O líder social Sócrates Sevillano e a sua esposa, Cielo Rujeles, foram assassinados por desconhecidos no passado sábado, em Orito, no departamento de Putumayo, junto à fronteira com o Equador.
Segundo fontes oficiais, citadas pela TeleSur, os corpos do casal foram encontrados com impactos de balas numa zona rural do município de Orito e decorre uma investigação sobre os motivos e autores do crime.
A morte de Sócrates Sevillano, que fora presidente de uma Junta de Acção Local, foi lamentada pelo alto-comissário para a Paz, Danilo Rueda, e por responsáveis políticos locais e departamentais.
Na sequência do assassinato realizou-se em Leguízamo um conselho de segurança extraordinário, com a presença dos ministros do Interior e da Defesa, do director da Unidade Nacional de Protecção, de representantes da cúpula militar e policial e de autoridades regionais e locais, a fim de desenhar estratégias para conter os assassinato de líderes sociais em Putumayo.
A notícia da morte de Sócrates Sevillano foi conhecida menos de 24 horas após, na sexta-feira passada, ter sido noticiado o assassinato de Giraldo Alonso Ríos, vice-presidente de uma Junta de Acção Comunal no município de Fortul, departamento de Arauca, abatido a tiro por desconhecidos.
A Provedoria do Povo, segundo a TeleSur, , emitira anteriormente um alerta sobre o risco elevado em que, desde 2018, vivem as populações rurais e, em particular, os seus líderes, nos municípios de Fortul, onde o crime foi cometido, mas também nos de Arauquita, Saravena e Tame, e pediu aos grupos armados que actuam na região para «deixar fora do conflito a população civil».
O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento da Paz na Colômbia (Indepaz), confirmou que em 2022 se regista um aumento exponencial do número de assassinatos de líderes sociais nas regiões de Arauquita (275 por cento), Fortul (115 por cento) y Tame (57 por cento).
Con Alonso Ríos, afirmava no início do fim-de-semana o Indepaz, eram 147 os líderes sociais assassinados este ano na Colômbia, 1374 desde a firma do acordo de paz em Havana, em 2016. Agora são já 148 e 1375, respectivamente.
Rafael Moreno, jornalista de investigação, director do portal Voces de Córdoba e dirigente social, foi assassinado por sicários, revelou o Indepaz esta segunda-feira. Moreno foi morto a tiro por assassinos a soldo, no domingo, quando se encontrava no Bairro 27 de Julio do município de Montelíbano (departamento de Córdoba). Segundo informa o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz), há alguns meses foi-lhe retirado o esquema de protecção (segurança pessoal) que lhe havia sido atribuído pela Unidade Nacional de Protecção por causa das ameaças de morte que tinha recebido em diversas ocasiões. Associações de jornalistas e de defesa dos direitos humanos atribuíram as responsabilidades do assassinato ao anterior presidente colombiano, Iván Duque, uma vez que foi durante o seu governo que foi retirada a Moreno a protecção pessoal. Depois de o Exército de Libertação Nacional (ELN) ter demonstrado vontade de retomar o diálogo interrompido em 2018, o novo presidente eleito na Colômbia disse que é chegado o tempo da paz. Numa entrevista que ontem deu à WRadio, a cerca de um mês da tomada de posse, o presidente recém-eleito na Colômbia, Gustavo Petro, afirmou que está disposto a um cessar-fogo bilateral com a guerrilha do ELN. «Há que levantar a pausa e reconhecer os protocolos em primeiro lugar, o que significa que os mediadores voltem e se reinstale a mesa», disse Petro. Os diálogos de paz com o ELN, iniciados em 2017, foram interrompidos pelo governo de Iván Duque, em Agosto do ano seguinte. Durante o período eleitoral, a maior guerrilha activa na Colômbia anunciou um cessar-fogo unilateral como demonstração do seu interesse no diálogo. Na última segunda-feira, o actual comandante do ELN, Eliécer Herlinto Chamorro, conhecido como Antonio García, publicou um comunicado em que reafirma a vontade de «retomar as negociações de paz com o novo governo para que os seus resultados tragam paz com justiça social para toda a Colômbia». A candidatura do Pacto Histórico, coligação de forças progressistas e de esquerda, venceu as eleições presidenciais