A situação dos enfermeiros no Hospital Espírito Santo de Évora (HESE) está num ponto de ruptura. Em comunicado enviado ao AbrilAbril, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN) denuncia o cansaço e a exaustão destes profissionais, que «somam entre 50 a 60 turnos extraordinários em cada escala».
O SEP contesta a não atribuição de pontos para progressão na carreira a 40 profissionais do hospital de Évora e exige esclarecimentos. «Queremos saber o motivo de não terem sido contabilizados pontos de 2004 a estes colegas» e «exigimos uma resposta fundamentada do ponto de vista jurídico», afirmou à Lusa Celso Silva, da Direcção Regional do Alentejo do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN). Segundo o dirigente sindical, o Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) «deu seguimento» à decisão tomada, em 2018, pelo então Governo para o descongelamento das carreiras dos trabalhadores da administração pública. Contudo, esta unidade hospitalar «não contabilizou o ano de 2004» e «só o fez de 2005 em diante», sublinhou, indicando que o Governo tinha decidido «descongelar as progressões e atribuir pontos para esse efeito desde 2004». O sindicalista disse que o assunto já foi abordado em reuniões com a administração do HESE, mas vincou que o SEP quer «uma resposta por escrito» sobre o motivo pelo qual o hospital «não contou pontos de forma correcta a estes enfermeiros». «Não pode haver uma decisão» do hospital e a resposta dada ao sindicato é «na base do "porque sim"», advertiu o dirigente do SEP do Alentejo, frisando que se tratam de «assuntos sérios que mexem com a vida das pessoas». Celso Silva notou que «a incorrecta contagem de pontos tem consequências» para estes cerca de 40 enfermeiros da unidade hospitalar, nomeadamente nos vencimentos, uma vez que «alguns deles já deveriam estar num escalão acima e não estão». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Trabalho|
Enfermeiros criticam hospital de Évora por não contar pontos para progressões
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São, em média, «30 dias de feriados e tolerância que está em dívida a cada enfermeiro, num total de mais de 12000 horas».
«2023 tem de ser o ano da solução» e, por isso mesmo, os enfermeiros do HESE decidiram dinamizar uma acção de greve parcial, entre as 10h30 e as 12h30, para exigir a contratação de mais enfermeiros e de outros profissionais de suporte aos cuidados de enfermagem; a organização do funcionamento do serviço em articulação com os restantes serviços do hospital e o «pagamento imediato das horas em dívida, nomeadamente através da calendarização do gozo dos feriados e tolerâncias».
Todos os enfermeiros do quadro, tarefeiros, contratados, avençados, parteiras e não sindicalizados em qualquer sindicato têm o direito a aderir a esta greve parcial.
Ou vai, ou racha. Os enfermeiros e o SEP anunciam, desde já, a sua «disponibilidade para intensificar as formas de luta caso não exista a adopção de medidas imediatas para as exigências» que motivam esta acção de luta.
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