Trabalhadores em greve e elementos das estruturas sindicais que os representam na multinacional que fabrica as bolachas Oreo juntaram-se, esta terça-feira, na Praça dos Foros de Viana, frente à sede do município navarro para denunciar a falta de vontade da empresa para chegar a um acordo, depois de meses de negociação.
Os trabalhadores da Mondelez iniciaram uma greve por tempo indeterminado a 10 de Junho último, em luta por «um acordo digno», por «um futuro digno».
Em causa estão matérias salariais, melhores condições de trabalho (nomeadamente no que se refere a jornadas laborais e turnos) e a rejeição, por parte dos sindicatos, do «trabalho por objectivos», uma vez que, alegam, isso iria criar «discrepâncias entre os trabalhadores» e deitar por terra o que foi conquistado com a negociação colectiva.
Javier García de Pablo, do sindicato LAB, acompanhado por Alberto Esparza (CCOO) e Aner Galindez (ELA), procedeu à leitura de um comunicado no qual se destaca a unidade dos trabalhadores perante uma administração «com uma vontade nula de negociação» e se denuncia os procedimentos da empresa «para intimidar os trabalhadores».
Como resultado da luta, os sindicatos afirmam que o acordo está hoje mais próximo de ser concretizado. No entanto, essa meta torna-se «inatingível» num contexto em que a multinacional procura condicionar o direito à greve no futuro.
Não haverá acordo com repressão
LAB, CCOO e ELA acusam a Mondelez de «revanchismo» ao insistir nas queixas que apresentou contra oito trabalhadores em greve, alegando «coacções e ameaças». «Mas os trabalhadores não se deixam enganar e sabem muito bem qual é o objectivo real por trás dessas queixas», afirmam no comunicado, acessível no portal do LAB.
Em seu entender, aquilo que a multinacional pretende é «garantir que não se depara com uma situação assim no futuro», e, por via de sanções e processos, «quer instaurar uma política do medo, para que não voltemos a recorrer à greve».
Neste sentido, deixaram uma mensagem clara, a de que não se vão vergar perante «ameaças ou chantagens», a de que só será possível concretizar um acordo entre as partes «sem repressão».
Os trabalhadores «vão continuar como nos últimos 44 dias, unidos e em luta», declararam.
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