|Assédio Laboral

Câmara de Nisa substitui trabalhadores em greve

Os trabalhadores da recolha de Resíduos e Higiene Urbana deste concelho do Alto Alentejo, em greve a 11 e 12 de Agosto, foram substituídos ilegalmente. É o culminar de uma já longa lista de abusos da autarquia do PS.

Idalina Trindade, presidente da Câmara Municipal de Nisa (PS), foi alvo de uma queixa do STAL por ter impedido o acesso de delegados sindicais aos trabalhadores da autarquia, o que constitui uma violação dos direitos, liberdades e garantias definidos na Constituição da República Portuguesa.
Créditos / Tribuna Alentejo

A greve ao trabalho normal e suplementar, convocada pelos trabalhadores da recolha de Resíduos e Higiene Urbana da Câmara Municipal de Nisa (CMN) para os dias 11 e 12 de Agosto, foi boicotada pela acção despótica e ilegal da autarquia liderada pelo PS.

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Nisa: Trabalhadores da recolha de lixo passam a trabalhar em condições desumanas

A Câmara de Nisa informou verbalmente os trabalhadores da recolha de resíduos sólidos, esta segunda-feira, da alteração de horário que os coloca a trabalhar nas horas de calor mais intenso.

Câmara Municipal de Nisa 
Créditos / Sudoeste Portugal

A denúncia é do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL/CGTP-IN), que afirma já ter solicitado a intervenção da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT).

Segundo o STAL, esta é a terceira alteração de horário do sector da recolha de resíduos na autarquia de Nisa, no distrito de Portalegre, sendo que o horário inicial era das 5h às 11h, e os novos horários «colocam os trabalhadores ao serviço nas horas de calor mais intenso, a manusear contentores de metal "em brasa", a exposição a maior número de insectos, causado pelo cheiro muito intenso, e a um esforço físico muito violento ao estarem sujeitos a esta magnitude de calor».

A Câmara Municipal de Nisa definiu «um novo horário das 7 às 13h e em determinados dias, caso da passada terça-feira, das 13 às 19h», anuncia o sindicato, que alerta para o facto de no Alto Alentejo, durante o Verão, entre as 11h e as 15h, o termómetro ultrapassar «diariamente os 35 graus, havendo dias acima dos 45 graus».

Além das consequências gravosas que esta alteração horária irá provocar na saúde e nas condições de trabalho, o STAL sublinha que a alteração de horário é «ilegal», considerando que «tem de ser precedida de comunicação aos representantes dos trabalhadores, para efeitos de análise e emissão de parecer, situação que mais uma vez não se verificou».

Entretanto, os trabalhadores vão reunir-se esta sexta-feira, dia 21, para discutir «as formas de luta a desenvolver tendo em vista a garantia da prestação de trabalho em horário que não exponha os trabalhadores ao período de calor mais intenso».

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Segundo relato do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL/CGTP-IN), que fez chegar a denuncia ao AbrilAbril, a autarquia «violou os preceitos legais do direito à greve», substituindo trabalhadores em greve por um encarregado, «o que é ilegal e politicamente inaceitável». Especialmente, ressalva o sindicato, «quando se está prestes a assinalar os 50 anos da Revolução de Abril, que consagrou, na Constituição, o Direito à Greve como uma das suas principais conquistas».

Nesta acção de luta, os trabalhadores exigiram a «negociação e aplicação de horário de trabalho adequado ao exercício da função de recolha de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), cumprido integralmente fora das horas de maior calor»; a negociação atempada dos horários de trabalho, com o STAL, e o respeito pelo tempo de descanso.

Face à atitude «ilegal, prepotente e inaceitável» da autarquia de Nisa, em Portalegre, liderada pelo PS, o STAL assegura que irá proceder em conformidade, «repudiando, veemente, esta e todas as tentativas de intimidação aos trabalhadores e os ataques à actividade sindical».

Câmara Municipal de Nisa muda horários dos trabalhadores da recolha do lixo (unilateralmente) durante o verão: das 5h às 11h para as 7h às 13h (ou até das 13h às 19h), quando as temperaturas atingem os 40.ºC

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Câmara e junta do PS juntas no atropelo a liberdades sindicais

A denúncia é feita pelo STAL. Na Câmara Municipal de Nisa e na Junta de Freguesia do Samouco os eleitos do Partido Socialista para além de se recusarem a negociar com o sindicato procuram impedir a distribuição de propaganda sindical. 

