Wanibik: o povo que vive em frente à sua terra, rodado na língua nativa dos saarauís – hassania (uma variante do árabe magrebino) –, foi o grande vencedor da XVII edição do FiSahara, que se realizou sob o lema «Descolonizemos», informa a Sahara Press Service.
A obra do realizador argelino Rabah Slimani, que contou com a colaboração da TV da Argélia e o apoio do Centro Argelino para o Desenvolvimento do Cinema e do Ministério da Cultura, mostra o sofrimento do povo saarauí, «uma realidade silenciada por boa parte dos meios de comunicação» desde o fim do cessar-fogo, há cerca de dois anos, indica a mesma fonte.
A Escola de Cinema Abidin Kaid Saleh, onde foi rodado o filme, foi palco da cerimónia de encerramento do festival, ao cabo de seis dias de exibições de cinematográficas, actividades culturais e encontros nos acampamentos de refugiados saarauís, na região de Tinduf (Sudoeste da Argélia). (Ver programa do festival.)
O júri do FiSahara atribuiu o segundo prémio a Burkinabè Rising: a arte da resistência no Burkina Faso, da realizadora brasileira-coreana Iara Lee, e o terceiro ao filme de temática saarauí O jardim nómada, do realizador Mohamed Salem Mohamed Ali.
A obra de Salem Mohamed Ali é, segundo os organizadores, «um canto ao impossível». Narra a história de um jovem refugiado saarauí, que «conseguiu cultivar hortaliças num dos lugares mais inóspitos do mundo, fazendo frente à escassez de água, a temperaturas extremas e a uma terra estéril».
A actriz basca Itziar Ituño e o actor espanhol Guillermo Toledo foram os mestres de cerimónia da entrega de prémios, em que a comunicadora social afro-colombiana Emiliana Bernard e a realizadora e jornalista franco-argelina Dorothée Myriam Kellou pronunciaram um discurso de agradecimento.
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