue com adesão de 100%

Ao quarto dia, os trabalhadores da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas, em Vialonga, decidiram em plenário manter a greve até ao último dia. A administração quer reunir na próxima segunda-feira.

Piquete de greve dos trabalhadores da Central de Cervejas, 9 de Maio de 2019
Créditos

«A greve continua com uma adesão de 100%. Não tem saído uma única cerveja da fábrica durante o período [da paralisação]», afirmou Rui Matias, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB/CGTP-IN), em declarações ao AbrilAbril.

Os trabalhadores da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas, na qual é produzida a cerveja Sagres, estão desde segunda-feira a cumprir uma greve parcial de duas horas por cada turno de trabalho, que se prolonga até domingo, em resposta às propostas insuficientes da empresa nas negociações do acordo de empresa (AE).

Rui Matias afirmou que, decorrente do forte impacto da greve, a administração da Central de Cervejas convocou o SINTAB para uma reunião na próxima segunda-feira porque «têm uma proposta para fazer aos trabalhadores». Perante isso, o «enorme plenário de trabalhadores realizado hoje decidiu levar a greve até ao fim».

«Independentemente da reunião, nós mantemo-nos em greve até domingo. Não se altera nada visto que não se conhecemos o contéudo», afirmou o dirigente, o qual acrescentou que, «mediante a proposta que a empresa fizer, iremos realizar um plenário a seguir com os trabalhadores para tomar uma decisão».

Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP-IN, esteve hoje junto dos trabalhadores, tendo afirmado aos jornalistas ser «inadmissível» que uma sociedade que tem «lucros fabulosos» continue a resistir à «aspiração justa de aumentos salariais e valorização da profissão de quem produz a riqueza».

Entre as reivindicações, os trabalhadores exigem «aumentos salariais dignos e justos para todos» na ordem dos 4%, num mínimo de 40 euros, com vista à diminuição da desigualdade salarial, e um aumento de 1% no subsídio de turno, assim como a revisão no AE das avaliações, promoções e categorias profissionais.

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Em comunicado enviado ao AbrilAbril, o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB/CGTP-IN) informa que os trabalhadores, para reforçar a greve, se vão concentrar em protesto no mesmo dia, frente à porta da empresa.

Esta atitude, por parte da empresa, «em nada se justifica». Estes postos de trabalho continuarão a existir, não sendo expectável qualquer redução na produção, pelo «que provavelmente serão ocupados por empresas de outsourcing».

Esta posição visa apenas «aumentar os lucros da empresa e não demonstra qualquer preocupação social com a subsistência das 48 famílias envolvidas», que a empresa vai dispensar apenas para aumentar ligeiramente as suas margens de lucro.

O SINTAB já deu a sua garantia de que continuará a «acompanhar, quer colectivamente, quer individualmente, estes trabalhadores» estando neste momento a analisar a possibilidade de impugnação dos despedimentos.

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