CréditosCGTP / STAL

Escreveu José Barata-Moura que «Cravo  Vermelho ao peito / A muitos fica bem / Sobretudo faz jeito / A  certos filhos da Mãe». Poucos dias depois das comemorações do 25 de Abril, dia onde muitos fazem juras e promessas à Revolução, o STAL denuncia práticas atentatórias à liberdade sindical por parte de eleitos do PS.

Em particular, o STAL identifica dois casos que, no seu entender, têm que ser denunciados. O primeiro foi comunicado no dia 2 de Maio e é relativo à Câmara Municipal de Nisa. Segundo o sindicato o «exercício da actividade sindical neste município, que tem sofrido inaceitáveis atropelos por parte da presidente da Câmara Municipal, eleita pelo PS». Em causa está o facto de desde o «início do seu mandato (estando a cumprir o 3.º) que a autarca – com o total conhecimento e cobertura política do PS – ignora todas as tentativas de negociação colectiva, tenta impedir a distribuição de informação sindical e condiciona o direito de reunião no local de trabalho».

O STAL não se ficou e no dia 28 de Abril realizou uma concentração no Cine-Teatro de Nisa, local que recebeu uma sessão especial da Assembleia Municipal realizada no âmbito das comemorações da Revolução de Abril. Tanto  na concentração como na sessão especial foi lido um documento intitulado «A Liberdade Sindical é para Cumprir», que relata várias tentativas e casos concretos de atropelo à legítima e livre acção sindical no município.


Também na Junta de Freguesia do Samouco o mesmo se tem verificado. Segundo o sindicato o «presidente da Junta de Freguesia do Samouco (concelho de Alcochete), eleito pelo PS, tem protagonizado, de forma reiterada, actos reprováveis e inaceitáveis relativamente à informação e propaganda sindical exposta em locais públicos da freguesia, arrancando-a de forma ilegal».

Mais uma vez, o STAL, agindo no quadro dos seus direitos, procurou denunciar a situação em Assembleia de Freguesia que também foi realizada no dia 28 de Abril. A intervenção que procurou denunciar as acções e práticas recorrentes foi, segundo o sindicato, «alvo de uma tentativa de silenciamento por parte do presidente da AF, igualmente eleito pelo PS».


A nota do STAL termina afirmando que «Assiste-se, em muitos locais de trabalho por todo o País (e o STAL tem-nas denunciado publicamente), a continuadas tentativas de retrocesso das suas principais conquistas, dos direitos alcançados e do caminho trilhado em 25 de Abril de 1974, e cujo significado profundo, os seus valores e o seu ideário, por mais que os tentem apagar, continuam a guiar-nos na construção de um Portugal mais justo, fraterno e solidário, mais livre, democrático e desenvolvido».

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Os novos horários «colocam os trabalhadores ao serviço nas horas de calor mais intenso, a manusear contentores de metal "em brasa", a exposição a maior número de insectos, causado pelo cheiro muito intenso, e a um esforço físico muito violento ao estarem sujeitos a esta magnitude de calor», refere comunicado do STAL, divulgado em Julho de 2023.

O assédio laboral já se constitui como prática comum aplicada pelos executivo PS, liderado pela presidente Idaliana Trindade. É um executivo com cadastro: só em 2023, a autarquia de Nisa proibiu os seus trabalhadores de entrarem com contacto com o STAL/CGTP-IN (Janeiro); rejeitou, sem justificação, qualquer negociação com o sindicato (que representa muitos trabalhadores) e condicionou o direito de reunião em local de trabalho (Maio); alterou horários de trabalho sem falar com os trabalhadores (Julho) e substituiu grevistas (Agosto).

A autarquia, em vez de «procurar resolver os reais problemas dos trabalhadores», opta, ao invés, por uma estratégia de intimidação, não só dos muitos funcionários que aderiram à greve e se organizaram em piquete, como a todos os trabalhadores da Câmara Municipal de Nisa, vítimas de desmandos dos tiranetes locais.

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