Com o lema «Não à Privatização da Água», a mobilização reuniu agricultores, delegados sindicais, estudantes e representantes de organizações feministas, bem como defensores do ambiente e populações afectadas por «projectos prejudiciais» que, segundo os participantes, «fazem mais mal que bem», indica a TeleSur.
Ao todo, a jornada de luta envolveu 88 organizações, que foram convocadas pela Red Socioambiental e a Coordinadora Popular Nacional no âmbito do Dia Mundial do Ambiente (5 de Junho).
Uma das principais denúncias da marcha realizada até à sede do poder executivo na República Dominicana foi o encarecimento da água potável. Outro motivo subjacente à celebração da marcha foi o alerta para a proximidade de fontes aquíferas a zonas onde há concessões mineiras.
Os manifestantes exigiram o encerramento definitivo de projectos hidroeléctricos que, em seu entender, prejudicam o ambiente e as populações; o fim da exploração de ouro em San Juan de la Maguana; bem como o fim dos trabalhos nas explorações mineiras de Restauración e Línea Noroeste, entre outros projectos, revela a fonte.
Da mesma forma, pediram ao governo dominicano que tome acções concretas para proteger as famílias ameaçadas pela represa de El Llagal e pela contaminação gerada pela empresa Barrick Gold; reclamaram a recuperação da lagoa natural de Saladillo; exigiram o combate à contaminação de Punta Catalina e que Loma Miranda seja declarada parque nacional.
«A ânsia de lucro de um pequeno grupo insaciável que enriquece à custa da maioria não pode envenenar um país inteiro com carvão, óleo combustível, barcaças e projectos energéticos poluidores, caros, corruptos e claramente nocivos, enquanto, ao mesmo tempo, são colocados obstáculos às energias renováveis», disse Llaniris Espinal, membro da Coalición Socioambiental en Defensa de la Sierra, em declarações à TeleSur.
Num manifesto lido na ocasião, os promotores da iniciativa denunciaram alegadas fraudes imobiliárias e a destruição de mangais no projecto Bucanye, em Pedernales, e propuseram um modelo socioeconómico «assente na agricultura, na agro-indústria, no turismo comunitário e nas energias renováveis», que preserve as fontes de água, os recursos naturais, os empregos produtivos e os direitos das pessoas.
Esther Hernández, representante do Foro Feminista Magaly Pineda, destacou que a população que mais sofre com a falta de acesso a água potável são as mulheres e as crianças nas zonas rurais, onde também é maior a falta de infra-estruturas de saneamento e de energia eléctrica.
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