na Colômbia. Petro definiu o triunfo como «histórico» e defendeu a aposta na paz. Com a totalidade dos votos escrutinados, a candidatura do Pacto Histórico, integrada por Gustavo Petro e Francia Márquez, obteve 11 281 013 votos (50,44%) na segunda volta das eleições presidenciais, celebradas este domingo. Já a candidatura apoiada pelas forças de direita, composta por Rodolfo Hernández e Marelen Castillo, alcançou 10 580 412 votos (47,31% dos votos válidos), informaram as autoridades eleitorais colombianas. Conhecidos os resultados, Petro e Francia Márquez dirigiram-se para o coliseu Movistar Arena, em Bogotá, onde se juntaram a milhares de apoiantes que ali festejavam o triunfo do Pacto Histórico, num país onde os governos, por norma, são conservadores de direita e extrema-direita. «É história aquilo que estamos a escrever neste momento, uma história nova para a Colômbia, para a América Latina, para o mundo», disse o novo presidente eleito, sublinhando que aquilo que aí vem é «uma mudança real» e que não irá trair o eleitorado que «gritou ao país, à história, que a partir de hoje a Colômbia muda». Num discurso conciliador, Gustavo Petro afirmou que não se trata de uma «mudança para nos vingarmos, uma mudança para construir mais ódios, uma mudança para aprofundar o sectarismo na sociedade colombiana». O chefe do novo governo, que tomará posse a 7 de Agosto, destacou ainda que a força expressa pelo povo nas urnas vem de longe, de gerações que já não estão, porque as forças que contribuíram para o triunfo do Pacto são um acumulado de cinco séculos de resistência e rebeldia contra a injustiça, a discriminação e a desigualdade. Num coliseu em festa, Gustavo Petro sublinhou que o objectivo primordial do seu mandato é a paz. «Significa que não vamos, a partir deste governo, utilizar o poder em função de destruir o oponente. Significa que nos perdoamos. Significa que a oposição que teremos […] será sempre bem-vinda ao Palácio de Nariño para dialogar sobre os problemas da Colômbia», afirmou, citado pela Prensa Latina. Falando para milhares de pessoas, Petro disse que «não pode continuar o clima político que acompanha os colombianos neste século de ódios, de confrontos, literalmente de morte, de perseguições, de isolamento». Com o governo que irá liderar, acaba-se a perseguição política, a perseguição jurídica, «haverá apenas respeito e diálogo», disse, insistindo na criação de um grande pacto, que deve abranger toda a sociedade. Francia Márquez, vice-presidente eleita da Colômbia, saudou todos os sectores que tornaram possível o triunfo do Pacto Histórico, tendo afirmado que, ao cabo de 214 anos, se deu um passo muito importante: «alcançámos um governo do povo.» «Vamos reconciliar este país, pela paz, sem medo, pela vida, pelas mulheres, pelos direitos da comunidade diversa LGTBQI+, pelos direitos da Mãe Terra, para erradicar o racismo estrutural», afirmou. Lembrando todos aqueles que sofrem a violência e desigualdade no país, teve ainda palavras de reconhecimento para quem perdeu a vida nas lutas da Colômbia. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. A defesa da paz e a afirmação do diálogo como bandeira num país onde as armas continuam a matar quem busca transformações caracterizaram a coligação progressista Pacto Histórico, que venceu as eleições legislativas e as presidenciais colombianas com pouco tempo de diferença. «O que eu peço é um cessar-fogo, que será bilateral, e o começo de negociações jurídicas para a maioria dos casos e de negociações políticas para a minoria dos casos. Queremos acabar com a guerra», declarou Gustavo Petro. No comunicado emitido esta segunda-feira, o grupo guerrilheiro criado em 1964, sob inspiração da Revolução Cubana e da Teologia da Libertação, lembrou que existe há 58 anos com o intuito de «alcançar as transformações que mudem a vida de todos os colombianos e colombianas sobretudo os empobrecidos, excluídos, marginalizados e perseguidos; causas do conflito social e armado que continuam à espera de soluções». No texto, o ELN afirma que insistirá nessa luta pelas mudanças, onde não só vivam bem os ricos e poderosos, e se torne mais alargado o gozo das riquezas à maior quantidade da população; para