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Grande adesão à greve no sector metalúrgico da Biscaia

No segundo dia de greve, os piquetes entraram em acção bem cedo, com a companhia da Ertzaintza. Os sindicatos, que exigem a actualização do acordo colectivo, acusam o patronato de bloquear a negociação.

Manifestações dos trabalhadores metalúrgicos em greve, em Iurreta, a 27 de Outubro de 2022 
Créditos / LAB

As organizações sindicais responsabilizam a FVEM (Federação Biscainha de Empresas Metalúrgicas) pela greve convocada para ontem, hoje e dia 2 de Novembro, afirmando que continua a bloquear a negociação e a apresentar propostas insuficientes, que «empobrecem os trabalhadores do sector».

«Enquanto as empresas mantêm grande quantidade de trabalho e lucros, […] o patronato recusa-se a garantir o poder de compra» dos trabalhadores, afirmam.

De acordo com os sindicatos, a adesão à greve, ontem, no sector metalúrgico biscainho – que emprega 52 mil trabalhadores – rondou os 85%.

Todos os sindicatos do sector – CCOO, LAB, UGT, ESK, CGT, CNT e ELA – fizeram apelo à paralisação, tendo destacado a elevada adesão, particularmente na região de Durangaldea. Nas fábricas das empresas Tecuni, Arteche, Bombardier, DYF e Vicinay, por exemplo, a produção parou, indica o portal gedar.eus.

Os trabalhadores montaram barricadas em Berriz e cortaram a estrada BI-604 em Asua (Erandio). Além disso, realizaram piquetes em múltiplos locais de trabalho, com a presença permanente, nalguns casos violenta – segundo denuncia o sindicato LAB –, da Ertzaintza, que identificou muitos trabalhadores.

Ao meio-dia, houve duas manifestações: uma de Iurreta até Durango e outra em Erandio. Hoje, os metalúrgicos mobilizam-se em Barakaldo e Basauri, e na próxima quarta-feira em Bilbau.

Os trabalhadores do sector metalúrgico na Biscaia já tinham feito greve por um «acordo digno» nos dias 23 e 30 de Junho e 1 de Julho, mas, passado todo este tempo, acordo entre patronato e organizações representativas dos trabalhadores é coisa que não se vê.

Piquete de greve / LAB

A última reunião entre as partes teve lugar esta semana, com os sindicatos a considerarem insuficientes as propostas de «actualização salarial» por parte do patronato.

Afirmando que, por via do acordo, querem garantir o «poder de compra dos trabalhadores», os sindicatos sublinham que não aceitam aumentos salariais que não o permitam.

Também deixaram claro que não vão assinar um acordo que, em seu entender, é um «recuo» em relação a convénios anteriores. Além de aumentos salariais que permitam fazer frente ao índice de preços ao consumidor, outra reivindicação destacada relaciona-se com a limitação do recurso a empresas de trabalho temporário, refere o gedar.eus.

Acordo em Navarra

Em Navarra, noutra administração do País Basco histórico, o patronato chegou a um acordo com os sindicatos UGT e CCOO na indústria metalúrgica, que vigorará por cinco anos e contempla aumentos salariais de 4,5% nos próximos três anos.

No entanto, tanto LAB como ELA denunciaram a assinatura do convénio, nomeadamente porque não assegura o poder de compra, aumenta a flexibilidade e, ainda segundo estes sindicatos, foi firmado «sem um posicionamento de luta» e «à medida das necessidades patronais».

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