que haja justiça, pare o genocídio dos dirigentes sociais, sejam respeitados e garantidos os direitos humanos. Representantes do Exército de Libertação Nacional (ELN) e do Governo colombiano anunciaram ontem, em Caracas (Venezuela), que a 27 de Outubro iniciarão negociações públicas de paz, no Equador. Na Casa Amarela (sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Venezuela), o chefe da delegação governamental, Mauricio Rodríguez, e da ELN, Pablo Beltrán, manifestaram o seu compromisso em fazer avançar o processo de negociações, por forma a encontrar uma saída política para o confronto armado. A fase pública das negociações de paz irá ter início em Quito, capital do Equador, no dia 27 de Outubro, na sequência dos acordos alcançados entre as partes em Março deste ano e de um processo de contactos já iniciado em Janeiro de 2014, com o objectivo de pôr fim a 52 anos de guerra. Os representantes de ambas as partes referiram que as conversações irão começar pelo ponto um, referente à participação da sociedade na construção da paz, e que, adicionalmente, serão abordadas «Acções e dinâmicas humanitárias». Antes, porém, darão início a um processo de libertação de pessoas detidas, informa a Prensa Latina. Venezuela, Cuba, Chile, Noruega, Equador e Brasil assumirão o papel de garantes do processo de negociações entre o Governo colombiano e o segundo grupo guerrilheiro mais importante do país. Esta fase pública de diálogos dá-se num contexto de luta social pela paz na Colômbia. Nas ruas, têm-se sucedido as mobilizações como resposta ao «não» vencedor no plebiscito realizado dia 2, para assim defender o acordo de paz alcançado entre as FARC-EP e o Governo, após quatro anos de intensas negociações, em Havana (Cuba), refere a TeleSur. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O grupo destacou «as diversas e ricas experiências de luta e resistência» no país, que culminaram na grande Paralisação Nacional iniciada a 28 de Abril de 2021. Daí nasceu uma força social que pôs em causa a direita; a juventude deu-se a conhecer ao país e ao mundo, e, em conjunto com as mulheres, os trabalhadores e diversas camadas da sociedade, abriu o caminho a uma Nova Colômbia, declarou. Em seu entender, foi essa força que se uniu para dar o triunfo a Gustavo Petro e será ela que irá exigir a um governo para todos os colombianos um grande Diálogo Nacional, no âmbito do qual sejam retomados e cumpridos acordos que outros executivos não cumpriram. Enquanto Gustavo Petro e ELN mostram estar dispostos para dialogar e encontrar a paz, mais um dirigente social e um ex-guerrilheiro foram assassinados, ambos na segunda-feira, revelou o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz). O comuneiro e docente Camilo Puni Bomba foi morto a tiro por desconhecidos no município de Santander de Quilichao, no departamento do Cauca. É o 99.º dirigente social morto na Colômbia este ano. Por seu lado, Ronald Rojas, conhecido como Ramiro Durán, antigo comandante das FARC-EP e actual presidente da Associação de Desmobilizados pela Paz no departamento de Huila, foi morto a tiro em sua casa, em Palermo. Rojas, que apoiava o processo de reincorporação na vida civil de outros ex-guerrilheiros em Huila, já tinha denunciado ameaças de morte mais do que uma vez. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O conhecido jornalista Gonzalo Guillén afirmou: «Assassinaram o jornalista Rafael Moreno em Montelíbano, Córdoba. (Iván) Duque tinha-lhe retirado o esquema de protecção. Entregou-o aos assassinos.» Por seu lado a jornalista Mapi Aguilars lembrou que Moreno denunciou situações, investigou e o governo de Duque tirou-lhe o esquema de segurança atribuído, sendo «hoje mais um número da violência e da extrema-direita deste país», indica a Prensa Latina. A imprensa colombiana refere igualmente o facto de o jornalista se ter destacado também como dirigente social, tendo sido presidente da Junta de Acção Comunal do Bairro La Unión, em Puerto Libertador, e ex-candidato à Circunscrição de Paz pelo Sul do departamento de Córdoba. A fundação social de defesa dos direitos humanos na região – Cordoberxia –, ao denunciar o assassinato do jornalista, afirmou: «Sabemos que adiantava várias investigações com denúncias penais e disciplinares. Exigimos a verdade, a plena verdade, a justiça, a reparação integral e as garantias de não repetição.» No mesmo sentido, refere a TeleSur, reclamou ao actual presidente da Colômbia, Gustavo Petro, que tome medidas eficazes para impedir a repetição destes factos. Dez grupos rebeldes e estruturas ilegais decretaram um cessar-fogo, em resposta às propostas de diálogo e à política de paz avançadas por Gustavo Petro desde que assumiu a presidência, em Agosto. A notícia foi confirmada, esta quarta-feira, pelo comissário para a paz na Colômbia, Danilo Rueda, que precisou que, entre as organizações armadas, estão o Estado Maior Central das dissidências das extintas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia e a Segunda Marquetalia. Numa conferência de imprensa na Casa de Nariño (sede da Presidência), em Bogotá, Rueda disse também que decretaram um cessar-fogo estruturas paramilitares ligadas ao narcotráfico, como as Autodefensas Gaitanistas de Colombia ou Clan del Golfo, as Autodefensas de la Sierra Nevada de Santa Marta e «vários escritórios das cidades». O funcionário do governo colombiano que tem a seu cargo a política de paz sublinhou que cada grupo, independentemente das suas características, «está a mostrar disposição» para colaborar com as autoridades e avançar para «a paz total», que é uma das metas traçadas pelo executivo de Petro. Há uma semana, o presidente colombiano afirmou que, numa questão de dias, seria avançado um tema público: a possibilidade de um cessar-fogo multilateral, que seria o princípio do fim da violência no país sul-americano – onde os massacres e os assassinatos de dirigentes sociais continuaram ao longo deste mês. Gustavo Petro propôs este sábado aos diversos grupos armados no país sul-americano um cessar-fogo multilateral, com o intuito de iniciar um processo de negociação e alcançar a «paz total». Ituango, no departamento de Antioquia, foi palco este sábado do segundo Posto de Comando Unificado (PCU) pela Vida promovido pelo governo colombiano, uma iniciativa para analisar a situação humanitária e de violência existente na região. No final do encontro, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, disse que se tratou de um convite às autoridades locais, municipais e departamentais para promover a discussão entre os cidadãos sobre a região e o território que querem. No início deste mês, o executivo colombiano, em conjunto com várias organizações de direitos humanos, definiu os 65 municípios onde os dirigentes sociais correm maiores riscos e onde há necessidade de intervir nas comunidades para proteger a vida dos mais vulneráveis. Antes de Ituango, o município de Caldono (departamento do Cauca) foi o primeiro a acolher um PCU pela Vida promovido pelo governo de Petro, com o objectivo de ouvir as populações mais vulneráveis, conhecer em primeira mão as suas preocupações e travar a violência. Este sábado, Petro informou que «todos os grupos presentes no território de forma ilegal enviaram cartas ao governo dizendo que querem paz». Advertiu, no entanto, que essas comunicações «são palavras, papéis, expressam um clima, uma atmosfera de possibilidades de diálogo e de negociação», sendo necessário passar das palavras às acções e iniciar processos de diálogo, refere a Prensa Latina. Na companhia do ministro do Interior, Alfonso Prada, e do ministro da Defesa, Iván Velásquez, Petro esclareceu que «as acções implicam que deve haver negociadores legítimos desses grupos para falar com o Estado» e que poderiam começar com «um cessar-fogo multilateral de hostilidades». «Proponho a estes grupos em todo o país um cessar-fogo multilateral; a segurança humana mede-se com vidas e por isso faço esta proposta», disse, citado pela TeleSur, o chefe de Estado, que tem como elemento fundamental do seu programa de governo alcançar a «paz total» com as várias estruturas armadas no país. Nesse sentido, pretende implementar na íntegra o acordo de paz alcançado em 2016 entre as ex-Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP) e o governo liderado pelo então presidente Juan Manuel Santos. Também já tiveram lugar os primeiros contactos com os dirigentes do Exército de Libertação Nacional (ELN) para retomar as conversações de paz interrompidas durante o governo do ex-presidente Iván Duque (2018-2022). Outro ponto que o actual presidente colombiano deixou claro é que o seu executivo vai combater a ilegalidade no país, nomeadamente as economias que financiam a guerra e promovem a violência. Agentes da Polícia do departamento de Antioquia encontraram e detonaram, este sábado, um artefacto explosivo no município de Ituango, minutos antes de Gustavo Petro ali chegar para se reunir com a população e autoridades locais, informa a TeleSur. O artefacto foi detonado de forma controlada, e o comandante da Polícia de Antioquia, coronel Daniel Mazo, disse que «em momento algum a vida do presidente esteve em risco». A candidatura do Pacto Histórico, coligação de forças progressistas e de esquerda, venceu as eleições presidenciais na Colômbia. Petro definiu o triunfo como «histórico» e defendeu a aposta na paz. Com a totalidade dos votos escrutinados, a candidatura do Pacto Histórico, integrada por Gustavo Petro e Francia Márquez, obteve 11 281 013 votos (50,44%) na segunda volta das eleições presidenciais, celebradas este domingo. Já a candidatura apoiada pelas forças de direita, composta por Rodolfo Hernández e Marelen Castillo, alcançou 10 580 412 votos (47,31% dos votos válidos), informaram as autoridades eleitorais colombianas. Conhecidos os resultados, Petro e Francia Márquez dirigiram-se para o coliseu Movistar Arena, em Bogotá, onde se juntaram a milhares de apoiantes que ali festejavam o triunfo do Pacto Histórico, num país onde os governos, por norma, são conservadores de direita e extrema-direita. «É história aquilo que estamos a escrever neste momento, uma história nova para a Colômbia, para a América Latina, para o mundo», disse o novo presidente eleito, sublinhando que aquilo que aí vem é «uma mudança real» e que não irá trair o eleitorado que «gritou ao país, à história, que a partir de hoje a Colômbia muda». Num discurso conciliador, Gustavo Petro afirmou que não se trata de uma «mudança para nos vingarmos, uma mudança para construir mais ódios, uma mudança para aprofundar o sectarismo na sociedade colombiana». O chefe do novo governo, que tomará posse a 7 de Agosto, destacou ainda que a força expressa pelo povo nas urnas vem de longe, de gerações que já não estão, porque as forças que contribuíram para o triunfo do Pacto são um acumulado de cinco séculos de resistência e rebeldia contra a injustiça, a discriminação e a desigualdade. Num coliseu em festa, Gustavo Petro sublinhou que o objectivo primordial do seu mandato é a paz. «Significa que não vamos, a partir deste governo, utilizar o poder em função de destruir o oponente. Significa que nos perdoamos. Significa que a oposição que teremos […] será sempre bem-vinda ao Palácio de Nariño para dialogar sobre os problemas da Colômbia», afirmou, citado pela Prensa Latina. Falando para milhares de pessoas, Petro disse que «não pode continuar o clima político que acompanha os colombianos neste século de ódios, de confrontos, literalmente de morte, de perseguições, de isolamento». Com o governo que irá liderar, acaba-se a perseguição política, a perseguição jurídica, «haverá apenas respeito e diálogo», disse, insistindo na criação de um grande pacto, que deve abranger toda a sociedade. Francia Márquez, vice-presidente eleita da Colômbia, saudou todos os sectores que tornaram possível o triunfo do Pacto Histórico, tendo afirmado que, ao cabo de 214 anos, se deu um passo muito importante: «alcançámos um governo do povo.» «Vamos reconciliar este país, pela paz, sem medo, pela vida, pelas mulheres, pelos direitos da comunidade diversa LGTBQI+, pelos direitos da Mãe Terra, para erradicar o racismo estrutural», afirmou. Lembrando todos aqueles que sofrem a violência e desigualdade no país, teve ainda palavras de reconhecimento para quem perdeu a vida nas lutas da Colômbia. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Recorde-se que, no passado dia 24, os veículos que seguiam à frente na caravana presidencial, entre os municípios de El Tarra e El Porvenir (departamento de Norte de Santander), foram alvo de um ataque com armas de fogo de longo alcance. Entretanto, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz) deu conta de múltiplos massacres perpetrados no país sul-americano na última semana. Só entre 24 e 28 de Agosto foram cometidos seis, nos departamentos de Valle del Cauca, Bogotá, Nariño, Norte de Santander, Atlántico e Cauca, com um saldo de 19 vítimas mortais. Os registos do Indepaz apontam para 72 massacres na Colômbia em 2022. O organismo de defesa da paz – que dá conta de várias ameaças à vida de dirigentes sociais e defensores dos direitos humanos – indica ainda que 121 dirigentes foram assassinados desde o início do ano. O último foi a indígena Adriana del Rocío Guerrero Tarapuez, no passado dia 26. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «A todos os desejarem um processo de negociação com a Justiça na Colômbia para desmantelar organizações criminosas, aquilo que lhes propomos é o fim das hostilidades, dos crimes, das mortes, um cessar-fogo e, tendo em conta que se trata de uma pluralidade de organizações, isso chama-se cessar-fogo multilateral», disse Petro numa conferência de imprensa na sede da ONU, em Nova Iorque, citado pela Prensa Latina. No que respeita ao início dos diálogos de paz com o Exército de Libertação Nacional (ELN), ontem, Danilo Rueda indicou que «se está ainda na fase da aplicação de protocolos». De acordo com a TeleSur, o funcionário explicou que, após essa fase, «o presidente irá designar aqueles que vão representar os interesses dos colombianos na mesa de negociações». Desde que assumiu a Presidência do país, em Agosto último, Gustavo Petro lançou propostas e iniciativas no âmbito de uma política que busca aquilo que designou «paz total». Nesse sentido, abordou logo desde o início a possibilidade de negociações com o ELN e, no contexto dos «postos de comando unificado pela vida» – iniciativas promovidas pelo governo colombiano para analisar a situação humanitária e de violência em vários pontos do país –, avançou com a ideia de um cessar-fogo multilateral por parte dos vários grupos armados que ali operam. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Desde que assumiu a Presidência do país sul-americano, em Agosto último, Petro lançou propostas e iniciativas no âmbito de uma política que busca aquilo que designou como «paz total». No terreno, tem promovido reuniões envolvendo as associações populares e demais agentes implicados na construção dos territórios. O objectivo é, segundo afirmou este sábado em Cáli (capital do departamento de Valle del Cauca), fazer com que os grupos armados saibam que, nessa construção, «não manda a espingarda, a violência e o massacre, mas o povo». Isto, sublinhou, não está desligado da «justiça social» e da superação de um modelo vigente «há décadas na Colômbia e repetido no mundo, a que chamam neoliberalismo e que já não dá respostas à humanidade». Apesar dos esforços no terreno e das boas intenções, a matança continua. Segundo os dados Indepaz, só este ano, até 9 de Outubro, tinham sido assassinados no país sul-americano 144 dirigentes sociais – 1371 desde a assinatura do acordo de paz, em Novembro de 2016. Além disso, foram mortos 35 signatários desse acordo (341 desde Novembro de 2016). Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
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Desde que assumiu a Presidência do país sul-americano, em Agosto último, Petro lançou propostas e iniciativas no âmbito de uma política que busca aquilo que designou como «paz total».
No terreno, tem promovido reuniões envolvendo as associações populares e demais agentes implicados na construção dos territórios. O objectivo é, segundo afirmou em Cáli (capital do departamento de Valle del Cauca), fazer com que os grupos armados saibam que, nessa construção, «não manda a espingarda, a violência e o massacre, mas o povo».
Tal objectivo, sublinhou, não pode ser desligado da «justiça social» e da superação de um modelo vigente «há décadas na Colômbia e repetido no mundo, a que chamam neoliberalismo e que já não dá respostas à humanidade».
Apesar dos esforços no terreno e das boas intenções, a matança continua. Ainda há muito a fazer.
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